quinta-feira, 26 de abril de 2012

INCRIVEL, MAS EQUUS CONTINUA ATUAL


A peça “Equus” de Peter Shafffer estreou em São Paulo em 1975, sob direção de Celso Nunes interpretada  por Paulo Autran e Ewerton de Castro. Ficou dois anos em cartaz por aqui, com mudança de elenco e depois fez também grande sucesso no Rio. Posteriormente foi montada por outros diretores. O espanto é que mesmo depois de tantos anos é super atual. Não enfoca apenas o psicótico (Leonardo Miggiorin),mas os transtornos que ele causa em seu psiquiatra (Elias Andreatto). Um texto imperdível e com excelentes atores, inclusive como coadjuvantes, há nomes de peso como Patrícia Gaspar e Mara Carvalho.

Dirigida por Alexandre Reinecke, além de caprichar na atuação do elenco, a montagem tem excelente cenário que se movimenta quando os envolvidos mudam, criado por André Cortez,  figurinos cem por cento adequados de Renata Young. 

Como se não bastasse, a iluminação do mestre Paulo Cesar Medeiros é como sempre de muito bom gosto, o mesmo podendo ser dito da trilha sonora da tarimbadíssima Tunica. 

Por tudo isso, foi uma ótima opção para a reestreia do Teatro Folha que, não parece ter mudado quase nada, exceto pela parte superior da plateia. Será que modificou a luz? Quem não entende da área não percebe muito. Mesmo assim não deixe de ver.

Maria Lúcia Candeias
Doutora em teatro pela USP, Livre Docente pela Unicamp.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Istambul Agora

Fotos do lançamento do festival Istambul Agora, ontem, 11 de abril de 2012, no SESC Pompeia. Apresentação da bailarina Lena Beaty, do curador e músico Ilhan Ersahin, entrevista para o programa Metrópolis, da TV Cultura.com Talita Miranda, também curadora. Danilo Santos Miranda, diretor do SESC, e a entreda da mostra de Ara Guller, o olho de Istambul.  Veja a programação no www.artepluralweb.com.br








terça-feira, 10 de abril de 2012

A PLATÉIA BATE PALMA E PEDE BIS



E não é para menos. Parece que a gente está participando de um show maravilhoso e íntimo que nos apresenta pessoalmente ninguém menos do que Marlene Dietrich. Tudo bem simples sem os exageros da Broadway. Mas em compensação Sylvia Bandeira nos leva para passear na Alemanha, na França e até no Brasil, cantando as músicas da época tão bem que não dá pra saber se quem canta melhor “Rien de Rien” é ela ou a Edith Piaf. É simplesmente fantástico, ainda mais que contracenam com ela José Mauro Brant, Márcia Luna Cabral e Silvio Ferrari – os três com larga experiência em musicais – fazendo papéis variados neste e surpreendendo  o tempo todo pela qualidade do trabalho seja como atores seja como cantores.

Com enorme eficiência também se apresenta o trio musical que inclui piano (Roberto Bahal), violoncelo (Jefferson Martins) e clarinete (Fernando Oliveira) que num teatro íntimo como o Nair Belo tem o mesmo efeito de uma grande orquestra e a vantagem de criar no público a ilusão de uma participação muito maior no espetáculo.

O ótimo texto foi escrito por Aimar Labaki  (autor de teatro e principalmente de novelas, jornalista e ex-crítico teatral) a direção surpreendente leva a assinatura de William Pereira que durante os últimos quatro anos só tem dirigido óperas. William se encarrega também dos cenários adequados que incluem algumas projeções de vídeo (ópera prima produções), quem se encarrega da iluminação é o fantástico Paulo Cesar Medeiros (que no caso cumpre seu papel sem que seu trabalho chame muita atenção, pois é tudo concebido para ser singelo) e os figurinos são de muito bom gosto de adequação, são de Marcelo Marques.

Há momentos em que tem-se a sensação de estar assistindo uma filmagem internacional executada na época da protagonista. Maravilhoso ! Ninguém deve perder.

                                                  Maria Lúcia Candeias
                                                 Doutora em Teatro pela USP, Livre Docente pela Unicamp.