quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Boca de Ouro encerra trilogia com chave de ouro

Por Maria Lúcia Candeias
Doutora em Teatro pela Usp
Livre Docente pela Unicamp
“Boca de Ouro “ encerra uma trilogia de Nelson Rodrigues, iniciada há cerca de dois anos, pelo Grupo Gattu, que vem apresentando esses espetáculos no Teatro Gil Vicente, nos Campos Elísios. A despeito da localização no prédio da Uniban, não é uma montagem escolar, mas profissional. Sua diretora, Eloísa Vitz foi membro do grupo TAPA.
“Boca de Ouro” é, a meu ver, uma das melhores peças do grande dramaturgo brasileiro. Teve montagem não muito feliz assinada por ZéCelso e agora esta, imperdível. A peça focaliza um bicheiro safado e mandante de um morro carioca, que resolve trocar os dentes por dentes de ouro. Nos dá muita saudade do tempo em quem faturava eram os bicheiros que comandavam favelas habitadas por cidadãos sem direito à segurança e nem à saúde, mesmo pagando impostos.
Uma parte da população e que só era “protegida” pelos chefões com suas extravagâncias e arbitrariedades, mas sem tráfico de drogas. Outro aspecto que encanta em toda a obra de Rodrigues é a verdadeira obsessão de seus personagens por enterros chiques. Seria uma característica do autor ou da classe por ele retratada?

Mas não é exclusivamente pelo texto que “Boca de Ouro” é imperdível, mas pela encenação englobando atores, iluminação e figurinos. O elenco é ótimo, alguns encarnando mais de uma figura com destaque para Elam Lima (o Boca) e a diretora Eloísa Vitz. Além deles, Laura Knoll, Marcos de Vuono, Marcos Machado e Daniela Rocha Rosa, dão conta do recado.
Quem gosta de Nelson não pode perder, quem não gosta tanto assim, deve ir pra conhecer esse texto, a meu ver, excepcional mesmo em sua obra.





Um comentário:

vaninha disse...

Quii xato dudu to muitoo triste por vc sai da fazenda adoreii sua participaçaõ la viuu te adoroo bjkss