quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A história se repete

Prefeito ladrão de cidade do Interior fica rico às custas do povo. O mesmo que ele compra com cestas básicas para pedir voto. Rouba tanto que todo ano as estradas precisam ser recapeadas, que o asfalto consertado é de quinta, uma casquinha de ovo. Do micro para o macro, é tudo a mesma coisa. Um se inspira no outro. Os pequenos se espalham nos grandes maus exemplos. O povo tolo pensa que vive bem.
(Fernanda Teixeira)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Vale a pena ler de novo

Coluna de Daniel Piza
O Estado de S. Paulo
domingo, 26/12/10

www.blogs.estadao.com.br/daniel-piza

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Modo de vida promissor: política

Quer ficar rico logo? Escolha a carreira certa! No Brasil, não existe modo de vida que permita ascensão social mais rápida que a profissão de político. Carreira promissora, viu? Quem tem o dom para a coisa é claro que escolhe o melhor para si. Ainda mais que não precisa fazer vestibular, que comprar votos hoje ficou fácil. É só distruibuir umas cestas básicas, uns bolsas-famílias recheados de migalhas. Funciona, pode crer.
É simples enganar quem se contenta com esmola e acaba preferindo ficar em casa a trabalhar ou estudar. Afinal, já pode comprar o leite das crianças. Quem se importa em estudar, receber educação, informação, crescer com ambição de ser alguém na vida quando eles estimulam o contrário? Bobagem...
Esse método dá certo, acredite, além de encher os olhos e dar argumentos para pseudo intelectuais e adeptos da cultura da ignorância e da pobreza. Pobreza pros outros, que fique claro. Porque quando os próprios deputados e senadores se dão aumento de mais de 60% ninguém fala nada. No íntimo todo mundo sabe que há algo de podre nesse reino tupiniquim da Dinamarca. Todo mundo mete a mão mesmo.
Chato é admitir. Estratégia usada é jogar a responsa em cima dos que vieram antes, dos caras que eles chamam de "direita" (Santa ignorância, Batman, essas ideologias não existem mais!), que deixaram o poder há quase uma década. Nessa ladainha, vão escondendo o jogo, sendo populistas e, na calada da noite, dão o bote e aumentam os próprios salários. Tacada de mestre. Eles, sim, sabem "ganhar dinheiro".
(Fernanda Teixeira)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

+ Gambiarra, Macca, Buzios e Rio


Uma das Djs convidadas para tocar na badalada festa Gambiarra, convidei meu amigo de todas as horas Nei Nardi para ir comigo. Ele ficou de me pegar em casa. Antes de entrar no banho, coloquei uma "cervejinha no freezer" a pedido dele. Revigorada, cabelo lavado, entreguei-me à uma divertida sessão de maquiagem. Nossa balada já estava começando. Mais uma cervejinha depois, saímos rumo ao Baixo Augusta.

Meia-noite e meia. Ainda teríamos, eu e Adriana, pouco mais de uma hora até que as outras convidadas chegassem - as meninas da Morente Forte - Célia, Selma e Dani. A Gambiarra das assessoras de imprensa rendeu muita brincadeira antes, durante e depois. Os queridos Anna Cecília Junqueira, Tuca Notarnicola, Talita Castro e Miro Rizzo (a própria Tati, filha da Noemi Marinho, que me resgatou lá fora, direto da fila) nos receberam como rainhas da noite, foi bem engraçado e gostoso subir no palquinho e cair na farra com os donos da Gambiarra nos fotografando.

Depois do show do Paul McCartney na segunda, quando andamos, eu, Penha, Malu e Carlos, 40 minutos na ida e 40 na volta (paramos o carro bem longe do estádio do Morumbi), a Gambiarra da quinta-feira quase me arrasou. Para compensar as duas baladas no meio da semana, dali fui quase direto para Búzios. Uma semana de folga, sol, mar, calor e a pousada mais que charmosa Vila do Mar, da Ana Elisa e do Mário Paz, produtores da peça 12 Homens e Uma Sentença, em cartaz no CCBB de São Paulo.

Confesso que quando atravessamos a ponte Rio-Niterói – eu, Sandra e Cleide, minha amiga dos tempos do Colégio Assunção -, os quatro helicópteros acima de nossas cabeças, em vôos rasantes, foi inevitável o pensamento "nuvem negra" de estarmos no meio da guerra contra os traficantes cariocas. Depois, só prazer. Azeda, Azedinha, piscina, pracinha, rua das Pedras e minha iniciação no body boarding em Geribá. Minha prima Flávia chegou dias depois e foi responsável por mais essa diversão. Ela de pé na prancha de surfe, lavando a alma, é a cena da felicidade.

Saímos dois dias antes do programado, rumo ao Rio para aproveitar mais um pouco da companhia da Flávia, além de reencontrar a Karla e a Roberta. Muito bom estar naquela cidade a poucos dias da decisão do Brasileirão, e torcendo pro Fluminense, que eu amo desde que o Muricy Ramalho foi ser o técnico. Meu time mesmo é o São Paulo, outro tricolor, mas aprendi a torcer contra, hehehehe, e adoro torcer contra o Corinthians. Não sei por quê.

_ Viu, Sandra? Não estava comprado.

(Fernanda Teixeira)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Gambiarra - assessoras e djs



Bate-lata com as assessoras e djs convidadas
Fernanda Teixeira e Adriana Balsanelli!


Eu sou viciada em...sol e água (de piscina e mar).Eu faço gambiarra...todo fim de semana.Na minha pista não pode faltar...Amy Whinehouse e Madonna. Sobe no queijo ou se acaba no fumódromo? No queijo (brie, de preferência), com muito vinho.Vai desabar água...na cachoeira de Brotas.Olha a Bagaceira é...necessária.Iansã cadê Ogum? Tá na Bahia.Eu aperto o foda-se para...gente chata.Cachaça, Red Label ou Ice? Ice.Fika a Dika: quem chegar por último é a mulher do padre!

Adriana Balsanelli, 39 anos, assessora de imprensa @abalsanelli

Eu sou viciada em...séries.Eu faço gambiarra...de madrugada.Na minha pista não pode faltar...black music.Sobe no queijo ou se acaba no fumódromo? No queijo.Vai desabar água...até o sol raiar.Olha a Bagaceira é...indispensável.Iansã cadê Ogum? Foi pro mar.Eu aperto o foda-se para...a hora de acordar depois da festa.Cachaça, Red Label ou Ice? Ice.Fika a Dika...quem não dança segura a criança.

(do blog da Gambiarra)




segunda-feira, 22 de novembro de 2010

E o palco do CCBB aguenta o peso de tantas feras!



Por Maria Lúcia Candeias
Doutora em teatro pela USP
Livre Docente pela UNICAMP

Não é questão de gordura, mas de competência. Nunca vi uma montagem com tantos grandes atores ao mesmo tempo. É o que acontece em “12 Homens e Uma Sentença” em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil” de quinta a domingo. Uma maravilha. É uma reunião de jurados para resolver se um réu é inocente ou culpado. A discussão começa com Genézio de Barros e Norival Rizzo e se alastra por todo o grupo.

São eles José Renato (ator que fundou o teatro de arena), Oswaldo Mendes (fundador do arte e ciência na palco), Brian Penido (do grupo tapa desde sempre). Além deles André Garolli, Eduardo Semerjian, Ivo Müller, Ricardo Dantas, Augusto César, Marcelo Pacífico, Riba Carlovich e ainda, o guarda, Fernando Medeiros.

O texto do americano Reginald Rose e esse incrível elenco consegue envolver totalmente o espectador, como se fizesse parte do grupo de jurados. Quem costuma entrar em discussões grupais para soluções de quaisquer problemas, vai lembrar do desgaste que já teve e sentir o desgaste daquelas personagens.

A direção é do tarimbadíssimo Eduardo Tolentino e conta como sempre com os perfeitos figurinos de Lola Tolentino que também assina o discreto cenário (apenas uma mesa muito discreta, com as doze cadeiras ocupadas e por vezes trocadas pelos diversos atores).

Quem não viu não pode perder. É sensacional!!!!!!!!!


Ligações Perigosas é Imperdível


Há quanto tempo não se assiste a uma peça com trajes de época e atores lutando esgrima! Alfredo Mesquita também deve estar adorando onde quer que esteja, pois incluiu esses conhecimentos na sua Escola de Arte Dramática. Além desses aspectos “Ligações Perigosas” coloca no palco ótimos atores, entre os quais cito Chris Couto e Clara Carvalho e mais seis, isso sem contar os dois excelentes protagonistas, Maria Fernanda Cândido e Marat Descartes. São qualidades que por si só já fariam a montagem imperdível, mais somam--se a elas a divisão do palco pela cenografia é perfeita (Guta Carvalho e Frank Deseuxis), os figurinos maravilhosos (Maria Gonzaga), a trilha leva a assinatura da consagrada Tunica. Isso sem contar a iluminação do “Doutor” Maneco Quinderé (que já passou de mestre e merece o título de doutor).

A gente se pergunta se com essa turma qualquer um não faria um super espetáculo, mas não é bem assim. Quem coordena tudo é o diretor, um trabalho difícil (cada componente do grupo experiente pensando uma coisa), o qual Mauro Baptista Vedia (ficou conhecido por “A Festa de Abigail”), já provou que tira de letra.

Soma-se a tudo isto, o fato de que o texto de Christopher Hampton, mostra-se atual, mesmo depois mais de 20 anos, embora possa ser considerado machista, ou antimonárquico na medida em que o autor é inglês. É muito atual, a despeito de simplesmente ilustrar as conclusões de Machiavel, vigentes hoje e sempre, constantes de carta escrita ao redor de 1500.
É um espetáculo a que se assiste com enorme prazer.
Não perca.

Maria Lúcia Candeias
Doutora em teatro pela USP Livre-docente pela Unicamp

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Contra a vilência

A Arteplural repudia qualquer manifestação de violência. Queremos expressar nossa indignação contra a discriminação e a falta de punição das pessoas que cometem crimes por não conseguir conviver com as diferenças. É preciso tomar uma iniciativa contra essa onda de violência e homofobia. Vamos para a avenida Paulista (vão do Masp), fazer abaixo-assinado, criar um canal pacífico para protestar contra a violência e a discrimininação de qualquer espécie. Quem vai conosco? É nosso dever cívico tomar uma atitude.
(Fernanda Teixeira)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Aí vamos nós, Paul!

Quando vejo o DVD da turnê de Paul McCartney, essa que vem ao Brasil, tenho certeza de que a música mexe comigo como o teatro. Com a diferença de que posso tocar bem alto a minha guitarra para uma platéia imaginária e me sentir um deus do pop como ele, que sempre foi meu ídolo. Enquanto os amigos cultuavam John, eu sempre gostei do Paul. Acho que não vou aguentar tudo isso ao vivo, mas vou lá. Agora os ingressos já estão comprados.
Queria só ver se a pedrada fosse na Dilma.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Cansaço

Quem é essa Dilma? Depois de ouvi-la na TV, sinto que estamos na idade das trevas.

domingo, 17 de outubro de 2010

Um saco!

Pior que o debate dos candidatos à Presidência, é aguentar a opinião dos tuiteiros. Vira briga, coisa mais chata. E tem gente que não tem nenhum estofo para emitir opinião. Todos se fazem de indignados. Todos são éticos, que bonitinhos... Conheço um monte deles que falsifica carteirinha para ir ao cinema, compra DVD pirata, hehehe. Ética é ética. Precisa valer desde as coisas mais simples. As pessoas mentem, querem aparecer bem na fita, um nojo. Estou sem saco para ser humano dessa estirpe. Vou ler, quem sabe ganho mais. Mais cultura, educação e uma pá de outras coisinhas que esse povo que se acha pensa que tem de sobra. Sem paciência pros coleguinhas jornalistas que ditam regras, donos da verdade, sempre na "luta" pela verdade, rs....

Alimento para o espírito

Uma grande frustração? Não tocar nenhum instrumento.
Queria viver ouvindo música.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Strindberg Era Contra as Mulheres?

Por Maria Lúcia Candeiras
Doutora em Teatro pela Usp
Livre Docente pela Unicamp

Em vida foi chamado de misógino. Isso na maravilhosa segunda metade do século XIX. Maravilhosa porque sucedia o Romantismo (da primeira metade do mesmo século) que se deu conta da situação de inferioridade com que as mulheres eram tratadas pela sociedade, dando origem ao movimento feminista, já na época do Naturalismo.
Em matéria de Naturalismo, os principais autores de teatro foram os nórdicos: Enrik Ibsen (Norueguês) e August Strindberg (sueco). Não houve mulheres como na literatura. Strindberg além de top do Naturalismo influenciou o expressionismo e o surrealismo. Mas teve uma mãe como a que aparece na peça “O Pelicano”, em cartaz no teatro Viga, apenas aos sábados (21hs) e domingos (19hs). Não deixe de assistir, pois tem excelente direção de Denise Weinberg.

Esse mestre do teatro moderno foi o primeiro a escrever peças curtas e compactas que caracterizaram a programação do seu Teatro Íntimo que só teve o merecido sucesso depois de sua morte.
Denise escolheu essa peça que inaugurou esse gênero de dramaturgia. Conta com bom elenco entre os quais se destacam Flávio Barollo (o filho inconformado com o comportamento da mãe) e com a mais do que experiente Lílian Blanc (a empregada da casa) arrasando, que as vezes é substituída por Mari Nogueira que não vi atuando. Ótimo cenário e Figurinos (direção de arte de Carlos Calabone) e iluminação de Wagner Pinto, com fotografias de Ronaldo Gutierrez.

Não deixe de ver.

Boca de Ouro encerra trilogia com chave de ouro

Por Maria Lúcia Candeias
Doutora em Teatro pela Usp
Livre Docente pela Unicamp
“Boca de Ouro “ encerra uma trilogia de Nelson Rodrigues, iniciada há cerca de dois anos, pelo Grupo Gattu, que vem apresentando esses espetáculos no Teatro Gil Vicente, nos Campos Elísios. A despeito da localização no prédio da Uniban, não é uma montagem escolar, mas profissional. Sua diretora, Eloísa Vitz foi membro do grupo TAPA.
“Boca de Ouro” é, a meu ver, uma das melhores peças do grande dramaturgo brasileiro. Teve montagem não muito feliz assinada por ZéCelso e agora esta, imperdível. A peça focaliza um bicheiro safado e mandante de um morro carioca, que resolve trocar os dentes por dentes de ouro. Nos dá muita saudade do tempo em quem faturava eram os bicheiros que comandavam favelas habitadas por cidadãos sem direito à segurança e nem à saúde, mesmo pagando impostos.
Uma parte da população e que só era “protegida” pelos chefões com suas extravagâncias e arbitrariedades, mas sem tráfico de drogas. Outro aspecto que encanta em toda a obra de Rodrigues é a verdadeira obsessão de seus personagens por enterros chiques. Seria uma característica do autor ou da classe por ele retratada?

Mas não é exclusivamente pelo texto que “Boca de Ouro” é imperdível, mas pela encenação englobando atores, iluminação e figurinos. O elenco é ótimo, alguns encarnando mais de uma figura com destaque para Elam Lima (o Boca) e a diretora Eloísa Vitz. Além deles, Laura Knoll, Marcos de Vuono, Marcos Machado e Daniela Rocha Rosa, dão conta do recado.
Quem gosta de Nelson não pode perder, quem não gosta tanto assim, deve ir pra conhecer esse texto, a meu ver, excepcional mesmo em sua obra.





quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Bastidores de TV

Adriana Balsanelli fez fotos nos bastidores do programa Ronnie Von, durante a gravação do musical Florilégio, com Carlos Moreno e Mira Haar. O programa vai ao ar dia 1º de outubro a partir das 22h na TV Gazeta. Em uma das fotos, está a diretora Carmen Farao. O espetáculo será apresentado às sextas, sábados e domingos às 16h no Museu da Casa Brasileira.





















































sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sem despedida


Depois de quase 24 anos, o cotidiano do trabalho no escritório de arte havia mudado radicalmente. Tudo continuava no mesmo lugar, a casa, a rua, as pessoas. Tinha se apagado o glamour dos tempos em que os artistas passavam as tardes tomando champanhe, chá e conversando sobre estilos, escolas artísticas, tendências.

Aldemir Martins fez sua última exposição lá, em 2004, e até hoje ela guarda duas gravuras autografadas pelo artista plástico, pintor e escultor, famoso pela série de gatos pintada ao longo da vida. Também conheceu Raquel Taraborelli, Manabu Mabe, Inos Corradin. Desse convívio frutífero, hoje reconhece o traço de vários artistas, sabe seu valor no mercado de arte, entende do riscado.

Quando veio para São Paulo, saída da casa dos pais no Interior, teve um ou dois empregos e logo encontrou seu porto seguro na galeria. Assim, ganhando o próprio dinheiro, depois pôde estudar, fazer faculdade na cidade grande. Não tinha nem 20 anos e, com a carteira de motorista na bolsa, tomava ônibus para se locomover, não raro pegando a linha errada, se perdendo em São Paulo, milhões de habitantes, número consideravelmente superior ao de Brotas. Esperta e determinada, logo conseguiu se matricular na universidade.

Acompanhou o negócio de seu patrão crescer e acumulou histórias da época em que ele chegou ao Brasil, vindo da Romênia, fugido da guerra na Europa. Empilhava os tapetes persas em um caminhãozinho, rodava pelas estradas e vendia Brasil afora, danado ele, dotado de forte tino comercial.

Nem passava pela sua cabeça muitos anos depois sentar nos persas, também empilhados no terceiro andar da galeria, nas festas de fim de ano com a turma, regada a churrasco, cerveja, uísque e champanhe. A fumaça impregnando tudo. Já não tinha comprador para os tapetes, transformados em produtos fáceis de serem encontrados em qualquer loja, e a preços baixos. Vender tapete barato ele não admitia. Parecia colecionador o produto. Ela conta que o pessoal aproveitava o aconchegante e escondido ambiente também para dar uma dormidinha depois do almoço.

Foram mais de três anos ensaiando a despedida. Um adeus que não aconteceu no último dia. Ficou entalado, era pedir demais. De onde tiraria forças para beijar e abraçar os amigos de mais de duas décadas? Saiu à francesa, deixou para chorar no caminho de casa. Sabia que voltaria lá outros dias, já refeita dessa emoção difícil de conter.

Dito e feito. Hoje, passado um mês desde aquela tarde, mais tranqüila, ela visita o pessoal, os amigos que fez lá, tira dúvidas de quem ficou no seu lugar. Já digeriu a situação e anda por aí feliz, feliz da vida.

(Fernanda Teixeira)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A despedida

Os gatos arrepiaram na última sessão de Cats em São Paulo, no Teatro Abril. Bilheteria cheia de gente amontoada a 45 minutos do começo do musical. Quem deixou para o final da temporada não assistiu. Depois de 6 meses em cartaz, era grande o número de pessoas que não conseguiu comprar ingresso e voltou para casa sem ver um dos musicais mais longevos da história da Broadway (o outro é O Fantasma da Ópera). A sessão das 16 horas ainda demoraria e a despedida era ensaiada no clima de ansiedade dentro do teatro repleto de famílias, crianças, pipoca, Coca-Cola.

A iluminação colorida, as letras cheias de charme e criatividade (na versão do cantor e compositor Toquinho) dos belos temas musicais e as elaboradas coreografias molhavam os olhos. Os nossos e os dos artistas. Dava para ver o brilho refletido na face de cada um. Algumas lágrimas teimando em escorrer, que dois dedos limpavam antes de chegar à boca. A plateia, boquiaberta, admirava o talento dos artistas para cantar, dançar e interpretar. Tudo ao mesmo tempo. Com muita precisão.

No palco, 30 figuras iluminadas, abençoadas por um dom, habilidade para embalar fantasias, devaneios de simples mortais. Um personagem mais cativante que o outro – do Bom Deuteronomy de Saulo Vasconcelos, passando pela Grizabella da estreante nesse universo Paula Lima e seu potente vozeirão, a Jellylorum da linda e experiente Sara Sarres, a Bombalurina da não menos talentosa Gianna Pagano, o Gus de Fernando Patau, o Mungojerrie de Césinha Moura. As piruetas do gato mágico Mistoffeles (Jhean Allex), o charme irreverente de Rum Tum Tugger de Cleto Baccic.

De repente, no canto do palco, olhos azuis, a peruca de um dos gatos escondendo os cabelos ruivos. A querida produtora Rosana Guerra era uma surpresa no meio do elenco, "infiltrada" entre os felinos no meio da apresentação. O elenco foi surpreendido e homenageado, ainda, pelas "canjas" surpresas do pianista Miguel Briamonte e do diretor residente Floriano Nogueira, ambos também caracterizados de gatos. Na boca de cena, as produtoras Bia Ramsthaler, Enide Nascimento e Luanda lançavam pétalas vermelhas de rosa sobre os atores. Aplausos e mais aplausos.

Os espectadores fizeram de Cats em São Paulo um sucesso. E nós trabalhamos sete meses na assessoria de imprensa do espetáculo, com o mesmo prazer do dia da coletiva e da estreia. Cotidianamente, criamos laços, empatia, relações de afinidade, com o elenco, produção, técnicos, stages, peruqueiras, o diretor de palco Raul, o maestro Paulo Nogueira.

Levamos ao backstage do teatro, semanalmente, equipes de quase todas as emissoras de TV e rádio de São Paulo, Interior e outras capitais. Até o último final de semana, tinha matéria agendada nos bastidores. Quase todos os atores e envolvidos concederam entrevistas, tal era o revezamento aplicado para todos participarem.

Nos primeiros meses, os artistas demoravam mais em seus camarins, se preparando com empenho para que nem um risco da trabalhosa maquiagem saísse do modelo. No final, todos estavam afinadíssimos e se transformavam, em média em 20 minutos, em gatos da tribo Jellicle. Com o passar dos meses, fomos reconhecendo cada artista por trás daqueles rostinhos felinos.

No pouco tempo livre antes das sessões, entre uma preparação vocal e outra corporal, ajuste de microfones, visitinhas uns nos camarins dos outros. Era um tal de gato pra lá, gato pra cá nos amplos bastidores do Teatro Abril. Aos poucos, foram despedindo dessa rotina. A descontração era tanta que, em quase todos os dias de pauta, tivemos que buscar Saulo Vasconcelos em uma salinha escondida lá embaixo, onde sempre rolava um animado campeonato de videogame.

Por tudo isso e outros preciosos detalhes de bastidores que não precisam ser revelados, sentiremos saudades de um trabalho delicioso. Obrigado a todos pela experiência de termos convivido todos esses meses. Que a gente se encontre em breve, em outro grande musical!

(Fernanda Teixeira, Adriana Balsanelli e Douglas Picchetti)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Pensamento

Será que um dia eu vou conseguir largar tudo isso e cultivar orquídeas? (Pensamento rápido na hora do estresse. Logo sumiu da cabeça.) Difícil, me amarro nesse ritmo maluco.

(Fernanda Teixeira)

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Para Jovens de Bom Gosto

Maria Lúcia Candeias, especial para o Blog do Dudu
Doutora em teatro pela USP, Livre Docente pela Unicamp

Há duas peças indicadas a jovens exigentes. Uma dramática (O Primeiro Dia Depois de Tudo) e outra cômica. A mais divertida é “Vilcabamba” em cartaz no teatro da União Cultural Brasil- Estados Unidos. Duas atrizes (Alexandra Golik e Carla Candiotto) que dominam a técnica do clown, ora se alternam ora se encontram, (dirigidas por Chame Buendia) trocando rapidamente os ótimos figurinos de Olintho Malaquias, diante do excelente cenário de extremo bom gosto de Chris Aizner e da iluminação como sempre impecável de Wagner Freire.
Quem gosta de trabalho de clown vai amar. Se você gosta, não perca.

Agora, quem prefere um teatro com um belo texto vai se surpreender com a peça de Leo Lama (digno filho de Plínio Marcos) que não se dedica aos assuntos que o pai gostava, mas aos de sua geração. A peça – também dirigida por ele – traz um ótimo casal de atores (Leonardo Ventura e Priscilla Carvalho) vivendo e discutindo o tema mais recorrente nas peças escritas por jovens atuais: a descoberta dolorosa de que o amor morre, não é eterno como se acreditava, “mas infinito enquanto dure” como escreveu o poeta Vinícius de Morais. O espetáculo está em cartaz às quintas e sextas às 21,30hs no Teatro Imprensa (experimental, o menor).

Vale ver pelo texto e pelos atores.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Vilcabamba resulta de talento e amplo repertório de referências. Para rir muito...

Com humor inteligente e simples ao mesmo tempo, as atrizes Alexandra Golik e Carla Candiotto, da premiada Cia. Le Plat du Jour, dão uma aula de teatro bem feito no espetáculo Vilcabamba. Fazem comédia por mera coincidência, poderia ser drama, o importante na peça é o teatro da mais pura qualidade, que foge ao riso fácil e busca consistência e conteúdo no amplo repertório de referências de seu baú teatral.
Se puder, não perca Vicabamba. No Teatro da União Cultural, sextas e sábados, às 21h30.Quem se animou tem aqui um aperitivo - http://www.youtube.com/watch?v=NOb8QD6UKQ8
(Fernanda Teixeira)

Coisas da vida

- Alô, filha, tudo bem?, pergunta a mãe, telefonando para a filha.
- Tudo bem por aqui, e a senhora, como vai, o que vai fazer hoje?
- Oi, minha filha, você me pegou por um triz, estava saindo, respondeu a senhora, esquecendo-se de que fora ela quem ligara primeiro.

***

- Filho, me empresta seu cortador de unha? Bonitinho ele...
- Mãe, não é cortador de unha, é meu pen drive....

(Fernanda Teixeira)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O ser humano realmente...

"O grande problema do ser humano é ser humano." A frase, proferida pela mulher de um dos mais importantes fotógrafos brasileiros, enquanto ele dava entrevista para um telejornal, falando de sua mais recente criação e coisa e tal, é carregada de significado. Encostada ao marido no sofá de casa, ar meio distante, calada, ela observava ele comentar sobre a importância e a grandeza de sua obra (de reconhecimento) internacinal, até que a repórter resolveu lhe fazer uma pergunta. Logo após a resposta acima, inteligente e perspicaz, pensei na qualidade que mais admiro nas pessoas, depois do caráter: a simplicidade, a generosidade - características raras nesse século 21, quando se dá valor demasiado a determinadas coisas em detrimento de outras, às vezes, vitais.
(Fernanda Teixeira)

Cobertura de Vamos? por Adriana Keunecke

Tuna Dwek e o produtor Ed Júlio

Camila Czerkes entre Jair de Oliveira e Thania Khalill


Equipe da Arteplural e amigos


Melisa Vettore e Bruno Perilo


Alex Gruli, Dalton Vigh , Rachel Ripani, Cintia Abravanel e Mario Viana


Para quem curte besteirol

Por Mária Lúcia Candeias
Doutora em teatro pela USP
Livre Docente pela UNICAMP

Uma boa sugestão é a nova peça do Mario Viana. Não sei se um jovem atual vai concordar com essa classificação e os jovens costumam ser o público que Viana mais atinge com grande sucesso. No caso de “Vamos?”, se trata de várias tentativas de estabelecer um “ménage a trois ou a quatre”.

Mesmo os mais velhos certamente vão se surpreender com a competência que o ótimo ator Otávio Martins exibe como diretor, sendo seu primeiro ou um de seus primeiros trabalhos nesta área. De cara, a cenografia de Marcia Moon consegue se adequar a todos os ambientes e tornar íntimo o palco do teatro imprensa.

Os figurinos de Elena Toscano são simples como a peça pede e de extremo bom gosto. A luz de Wagner Freire, como sempre, tempera tudo com brilho. Além do visual irretocável, a direção de atores é ótima e eles executam suas personagens com perfeição: Alex Gruli, Tânia Khalill, Rachel Ripani e Dalton Vigh dão conta do recado. Muita gente ri muito.

Provocar riso fácil também é o que acontece em “A Peça é Comédia?” Escrito pelo jornalista Gilberto Amêndola, o texto trata da morte e de sua existência? Será real mesmo? com grande humor notável, digno de um jovem que não a leva a sério, bem, quem sabe. Bem dirigida por Orias Elias, tudo dá a sensação de um ensaio que não chega a virar espetáculo pronto.

A platéia rola de rir do besteirol interpretado com eficiência pelo próprio diretor que contracena com Cláudio Bovo e Walter Lins e está em cartaz na sala Experimental do Teatro Augusta. São duas boas oportunidades de diversão, muito diferentes entre si, exceto na competência de fazer rir.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Você já foi à Amazônia?


Não? Então vá. Se já foi, não vai porque não quer, ou não pode ir, não deixe de assistir à peça “As Folhas de Cedro”, escrita e dirigida por Samir Yazbek. Em primeiro lugar porque o texto se passa por lá, e tem como personagens imigrantes e filhos de imigrantes vindos do Líbano e imediações, o que é um retrato fiel da região, por incrível que pareça. Um pessoal verdadeiramente desbravador. É impressionante! A gente não espera por isso. E, como os textos de Yazbek, é bem escrito e não se restringe apenas àquele local. Acompanha uma família que vive tendo que contrapor os valores da cultura de origem aos do local onde se estabeleceu criando novas sínteses, coisa que deve ser comum a todos os que mudam para países tão diferentes dos de sua origem.

A obra foi escrita também em homenagem à comemoração dos 130 anos da imigração libanesa para o Brasil. E é uma bela homenagem também devido ao excelente espetáculo, o primeiro dirigido por ele a que assisti. Contribuem para esse acerto a direção de atores assinada por Janô (Antonio Januzelli, professor da USP), o cenário que consegue tornar íntimo o grande palco do SESC Vila Mariana e os ótimos figurinos de Laura Carone e Telumi Hellen. Merecem referência também a música de Marcello Amalfi, assim como a excelente iluminação de Domingos Quintiliano.

Mas o ponto mais alto é sem dúvida a interpretação do elenco. E não é só Hélio Cícero, como sempre arrasando. O mesmo pode ser dito de Daniela Duarte, Douglas Simon, Gabriela Flores, Mariza Virgolino e Rafaella Puopolo. E quem mais encanta é Marina Flores, que, como as demais crianças em cartaz nos musicais, como “Gipsy”, dá a sensação de que o nosso teatro do futuro será imbatível. Você não pode perder.

Crítica por M Lúcia Candeias
Doutora em teatro pela USP
Livre Docente pela UNICAMP

Cenógrafa jovem e surpreendente

Crítica por M Lucia Candeias
Doutora em Teatro pela USP
Livre Docente pela Unicamp
Desde que freqüento o Espaço dos Satyros II, não me lembro de ter visto cenografia melhor do que a de Lirian Pedrazzini para “As Criadas” de Jean Genet, autor francês cujo principal texto teatral foi “O Balcão”. É fato que a maioria dos espetáculos lá apresentados não focalizam pessoas que têm a seu serviço duas criadas, como agora.

O que justifica plenamente o extremo bom gosto de todos os elementos cênicos, entre os quais muitas flores e cabides com roupas de belas cores. Os figurinos de Eneida Palermo e a iluminação de Valdecir Araújo não ficam nada atrás. Claro que são qualidades que também leva a assinatura da direção, a cargo de Elvira Lima Gentil. Além de um visual nota dez a montagem conta com excelentes atrizes (antes por aqui só lembro de ter assistido com atores): Beth Lima, Monalisa Capella e Vanice Pedrazzini.

São qualidades que garantem que uma montagem merece ser assistida, especialmente para os que não conhecem esse autor tão maravilhoso e diferente da maioria. O único aspecto discutível é a leitura realista que casa bem com o texto, mas que – nos parece – ficaria mais atual e mais fiel ao teatro do absurdo, se interpretada como um jogo. Com um pouco mais de leveza. Mesmo assim, não perca, às quintas-feiras às 21horas no Satyros II, também na Praça Roosevelt.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Prazer, Max Lopes de Oliveira

Stela, Matheus e Max

Stela Lopes, especial para o Blog do Dudu

Bem, olá Dudu... inha mãe, amiga da sua, a Fernandinha, resolveu me apresentar pra galera...eu sou o Max, vou fazer 9 aninhos agora em agosto, e sou a atração daqui de casa.. até o ano passado, eu tinha um companheiro, o Snow, um rato branco da familia, que teve sérios problemas de saúde, inclusive um derrame, e que acabou partindo dessa...

Hoje, ouvi dizer, ele mora na jardineira na frente da casa, mas o Matheus, o caçula daqui de casa, não faz a menor idéia disso, minha mãe não quer que ele saiba.. Ele acha que o Snow foi passar uns tempos na veterinária e que ela não quis mais devolvê-lo, pode? Assim sendo, eu sou o preferido... ganhei uma casa nova e adoro ficar nesse espaço, mas quando meu pai fica no mini-estúdio gravando, ele faz questao que eu entre e fique perto dele fazendo companhia..

Ah, preciso contar essa.. minha mãe também tem uma tartaruga que mora na casa da máe dela, portanto, minha avó... Eles tentaram trazê-la pra morar aqui, mas eu não deixei... morri de ciúmes daquela casca grossa, comia toda a comida dela e não a deixava em paz...foi um unico final de semana e, graças a Deus, ela retornou pra onde nunca deveria ter saído...

Eu já fui muito bravo, hoje nem tanto... Adoro dar uns rolês, principalmente ir para a praia, mas agora, com esse frio, faz tempo que a gente não vai...la na casa em Itanhaém, eu também tenho uma casa, mas gosto mesmo é de ficar deitado naa areia ou vigiando o espaço... Acho que deu para me apresentar... Assim que der, minha mãe fala mais de mim para vocês... Max Lopes de Oliveira.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Assunto escabroso

Gente, meu pitaco sobre um dos assuntos mais escabrosos dos últimos tempos nesse século 21. O Fantástico veiculou um vídeo com entrevista do ex-goleiro do Flamengo Bruno, principal suspeito de ter engedrado de forma cruel e covarde a morte da ex-amante. A matéria foi gravada dentro do avião, no vôo que levou os acusados do Rio de Janeiro para o presídio de segurança máxima em Minas Gerais. Bruno bateu papo com seu interlocutor sentado na poltrona no avião.

Voltando um pouco no tempo..... A mulher teve um filho dele e a pessoa (um tipo brucutu, feito só de músculos, cujo principal passatempo fora dos campos deve ser surubas e orgias em churrascos à beira de piscinas de mansões de mal gosto), carente de uma Educação que lhe propiciasse uma visão menos limitada, ignorante e sem inteligência do mundo, preferiu matar a pagar uma pensão alimentícia. Decidiu jogar a carreira milionária na lata de lixo. Problema dele.

Voltando ao que interessa, ao domingo, 18 de julho de 2010...O programa em questão fez inúmeras chamadas sobre a grande matéria que colocaria no ar no final da noite. “Espetaculoso”, fantástico como o próprio nome diz, a atração sempre leva aos telespectadores assuntos que tenham característica intrínseca com seu título. Privilegia um "jornalismo show” em detrimento do da boa prática da profissão. A gente assiste porque quer. Depois do vídeo, perguntas banais ficaram no ar, sem respostas:

1. Quem segurou o microfone e gravou a entrevista, feita dentro do avião, no vôo que levou o tipo de quinta do Rio de Janeiro ao presídio de segurança máxima de Minas Gerais?

2. Alguém da própria polícia, já que se supõe que ele – algemado como aparece nas imagens – estivesse sendo conduzido por investigadores da própria polícia, as duas delegadas?

3. O advogado do sujeito, interessado em fazer perguntas que resultassem em respostas convenientes ao seu cliente?

4. Algum repórter em busca de um furo? Como ele teria entrado na aeronave, alguém teria autorizado?

5. Um agente secreto ou um videomaker amador que depois vendeu a fita a preço exorbitante?

6. Quanto a emissora pagou pelo material?

7. Por que a Rede Globo colocou no ar, além do simples fato de querer aumentar sua audiência? Não checou a procedência ou apurou a fonte?

8. Por que a polícia ainda não apreendeu a fita e os telejonais da emissora continuam a exibi-la?

9. Ela serve de prova, esse testemunho deve ser considerado, já que tudo indica que foi manipulado?

10. Por que o armário resolveu falar, já que se manteve calado desde que foi indiciado?

Elementar, meu caro. As perguntas, assim como as respostas, eram de décima categoria. Deixavam claro que se tratava de uma estratégia para que o acusado respondesse questões de seu completo interesse, se inocentando de tudo.

Alguém tome uma providência, fazendo o favor?

Em tempo: o que é um tapinha levado no peito para quem esquartejou uma pessoa? E o que seria uma picadinha de seringa para o exame de DNA?

(Fernanda Teixeira)

sábado, 17 de julho de 2010

Rio Preto fervilha

Depois da peça, o papo com Fernando Fialho, enquanto Adriana Balsanelli dava suporte ao repórter cinematográfico da TV Cultura (Pablo) para a entrevista ao Metrópolis. Da pizza com a jornalista Maria Eugênia de Menezes, do Estadão, surgiu a ideia da pauta com o dramaturgo americano Richard Maxwell e o diretor Roberto Alvim. Noite tranquila no hotel Michelangelo.

Dia seguinte da abertura do Festival Internacional de Teatro, café da manhã com Fábio Mazzoni e Emilie Sugai - que estão em Rio Preto com o espetáculo Hagoromo. Em outra mesa, o diretor Marcelo Lazzaratto e o pessoal da Cia. de Teatro Elevador Panorâmico. Teve, ainda, encontro com secretário de Cultura de São José do Rio Preto, Deodoro Moreira, almoço na charmosa Swift, e despedida das assessoras locais Ariéle, Mariana, Simone.

No finalzimnho, papo com o diretor Roberto Alvim e os curadores Gabriela Melão, Sidnei Martins, Sérgio. Adriana ficou na rodoviária - visitaria a família a poucos quilômetros dali - e eu fui para o aeroporto levando na bolsa a fita gravada com as imagens do programa Metrópolis que o motoboy retiraria duas horas depois na Arteplural. No avião, outros profissionais que estavam no FIT também. E um o ar condicionado mais gelado que o usual.

Rinite alérgica na noite de sábado. Fim de semana de cama. Perdi o festão da amiga Vera Mestre Rosa. Só no domingo coloquei o nariz para fora de casa. Fomos almoçar no aconchegante Zino, na Joaquim Távora, Vila Mariana. Depois de alguns copos de vinho e risoto de pera com gongonzola, catamos carambolas direto das árvortes no quintal do restaurante.

(Fernanda Teixeira)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Festival Internacional de Teatro

Uma meia lua recortada no céu testemunhou a abertura do FIT 2010, quinta, 15 de julho, com a apresentacão do espetáculo Antes, da Cia Armazen. Especialmente criada para o FIT, a peça foi apresentada ao ar livre, para um publico de quase 5 mil pessoas, junto à represa, na noite de vento gelado em São José do Rio Preto. Vendedores ambulantes, pipoqueiros, cheiro de churrasquinho no ar, a banda ao vivo na meia arena do espaço cenográfico deram ao espetáculo ares de show de rock. Por pouco mais de uma hora, o teatro flertou com o povo, o popular teatro brasileiro. Nós aplaudimos.
(Fernanda Teixeira, de Rio Preto)

Fotos de Hélio Tuzi

sábado, 10 de julho de 2010

Valha-me, Copa do Mundo!

Heitor Flumian, especial para o Blog do Dudu

Creio que raríssimas pessoas foram felizes nos seus palpites nos ‘‘bolões’’ da Copa por aí. Os viciados em futebol, certamente, foram surpreendidos (novamente?); logo, mulheres (desculpem-me, vocês são a razão da nossa existência, mas a verdade é que a grande maioria não entende bulhufas), ranzinzas de plantão (apenas pessoas infelizes teimam em menosprezar a redonda e seus 22 marmanjos) e leigos despretensiosos (por que não participar da brincadeira?) devem ter ganhado uma graninha nesse bolão.

A Copa, assim como sua cria Jabulani, está um tanto inconstante. Com exceção da Alemanha entre as seleções semifinalistas – esteve entre as quatro melhores em 11 edições das 18 disputadas até agora – parece que tudo pode acontecer. As sempre favoritas seleções do Brasil, Itália, França e Inglaterra decepcionaram.

Os guerreiros-brahmeiros-religiosos canarinhos até ameaçaram brilhar, mas não se ganha o mais importante e desejado campeonato de futebol do planeta apenas com uma ótima zaga, com um ataque renomado e com os 11 titulares. O meio campo é o equilíbrio do time, onde é dada a cadência ao jogo, e nosso afável Dunga só levou carregadores de piano entre os reservas para essa posição, preterindo qualquer possibilidade de futebol arte que ousasse sair de seu regime tático para definir uma partida.

Já os vaidosos italianos envelheceram e pouco renovaram na convocação; a maioria dos jogadores deveria ter se aposentado da seleção após a conquista de 2006 a tempo de sair ‘‘por cima’’. Os nossos carrascos franceses, sem o maestro Zidane, protagonizaram o maior papelão da competição graças à arrogância e a falta de carisma de seu técnico aliado ao conflito de egos e de disciplina de alguns de seus principais jogadores. Os ingleses, por sua vez, deixaram o bom futebol no badalado Campeonato Inglês e seu maior destaque em terras africanas foi Mick Jagger, o maior pé-frio da história.

A Argentina só é decepção para nós quando ganha, então, fizeram bonito! Se os hermanos vencessem o mundial com Maradona como técnico, o mundo não seria o bastante para tanta auto-estima. Do futebol africano também se esperava mais, porém menos por sua evolução futebolística nos últimos anos que pela comum idealização de vê-lo, pela primeira vez e em seu continente, no topo do mundo. Pecaram ao tentar europeizar seu estilo de jogar futebol, jogando de maneira excessivamente pragmática, perdendo sua peculiar alegria, a magia do imprevisto, da gingada que leva ao gol e da posterior dança na comemoração. Americanos e orientais vêm melhorando cada vez mais e, junto aos sul-americanos do segundo escalão, fazem da Copa do Mundo uma competição mais equilibrada e difícil de ser conquistada.

Camisa e tradição não ganham mais jogo, e isso é bom para o futebol, o mais popular e democrático dos esportes. Popular pois não há outro esporte que pare o mundo para ser apreciado. Democrático porque não é preciso mais do que dom e um par de pernas para praticá-lo; brancos, negros, amarelos, altos, baixos, velozes, lentos, fortes, franzinos, religiosos, boêmios, há gramado para todos.

Dessa vez Espanha, que costuma chegar como uma das favoritas e amarelar no caminho, e Holanda, que foi duas vezes vice-campeã, farão uma inédita e inesperada final. Domingo uma delas entrará no seleto grupo das campeãs mundiais (Brasil, Itália, Alemanha, Argentina, Uruguai, França e Inglaterra). E depois disso, só lamento. Serão mais quatro longos anos na espera pelos próximos gols, polêmicas de arbitragem, musas nas arquibancadas, folgas no trabalho e bolões imprevisíveis.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Presente de Alê Staut para o blog

Este foi um fim de semana com pensamentos viajando pelo teatro. Sexta teve a estreia em São Paulo de Macbeth, na direção do Aderbal Freire-Filho, com Daniel Dantas e Renata Sorrah à frente do elenco.Eu que não perco as peças do Aderbal por nada, não podia deixar de ver este Shakespeare, depois dele me tirar de órbita com seu Hamlet, protagonizado por Wagner Moura. Gostei bastante da montagem, que conversa bastante com os tempos atuais, como ele disse na entrevista coletiva na semana passada. Confesso que esperava ver “baixar” a Nazareth Tedesco, da novela Senhora do Destino, na Renata Sorrah.
Depois me lembrei que Shakespeare é sutil, que seus personagens não são maniqueístas, que em cada um deles o bem e o mal estão intrínsecos. Como na vida real, ninguém é totalmente mal, nem totalmente bom, em Shakespeare. A montagem do Aderbal é sutil, como a peça parece pedir, este texto atemporal, universal, em que os personagens se mostram contraditórios, heróis e miseráveis ao mesmo tempo, como nós somos no dia a dia. Palmas para o Aderbal e sua trupe. Que a sala do Sesc Pinheiros lote até o fim da temporada.
No sábado, também tinha programado visita ao teatro. Não assistiria a uma peça, propriamente. Ia ao Satyros para o lançado do livro comemorativo dos 20 anos da companhia, que é um dos meus xodós na cidade.De repente recebo uma mensagenzinha do Ivam Cabral, via twitter, de que o lançamento fora adiado. Motivo: o amigo e ex-colega de Jornal da Tarde Alberto Guzik nos deixava. Guzik, grande Guzik, meu colega de mesa no JT, que, no começo, me deixava com um certo mal-estar. De repente ele foi se abrindo, até que me deu os originais do seu livro “O que é ser rio e correr” para ler.
Guzik que me iniciou na arte de assistir a uma peça, me ensinou a observar uma obra de arte e que me apresentou um dos escritores prediletos, o francês Patrick Mondiano, do qual li tudo. “Toma este livro pra você, vá ler este cara”, ele me disse, em 2000, na redação do JT. O livro era “Do Mais Longo do Esquecimento”, que guardo com carinho, um volume que já reli três vezes.Eu era completamente cru no jornalismo cultural e o Guzik me ajudou muito nos meus gostos. Como éramos vizinhos, todas as tardes ele me dava carona com seu taxi, e ali falava do teatro, com brilho nos olhos, reclamava da falta de espaço, nos jornais, para a crítica ou a reportagem teatral, e que também falava de assuntos triviais, como os pasteis da feira da rua Mato Grosso... aqui pertinho da nossa casa.
Deixei o JT um dia e perdi o contato com o Guzik, até que o encontrei feliz e saltitante pelas ruas do bairro. Ele deixara a crítica e voltara aos palcos. Como continuamos vizinhos até o fim, passei a ver o Guzik quase que diariamente, pois minha casa é caminho entre a sua e o Shopping Frei Caneca, onde ele foi professor na escola de teatro do Wolf Maya. Vez ou outra nos encontrávamos nos intervalos de suas aulas, sempre por acaso. Sentávamos no café do Cine Arteplex e ele me recomendava um filme ou outro, falava de um romance que vinha escrevendo nos últimos tempos, da sua paixão pelos Satyros, até que um dia sumiu. Então soube que ele fora internado, para nunca mais voltar, sem ao menos tempo de se despedir com um cafezinho no Arteplex.
Hoje, teve mais teatro. Fui ver a peça “A Última Quimera” (foto), uma montagem provocativa e sedutora do grupo Les Commediens Tropicales, da qual meu amigo Weber Fonseca é ator-fundador. O texto tem inspiração no romance homônimo de Ana Miranda e opõe a figura outsider de Augusto dos Anjos (I884-I9I4) – poeta incompreendido em seu tempo, miserável, que, após sua morte, tornou-se um dos maiores poetas brasileiros, com dezenas de edições do seu único livro: Eu – a Olavo Bilac, o príncipe dos poetas, um homem de prestígio, que hoje em dia foi relegado ao ostracismo.Por que algumas pessoas dão certo? O que é dar certo? Estes são a chave da peça e o tema me pegou logo que li o programa. Mas a montagem me seduziu não só pelo script.
Os comediantes tropicais têm um estilo de teatro que adoro, transformam o espaço cênico numa grande baderna, e fazem com que a horinha que a gente está dentro da sala de espetáculos se torne uma grande cerimônia.A Cia. Les Commediens Tropicales apresenta, entre junho e outubro, em diferentes espaços teatrais de São Paulo - sempre com entrada gratuita - seus quatro espetáculos em repertório: O Pato Selvagem, de Henrik Ibsen; 2º d.pedro 2º; A Última Quimera e Chalaça, a peça. Hoje aconteceu a ultima apresentação de A Última Quimera, mas no dia 3 de julho o publico pode acompanhar 2º d.pedro 2º, no Espaço Sobrevento

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Meu adeus a Guzik

Vi Alberto Guzik pela primeira vez na redação do Jornal da Tarde. Frila fixo, tinha acabado de sair da Folha da Tarde e fui muito bem acolhida por Edison Paes de Mello na redação mais gostosa que já trabalhei. Não era mais foca, entretanto ainda muito tímida, me sentia uma menina no meio de tanta gente tarimbada no jornalismo.
Edmar Pereira, Celso Fonseca, Rubens Ewald Filho, Sergio Roveri, Carlos Hee e Cesar Giobbi eram repórteres. Para mim, todos especiais. Renato Delmanto sentava-se ao lado de Edison, secretariados por Adriana Bifulco. Óculos de aro redondinho, Guzik dedicava-se a críticas e matérias. Já era fera. Tempos depois, fomos jantar no La Tartine, só nós dois, ele morava em frente do restaurante, na rua Fernando de Albuquerque.
O encontro foi uma delícia e nos aproximou mais um pouco. Frequentando os mesmo teatros da cidade, sempre nos víamos. De longe e de perto, acompanhei sua carreira nos palcos e suas palavras no blog e nos livros. Um dia parei de encontrá-lo. Na internet, ele informava da operação em fevereiro. Foi assim, devagarinho que ele desapareceu. Fica bem aí, amigo!
(Fernanda Teixeira)

Alberto Guzik e seu legado


Por Maria Lúcia Candeias

Conheci Alberto Guzik quando, de volta dos Estados Unidos, onde fez curso de teatro, nos deu aula de Crítica Teatral na ECA. Éramos da segunda turma daquela escola, tendo prestado vestibular no ano de 1968. Foram explanações muito interessantes sobre o teatro e a crítica americanos. Um professor que regulava de idade com muitos dos alunos, o que tornava suas aulas mais próximas e divertidas. Naquela época também foram seus alunos, entre outros, Mariângela Alves Lima e José Possi. Posteriormente, tivemos aulas com o Sábato Magaldi que, ao invés de aulas teóricas, nos mandava criticar peças em cartaz, método que sempre usei quando lecionei crítica e que era bem menos agradável do que aulas do futuro grande crítico do Jornal da Tarde.

Seu mestrado sobre o TBC é um trabalho que tem o reconhecimento de todos os que conhecem o período dos anos 50 e costuma ser consultado pelos alunos. Suas críticas durante do tempo do JT e Estadão, deveriam ser editadas para ficarem à disposição daqueles que pretendem conhecer o teatro posterior, sem se basear apenas nos mais que consagrados Décio Almeida Prado e Sábato. Ainda mais que ambos deixaram de escrever em jornais acompanhando as temporadas. Primeiro o Décio, no início dos anos 60, e depois o próprio Sábato, a quem Guzik substituiu com brilho.

Me lembro de ter sido dirigida por Alberto – ainda na graduação – numa peça chamada “Marcelo e Marcela”, eu é claro, era do coro. Depois de deixar a mídia impressa, Guzik se dedicou de maneira mais constante à atuação, integrando os grupo dos Satyros e também à direção teatral. Falta mencionar seu legado como autor, que não é pouco. São peças extremamente bem escritas entre as quais destacaria “Um Deus Cruel” e nos brindou com um romance que depois adaptou para o palco “Risco de Vida”.

Creio dever a ele e a Aimar Labaki (então crítico da Folha) minha indicação para integrar a comissão do prêmio Shell de teatro, onde estivemos muitos anos juntos e nem sempre concordando com as indicações, como só acontece a todos que votam em premiações bem como nos que se candidatam aos incentivos do tipo Fomento e Proac.

Guzik foi uma pessoa íntegra, sincera e competente em todas as atividades que exerceu, Sua morte foi uma grande perda para nosso querido teatro.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Cara de um, focinho de outro



É a Sofia, filha mais nova do Dudu, se esbaldando na praia.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Ufa!

Que bom que o jogo terminou logo. No final da partida, o time da Coréia do Norte resolveu atacar, estimulado pelo seu primeiro gol. Em um balanço da partida, o Brasil demorou para engatar e fez o torcedor sofrer. E por que Dunga tirou Elano depois do gol? Tudo bem que colocou Daniel Alves, mas o fato é que a seleção precisa jogar no ataque e não ficar nesse lenga-lenga de tirar a paciência de qualquer mortal. Alô, alô, Dunga, vamos jogar para a frente!
(Fernanda Teixeira)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Capobianco e Sinisterra inspiram Georgette Fadel


Uma sopa e um copo de vinho estimularam nossos corações e mentes para encarar o Inverno fora de época nesse começo de junho.

Na gélida noite de ontem, terça, dia 8, o parco público que enfrentou o trânsito e o frio para ir até o Instituto Cultural Capobianco - na abertura da primeira mostra de teatro para comemorar os 70 anos do dramaturgo, diretor, pesquisador e professor espanhol José Sanchis Sinisterra – saiu de lá revigorado.

A ausência não explicada de Fernando Peixoto, que comandaria o bate papo depois da leitura dramatizada de Nhaque ou Sobre Piolhos e Atores, foi suprida por uma palestra interessantíssima de Georgette Fadel, da Cia São Jorge de Variedades.

Aos 36 anos, a jovem diretora deixou a platéia entretida em sua conversa gostosa, decorrente de pensamento elaborado. Discorreu sobre Memória, tema da palestra, nome da sala (Teatro da Memória, dirigido hoje por Fernanda Capobianco, sob os olhos atentos de dr. Júlio Capobianco, seu avô, e que nos anos 20 sediou a fábrica de ladrilhos de seu bisavô, Remo Capobianco) e assunto de pesquisa do próprio Sinisterra.

Para falar de memória, passado, Georgette encontrou ganchos no presente e no futuro. Comentou o hábito de nos referirmos com nostalgia romântica aos anos que não voltam mais, "quando tudo era melhor", "puxa, antigamente a gente andava sossegado.....".

Disse que o passado é a história de cada um, de cada povo, nação, que ele constrói conhecimento, a memória da humanidade/universo. E o presente resulta dele, nos prepara para novos passos. Tocou na velocidade desse século 21, na "necessidade" imposta (goela abaixo) a todos pela ditadura da eterna juventude. A "ordem" de apagarmos as marcas do passado, riscos, rugas dos nossos rostos.

No final, agradecemos a Baco por te nos encorajado a sair de casa e sorver tão fascinantes idéias.
(Fernanda Teixeira)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Os argentinos dão pano pra manga


Argentinos são dramáticos - tudo a ver o tango tem nascido lá. Na direção de táxis, guiam como loucos. Escandalosos buzinam sem se importar se já é meia noite, tirando fina de ciclistas. Emburrados, insistem em dizer que não ligam mais para futebol. Você pergunta se eles estão confiantes, se gostaram da escalação da seleção de Maradona, eles ficam calados, fazem aquele silêncio para dramatizar o momento, depois dizem não gostar mais de futebol porque a situação econômica do País está ruim, blá blá, blá.

Mal informados e com pose de engajados politicamente, acham Lula o máximo pelo fato dele ter sido sindicalista. É a única informação que têm sobre nosso presidente. A Messi, mal-humorados, dedicam o seu desprezo pelo jogador há anos defender as cores de time europeu, o Barcelona. Daí você chega no hotel moderninho - daqueles denominados boutique, não sei o porque, com a parede do quarto pintada de preto, horrível, o hall mais parecendo uma boate -, liga a TV e só passa programa de futebol. Muda de canal e tome futebol! E os caras não dão o braço a torcer.

Espertinhos, costumam passar notas falsas – até no aeroporto nos dão essa informação - , por isso é bom andar com pesos de pequeno valor, que o táxi é baratinho lá. E como a moeda deles está bem desvalorizada, é o paraíso para brasileiros fazerem compras em Buenos Aires, mresmo com motoristas chatos. Tem táxi que não leva quatro pessoas. Sorte a nossa que apenas uma vez ficamos na mão por esse motivo. Situação saia justa foi uma só, na chegada e na saída de uma hora e meia de passeio por Puerto Madero, à noite. Mas isso eu conto em outra oportunidade. Hospedados na Recoleta, andamos a pé até o Centro e passeamos pela Galeria Pacífico, um dos lugares ainda não degradados do Centro da cidade.

Para ir até Palermo - o bairro mais descolado da cidade, com uma arquitetura bem charmosa, reunindo lojinhas, cafés e estúdios de artistas transados -, o jeito é pegar táxi mesmo. Sem problemas. Além de nos distrairmos bastante nessa curta viagem de quarta a domingo, passeando por uma Buenos Aires que continua linda e convidativa, aproveitamos para nos divertir a cada táxi que pegávamos. Assim, lavamos a alma, rimos muito da cara deles. De quebra, tomamos muito vinho, visitamos museus e o cemitério, compramos, sentamos em fofíssimos cafés para filosofar e ainda tivemos fôlego para namorar.

Obs – Uma graça os passeadores de cachorros, sempre às voltas com pelo menos seis bichinhos de raças e tamanhos diferentes.
(Fernanda Teixeira)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Nara tem tudo a ver com Nara Leão

Por Maria Lúcia Candeias
Doutora em teatro pela USP
Livre Docente pela Unicamp

Em primeiro lugar é uma peça musical que homenageia a musa da Bossa Nova. Foi escrita por Márcio Araújo e Fernanda Couto (que também interpreta a protagonista). Totalmente baseada em dados da vida da cantora, consegue ser tão gentil e delicada como ela foi e apresentar alguns de seus maiores sucessos.

Fernanda além de cantar de forma muito semelhante a da personagem, apresenta o tempo todo gestual delicado e, aparentemente tímido como o dela, com feminilidade igual. Todas essas são características que mostram porque ela foi considerada a musa do movimento. Pra quem não sabe ou não se lembra, a bossa nova se insurgiu contra o excesso de melodrama que caracterizava os samba-canções e suas letras na época antecedente, o batuque talvez um tanto desenfreado dos sambões do período e o vozeirão dos cantores que acentuava o exagero das emoções retratadas.

Nara, assim como João Gilberto, era bossa nova no jeito de cantar e agir, mesmo longe dos microfones. É claro que a turma que ficou apelidada de velha guarda não gostou a princípio. Quem viveu aquele momento deve lembrar da antipatia inicial até de um músico brilhante como Ary Barroso, por aquela geração cantando tão mansinho e mais mexendo os olhos e o rosto do que requebrando.

O autor da “Aquarela do Brasil”,cansou de ironizar esses então jovens “com voz de apartamento” no programa de TV que comandava na época. A ponto de Carlos Lyra compor uma música querendo se livrar de “Influência do Jazz”. Pois Nara, de aparência tímida como a bossa começou a gravar justamente os sambas de Zé Ketty e Nelson Cavaquinho, com a mesma aparente inconsciência e delicadeza que sempre foi sua marca registrada e a de João Gilberto.

Posteriormente enturmou com a jovem guarda e sua geração não a acompanhou. O espetáculo apresenta tudo isso e muito mais graças à maravilhosa atriz/cantora e aos três músicos impecáveis e talentosos: Rogério Romera, Silvio Venosa e Rodrigo Sanches.

Isso sem citar a eficiente direção de Márcio Araújo (também autor já citado) do como sempre ótimo diretor musical de Pedro Paulo Bogossian, Vale mencionar ainda os figurinos de Cássio Brasil e a cenografia de Valdy Lopes tudo muito discreto e de bom gosto, como o da protagonista e da bossa em si.

Todo mundo que foi ver gostou muito, ou como eu, amou. Destaco como um único senão, o fato de não citarem o nome do Sivuca durante o espetáculo. Foi ele que compôs a melodia de “João e Maria”. O saudoso Sivuca além exímio sanfoneiro, era uma pessoa de uma alegria e de um humor inigualáveis. Duvido que Chico Buarque tivesse escrito “agora eu era herói e meu cavalo só falava inglês”, não fosse em parceria com Sivuca, o grande brincalhão.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Tricolor

Hernanes está jogando muito, com Dagoberto, Marlos e agora Fernandão. Desse jeito ninguém segura o São Paulo. A má fase passou, Deus ajude. Pena que não ficaram com Muricy, o técnico era a cara do grupo. Mas temos que concordar que é um clube que sabe contratar.

(Fernanda Teixeira)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Agora é moda por aqui também

Por Maria Lúcia Candeias
Doutora em teatro pela USP
Livre Docente pela Unicamp

Quem gosta de ir ao teatro e está acostumado a ver uma história com começo meio e fim, ou várias histórias com um tema comum e algumas conclusões, provavelmente está estranhando bastante, muitos espetáculos que colocam os personagens numa mesma circunstância e só.

Esse estilo foi teorizado por Hans-Thyes Lehmann (alemão com livro editado pela Perspectiva) e se chama pós-dramático. Apresenta como que algumas fotografias de uma mesma circunstância sem busca de uma progressão ou lógica. Insisto em chamá-lo circunstancial e não teatro de situação, porque esse nome já foi usado por Sartre para denominar o teatro existencialista que acreditava que não nascemos com uma personalidade fixa, mas somos moldados pelos acontecimentos de nossas vidas.

A turma do pós-dramático não acredita em nenhuma das duas coisas, apenas no caos. Há peças como “In On It” (Teatro FAAP) ou mesmo “Cachorro Morto” (Teatro Imprensa) que guardam alguma proximidade com essas teorias. No entanto, quem casa inteiramente com elas são “Cinema” e “Êxtase”.

Êxtase focaliza alguns amigos de balada bebendo e conversando juntos sobre temas jogados como é comum aos beberrões. É uma encenação irretocável assinada por Mauro Baptista Vedia, sendo o texto de um inglês pouco conhecido por aqui, Mike Leigh, cuja peça “A Festa de Abigail” já esteve em cartaz com o mesmo diretor e fez um sucesso menor do que o merecido.

Colaboram para os acertos de Êxtase, o maravilhoso elenco super afinado (Érika Puga, Amanda Lyra, Eduardo Estrela, Francisco Eldo Mendes e Fernando Catani), incluindo-se especialmente Mário Bortolotto, que volta ao palco com tudo, depois do terrível acidente de que foi vítima. Além deles há a excelente contribuição da cenografia de Álvaro Razuk, da iluminação de Marcelo Montenegro e dos figurinos de Maitê Chasseraux.

É possível que quem bebe fique louco por um copinho na platéia, mas quem não bebe e sai logo do agito das festas, talvez ache muito longo. O espetáculo está em cartaz de terça a quinta no CCBB (com van saindo do antigo edifício Zarvos) às 19,30hs.

Já “Cinema” leva a assinatura do consagrado diretor Felipe Hirsch. Criação coletiva,focaliza rápidos relacionamentos que ocorrem na platéia de um cinema em sessões diferentes nas quais se ouve sons de alguns filmes. São flashes em geral sedutores interpretados por quinze bons atores. O cenário (são só as poltronas) assinado por Daniela Thomas, os figurinos por Verônica Julian e a eficiente luz por Beto Bruel. Está em cartaz no SESI de sexta a domingo às 20hs.

Novamente apenas flashes de momentos no mesmo local. Essa estética composta de tomadas rápidas faz lembrar o dança-teatro criado por Pina Bausch, mas. nos parece, ela ganha de todos. Basta lembrar o espetáculo “Água” sobre brasileiros que apresentou no Alfa em 2001, no qual o elenco brindava falando Tim Tim, e as mulheres viviam passando as mãos no cabelo especialmente quando conversavam (coisa que a gente não nota mas todas as brasileira não param de fazer). Não dá pra comparar com a alemã, mas quem mais se aproxima dela por aqui é sem dúvidas Mariana Muniz.



Fui assistir espetáculo para surdos dirigido por ela,“Encontros de Dois”, esperando uma mímica que eu não entendesse e meu queixo caiu. Os atores se movimentavam, dançavam, falavam e gesticulavam com extrema competência (Carol Vuditti, Deborah Andrade, Emilene Gutierrez, Fernando Dourado, Lúcia Kakazu, Leonardo Costa e Patríck Amstalden). Ao mesmo tempo em que uns se comunicavam por gestos outros por palavras de maneira que toda a platéia entendia seus felizes encontros cheios de afeto. Esteve em cartaz em curta temporada no Teatro Olido e vão para outras cidades. Se voltarem para cá você não deve perder.

Foto de cena de Êxtase

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Vitória da ética na política brasileira

Pressão popular legítima aprova o Ficha Limpa. Uau, nem acredito! Também, ia pegar muito mal, em ano de eleição, votar contra. Era comprar o próprio caixão e enterrar a vida política. Valeu a pressão da sociedade. E que o Congresso funcione sempre assim: sendo a caixa de ressonância da população.
(Fernanda Teixeira)

Programa nuclear iraniano: acordo mediado pelo Brasil vale o quê?


China, Rússia, Estados Unidos, Alemanha, França e Inglaterra. De um lado, as grandes superpotências mundiais. De outro, Brasil, Turquia e Irã... Ai, meu Deus, queria tanto estar do outro lado...

***

É fato que o mundo nem deu bola para o acordo firmado em Teerã entre Brasil, Turquia e Irã. Tão alardeado pela diplomacia do Brasil, o tratado já chega com prazo de validade vencido. Não se passaram 24 horas e o gurpo dos grandes já anunciava outra medida.
Além do mais, quem coloca a mão no fogo sobre a credibilidade do Irã. Será que o Brasil tinha de dar esse crédito?

O Conselho de Segurança da ONU vai votar as sanções ao Irã e Brasil disse que vai ficar de fora dessa briga. Brasil entrou em jogada de alto risco e é difícil imaginar que o país seja tão influente a ponto de modificar a tendência do Conselho de Segurança da ONU.

O marketing do governo brasileiro continua fazendo ponto. Mas agora aposto que Lula não é mais "o cara".

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Votação do Ficha Limpa vai acontecer em sessão extraordinária no Plenário, em regime de urgência. Isto sim é democracia. Temos de barrar a candidatura de políticos condenados pela Justiça. É tão básico que parece estúpido a gente vibrar.

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Quando a gente não vota em uma Eleição não pode nem viajar para fora. No caso dos políticos, tudo podem. Chega, né?

(Fernanda Teixeira

domingo, 16 de maio de 2010

Quem diria, acabei no futebol! Ou é o começo?

Depois do jogo contra o Cruzeiro, quarta da semana passada, quando o São Paulo voltou a jogar, o time que entrou em campo hoje contra o Botafogo deu sono. Acabei dormindo no sofá de tão chata a partida. De nada adiantou o gol de Leo Lima no começo. Com os jogadores na retranca de novo, aquele jogo mole, o tricolor perdeu de virada.
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Para baixar a bola, nada como um pênalti perdido. Neymar que o diga. No Santos, deu empate contra o Ceará.
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O Corinthians ganhou do Grêmio. Os "mano" estão em 1º no Campeonato Brasileiro. Resta saber se vinga até final do ano.
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E o Palmeiras, jogou?
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Dunga, leva o Adriano, vai! Ou o Gaúcho. Falta um jogador de peso, ops, de peso mas não o Ronaldo.
(Fernanda Teixeira)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Espetáculos para não perder

Por Maria Lúcia Candeias
Doutora em teatro pela USP
Livre Docente pela Unicamp

Alguns espectadores que saem do Teatro Bibi Ferreira discutem se “A Dança Final” está ultrapassada ou não. Tudo por conta do Viagra. Em primeiro lugar a peça em cartaz no momento, com as maravilhosas interpretações de Denise Weinberg e Norival Rizzo, foi escrita por Plínio Marcos em 93 e reescrita em 2002, para a primeira montagem dirigida por Kiko Jaez, onde se incluía o Viagra que o protagonista não podia tomar.

O espetáculo atual se baseia no texto de 93 e não inclui o medicamento propositadamente, pois menciona que alguém do mesmo prédio não podia tomá-lo por ser diabético. Nunca li o texto original só o vi nas duas encenações, sempre brilhantes, como tudo que o autor escreveu. A peça montada com Nuno Leal Maia, no papel principal tinha uma evolução dramática que envolvia a platéia. A atual não tem. E, nesse aspecto foi modernizada e transformada num teatro pós-dramático.

Além disso, conta com belos figurinos de Leopoldo Pacheco, ótima iluminação de Wagner Freire e trilha como sempre irretocável de Aline Meyer. Sem dúvidas merece ser vista. Há quem prefira a primeira montagem, mas ambas são ótimas. De todo modo é um Plínio. Tem que ver.

Essa questão de ultrapassado ou não, é coisa de pouquíssimo antes do século XX. Como é sabido, só no fim do XIX, com a invenção da eletricidade, o espetáculo teatral passou a ter maior importância do que o texto escrito. E, alterar algo que o autor escreveu, deixou de ser uma atitude iconoclasta. Hoje, pode-se cortar ou ampliar qualquer texto se parecer necessário.

É o que eu gostaria que tivessem feito em “O Grande Inquisidor”, mas tenho que reconhecer que mexer em Dostoievski talvez fosse excesso de ousadia. A peça transforma em monólogo teatral um trecho que consta do livro “Os Irmãos Karamazov”. Um Inquisidor – ninguém menos do que Celso Frateschi – questiona Cristo (ótima participação de Mauro Schames) sobre aspectos inaceitáveis no mundo criado por ele. Hoje, teríamos mais questões irrespondíveis para colocar no diálogo, que, apesar de não estar mais atualizado, toca em pontos fundamentais.

O espetáculo singelo, conta com a direção certeira da Rubens Rusche, cenários e figurinos adequados de Sylvia Moreira e iluminação impecável também de Wagner Freire. Quem gosta de textos instigantes, com atores nota dez, não pode perder nenhum dos dois.

Saudações são-paulinas

Quem sou eu para discordar do Dunga, mas na minha seleção levaria Adriano e Ronaldinho Gaúcho. Agora só mesmo no álbum, que estou quase complentando. O Domingos Quintiliano, grande iluminador, companheiros de tantas peças, e que agora está no "Faustão", já fechou.
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O São Paulo voltou a jogar. Hernanes, Dagoberto e agora Fernandão ainda vão dar o que falar. Na Libertadores e no Brasileirão. Além de boa pinta, parece que o cara chegou para somar, e muito. Rogério Ceni continua fzendo a diferença. Pegou cada bola na partida contra o Cruzeiro!

(Fernanda Teixeira)

terça-feira, 4 de maio de 2010

Os bailarinos dançam no Festival Cultura Inglesa


Renata Aspesi e Roberto Alencar - Foto de Gal Oppido

Renata Aspesi e Roberto Alencar em cena

COREOGRAFIA EXPLORA A INFLUÊNCIA DA
FOTOGRAFIA DE JOHN DEAKIN NA OBRA DE FRANCIS BACON
Estudiosos da figura humana, Francis Bacon e John Deakin
inspiraram “Um Porco Sentado”, criado por Roberto Alencar
para o 14º Cultura Inglesa Festival.


Nesses tempos de poderosas ferramentas de edição de imagem é difícil imaginar um fotógrafo especializado em moda optar pelo “real, sem maquiagem”. Mas nos anos 50, a revista Vogue Britânica mantinha em seu staff o fotógrafo John Deakin (1912-1972) que, paradoxalmente, teve a sua obra marcada pelo grotesco. Os bailarinos Roberto Alencar e Renata Aspesi, da recém-formada Incunabula Companhia, foram buscar inspiração nas obras de Deakin e nas influências da pintura de Francis Bacon (1909-1992) para criar “Um Porco Sentado” que será apresentado durante o 14º Cultura Inglesa Festival.

Para Roberto, Deakin e Bacon eram profundos estudiosos da figura humana e, por isso, sua opção por um minucioso exame na temática do corpo na arte e na sociedade atuais. “Deakin e Bacon se contaminaram em todos os âmbitos. As obras dos dois não seriam as mesmas se não tivessem se encontrado”, explica o coreógrafo.

Alencar lembra que além da parceria, a estreita amizade fortaleceu a troca mútua representada nas obras dos dois artistas. “Um exemplo desta troca é o retrato de Francis Bacon feito por Deakin para um editorial da Vogue, em 1954. O fotógrafo colocou o amigo sentado e, em suas costas, um porco cortado ao meio, pendurado contra um fundo preto. As duas metades da carne do animal dão a ilusão de que o pintor possui asas. Inspirado por esta imagem criada por Deakin, Bacon pinta o retrato do Papa Inocêncio X sentado, com as mesmas asas de porco dilacerado da fotografia original”, lembra.

Em “Um Porco Sentado”, Alencar e Aspesi fazem este mesmo movimento de adaptação de uma linguagem para outra. Como Bacon que transpôs para a pintura a fotografia de Deakin, os criadores-intérpretes levam as obras dos dois artistas para uma nova linguagem: a do palco. O espetáculo foi concebido e dirigido por Roberto Alencar com a direção geral de Lúcia Romano, iluminação do premiado Domingos Quintiliano, trilha sonora de Gustavo Domingues e Cenografia de Rogério Marcondes.

SERVIÇO
“Um Porco Sentado” será apresentado de 14 a 16 de maio na Sala Cultura Inglesa do CBB (Duke of York Auditorium), Rua Ferreira de Araújo, 741, Pinheiros. Sessões: sextas e sábado às 21h e aos domingos às 19h. Ingresso: um livro novo ou usado. Duração: 50 minutos Idade: 14 anos. O teatro possui 160 lugares, acesso para portadores de necessidades especiais, ar-condicionado e o estacionamento R$ 10,00 (1a hora) e R$ 5,00 (2a hora). Informações pelo telefone 3095-4466 e pelo site http://www.culturainglesasp.com.br/festival" www.culturainglesasp.com.br/festival

O ESPETÁCULO
O estranhamento causado nos espectadores quando entram em contato com as obras dos artistas que inspiram a coreografia dão o tom ao espetáculo. Para isto, os criadores recorreram a elementos que causam distorções e deslocamentos. “Queremos que quem esteja na platéia não perceba que se tratam de corpos humanos. Para isso, buscamos máscaras, próteses, objetos e lentes que deformam os nossos corpos”, explica Alencar.

No espetáculo, quatro objetos mostrarão ao espectador uma outra característica das obras de Bacon e Deakin. Tanto nas fotografias quanto nas pinturas, há sempre elementos que demarcam “zonas de isolamento”, separando os objetos retratados. Em “Um Porco Sentado”, um armário muito apertado, uma poltrona, um balancinho usado em fisioterapia e uma moldura vitrine com rodinhas e cortinas funcionarão como estes delimitadores de espaços. Ao mesmo tempo, estes artefatos também se acoplam entre si e aos bailarinos, colaborando com a sensação de distorção dos corpos humanos.

O espetáculo será pontuado por sonoridades que remeterão os espectadores a lugares. “Fomos buscar sons que pudessem sugerir sensorialmente uma cama, um ringue de lutadores, um matadouro, rinhas de cahorros, vitrines numa calçada ou de lugares ‘invisíveis’ como a corrente sanguínea do corpo e o interior da boca ou do esôfago para compor a trilha sonora do espetáculo”, explica Roberto.

DIRETORA, CRIADOR E INTÉRPRETES
Bailarino e Ator, Roberto Alencar é integrante da Cia. Borelli de Dança desde 1999, no qual atua como bailarino e assistente de coreografia. Como intérprete desta companhia, participou de diversos espetáculos, como “Gárgulas” (Prêmio Cultura Inglesa 2004), “Kasulo” (Festival Internacional de Lima) e “Plásmica substância” (Prêmio APCA de Melhor Coreografia). Como ator, destacam-se o filme “Salve geral” (direção Sérgio Rezende), a novela “Dance, dance, dance” (TV Bandeirantes), a minissérie “Carandiru – outras histórias” direção Hector Babenco (TV Globo) e a peça “Passatempo”(direção de Renata Melo).

Após iniciar sua carreira no Balé de Brasília, Renata Aspesi seguiu para temporada na Alemanha, onde participou de espetáculos produzidos pelo diretor de teatro Peter Koettliz. De 1996 a 1998, dançou pela companhia Euro City Ballet de Charleroi, na Bélgica. Ganhou prêmios especiais em três edições do Seminário Internacional de Dança de Brasília e Prêmio Aluísio Batata, concedido pela Fundação de Cultura do Distrito Federal. Entre 2001 e 2005 trabalhou na Borelli Cia de Dança, trabalhando em montagens e ministrando oficinas e workshops nas unidades do CEU em São Paulo, SESI e SESC. Atualmente é intérprete da companhia P.U.L.T.S. Teatro Coreográfico, sob direção de Marcelo Bucoff.

Bacharel em Teoria do Teatro pela ECA-USP, com especialização em Dança Teatro (USP) e em Dance Studies (Laban Centre, em Londres), Lúcia Romano é Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC – SP e tem Doutorado em Artes Cênicas pela ECA-USP, sobre A Criação Feminina no Teatro Contemporâneo. Estreou profissionalmente com o grupo Barca de Dionisios, do qual é fundadora. Atuou em diversos espetáculos teatrais, filmes e novelas, e foi apresentadora dos programas Telecurso 2000 e America On Line. Em 2007, recebeu o Prêmio Shell de melhor atriz. Esta foi a quarta premiação de sua carreira, que foi pontuada pela conquista dos prêmios Virtuoses/MINC (1998) e APCA, nas categorias de atriz revelação/1987 e pesquisa em linguagem cênica/1992.