quinta-feira, 24 de julho de 2008

Aventuras de uma "foca"

Estava pensando em casa, já faz um tempo que minha rotina se transformou. Assim como a Lívia, também caí de pára-quedas na Arteplural e, toda vez que paro para refletir sobre essa mudança, abro sorrisos e me lembro de como foi surpreendente a rapidez dos acontecimentos.

Há uns dois meses fui assistir ao espetáculo Ferro em Brasa, do grupo Os Fofos Encenam. Fiquei encantada com o cenário, o figurino, o talento dos artistas. Até comprei uma camiseta para sair mostrando na rua. Na semana seguinte, recebi um telefonema de uma amiga perguntando se eu gostaria de trabalhar e, para a minha surpresa, fui direcionada para a assessoria de imprensa dos Fofos. Imaginem minha felicidade!

Apesar de ser tagarela, tudo era novidade. Então o nervosismo veio à tona. “Chutei algumas bolas fora”, como quando perguntei para Adriana se ela e a Vanessa eram irmãs. Outra foi quando me perdi no Sesc Pompéia, na primeira vez que estive lá, para acompanhar o programa Pé na Rua, da TV Cultura, em uma gravação (agora vocês sabem, hihi). Troquei o nome do programa pelo de um espetáculo de um dos projetos do Sesc... No final das contas deu tudo certo e eu me diverti muito. Já assisti algumas peças, como Acqua Toffana (adorei) e Parem de Falar Mal da Rotina, com direção e roteiro da atriz Elisa Lucinda.

Minha mais recente cobertura foi ontem, de novo no Sesc Pompéia, para acompanhar a MTV no programa ao vivo apresentado pela VJ Penélope. Faz quase dois meses que estou na Arteplural e este é meu primeiro post no Blog do Dudu. Pela falta de experiência profissional, resolvi contar um pouco sobre a primeira delas. Tudo o que tenho a dizer é que estou superfeliz e satisfeita, principalmente por estar rodeada de pessoas incríveis, que me incentivam e, naturalmente, me servem de inspiração. Valeu!

(Mayara Castro)

Em tempo - No jargão das redações "foca" é o jornalista em começo de carreira, novato e ainda inexperiente, que escorrega de vez em quando, se deslumbra com as primeiras pautas, ingênuo ainda para os macetes da profissão. Hoje em dia, no entanto, é cada vez mais difícil encontrar nas redações ou assessorias um foca no sentido tradicional, um recém-formado que não tenha pelo menos um pouquinho de experiência profissional com o jornalismo. Para satisfazer a ansiedade e o desejo de botar logo a mão na massa, ou para aprender na prática, os jovens jornalistas estão buscando emprego cada vez mais cedo, já nos primeiros anos de curso. É o caso da Mayara, a mais jovem da nossa equipe de focas, tem 19 anos. A Lívia Pereira e a Lígia Azevedo já estão no último ano do curso, mas todas têm um ponto em comum: talento para enfrentar o futuro na profissão. (Fernanda Teixeira)

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O Fusca da Renata e a festa do Tião

A produtora de teatro Renata Alvim ficou feliz da vida, com razão. Ganhou um Fusca de aniversário do marido Carlão e dividiu a alegria com alguns amigos – entre eles os meninos do elenco de Salmo 91, o diretor Gabriel Villela, as meninas da Morente Forte – Dani, Beth e as poderosas Célia Forte e Selma Morente - numa noite gostosa em um bar simpático na rua Augusta. Que é querida, Renata sabe. Sobre o carro mais popular do século 20, pode gostar de saber de algumas curiosidades. Entre elas que antes de se tornar uma febre pelo mundo, o Fusca começou a ser produzido logo depois da Primeira Guerra Mundial, na Alemanha, e que o responsável pelo projeto foi o mecânico alemão Ferdinand Porsche.

Olha só a loucura: na época, o monstro Adolph Hitler tentava reerguer a Alemanha dos estragos causados pela guerra em praticamente todas as esferas da sociedade. E um de seus projetos para agradar o povo alemão foi, justamente, desenvolver um modelo popular de carro. Os primeiros protótipos do veículo ficaram prontos no dia 10 de outubro de 1936. No Brasil, porém, o modelo chegou apenas em 1953, depois da abertura de uma filial da Volkswagen no país.

Em julho de 1967, a empresa atingiu a meta de 500 mil Fuscas vendidos. Hoje o carro que já foi o sonho dourado de muito jovem ao fazer 18 anos, é um setentão cobiçado – só no Brasil tem 55 anos. De pop, virou cult e ainda é o queridinho de muita gente - agora da Renatinha também. Em tempo: o bólido em formato de tartaruguinha - que tem apelidos pelo mundo todo - é conhecido na Hungria como Dudu. Por isso, este texto veio bem a calhar no Blog do Dudu.


No 19. andar do mesmo prédio em que moram Alcides Nogueira e Claudia Matarazzo, nos Jardins, uma imensa janela descortinava lá embaixo a avenida Paulista. O amplo apartamento foi cenário aconchegante e mais que perfeito para a festa oferecida pelo fotógrafo José Sebastião Maria de Souza, o Tião, para comemorar a estréia da peça Os Possessos, dirigida por Antonio Abujamra, na Funarte, reunindo atores bolsistas de vários cantos do Brasil.

O encontro teve clima de confraternização, um brinde ao bem-sucedido trabalho em equipe. O generoso Tião abriu sua casa porque achou que todos mereciam uma festa, depois de tanta oficina, dos exaustivos ensaios, das dificuldades e percalços acarretados por uma grande montagem com um grupo numeroso de pessoas, o rigor do diretor, as cobranças das diversas áreas, a expectativa pelas matérias, a ida dos críticos etc.

Tião foi o anfitrião dos mais atenciosos, serviu um jantar delicioso e acolheu calorosamente seus convidados. Para coluna social nenhuma botar defeito. E ainda com direito à companhia da Belinha, mulher do Abu, e da atriz Etty Frazer, a surpresa que o fotógrafo convidou especialmente para os jovens atores conhecerem

(Fernanda Teixeira)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A música e os sonhos

Preciso me apresentar. Meu nome é Lívia, tenho 20 anos e entrei aqui como estagiária faz pouco mais de duas semanas. Li o último post da Fernanda e senti vontade de contar minha história também. Pena que não tenho muito o que escrever, ainda nem me formei!

Estou no último semestre do curso de jornalismo da Universidade Metodista e já trabalhei em assessoria de imprensa de moda e turismo, em redação de site de baladas e colaboro para o Banana Mecânica, um site sobre música independente nacional que eu tenho um imenso carinho.

A vaga aqui caiu como uma luva para mim, estou adorando, demorou! Esses dias a Vanessa comentou comigo sobre a Tigarah, que ela foi ver para a assessoria quando eu ainda não trabalhava aqui! Eu gosto muito da cantora e não pude ir a nenhum show. Imagine a minha reação quando ela disse isso!

Até agora pude conferir a discotecagem do KL Jay, a peça Acqua Toffana, o show do B Negão e a peça de spoken word Vai Te Catar!!! (que é incrível, recomendo!). Foi legal porque estou tendo oportunidade de abrir minha cabeça para outros estilos musicais. Essa semana terá Era Iluminada, com Tom Zé, Júpiter Maçã e outros, também estou super empolgada.

Vocês já devem ter percebido que meu negócio é música mesmo (pelo menos as meninas aqui já). Quem sabe eu não dou algumas dicas por aqui mais tarde...

Sobre o futuro... Não sei, meio que deixo a vida me levar, meus sonhos mudam a cada semana, a cada nova experiência. Mas, de qualquer forma, estou muito satisfeita. Até agora está dando certo. Caí aqui.

(Lívia Pereira)

domingo, 6 de julho de 2008

Mil coisas, sei lá...




Não sei por que, desde cedo sabia que a vida me reservava muito trabalho. Sonhava ser jornalista, ficava imaginando trabalhar em um grande jornal. Devorava a Folha e o Estado, lia os cronistas todos, observava seus estilos, queria viver de escrever. Sobre cultura, comportamento. Antes dos 18, prestei vestibular para Direito e Jornalismo. Passei nos dois e até hoje respiro aliviada por ter escolhido o segundo. Matei a sede de redação durante oito anos, já na era do computador.

Tímida, me armei de coragem e, com uma ponta de ousadia, entrei na redação do antigo Leia Livros, na rua General Jardim na maior cara de pau, pedi trabalho para Caio Fernando Abreu, que passou a primeira pauta da minha vida: escrever uma resenha sobre um livro de cinema de Inácio Araújo (O Cinema Industrial Americano). Fiz a matéria na pequena Olivetti Lettera 33. Peguei gosto pela coisa e por aí foi. Aprendi muito com meu primeiro editor, Carlinhos Brickmann, na Folha da Tarde (na época editada por Adilson Laranjeira), hoje Agora. Entrei na editoria de Polícia, convivendo com jornalistas que, naqueles tempos, eu achava bem esquisitos, um linguajar estranho. Quando estava decidida a desistir do emprego – era intragável escrever e traduzir os telex com notícias sangrentas de assassinatos, estupros etc -, Wladyr Nader me resgatou para o Show, o caderno de variedades. Escritor, homem culto, Nader era rigoroso com os textos e me deu dicas valiosas sobre música, teatro, literatura, cinema e, principalmente, sobre jornalismo. Depois, tive o privilégio de ser repórter do Edson Paes de Mello (na foto com os produtores da Mesa 2, Fernando Cardoso e Roberto Monteiro), quando ele editava o caderno de variedades do JT, redação fervilhante, com César Giobbi, Sergio Roveri e Edmar Pereira como repórteres especiais - além de Alberto Guzik como crítico de teatro. Era o máximo quando Edson pedia crítica de show, como o do BB King, nos anos 90, no antigo Palace.

No Estadão, fui frila fixo durante mais de ano. Ficava com o coração sobressaltado de ansiedade quando a Marta Góes, que eu já admirava, ligava no meu celular passando uma pauta. Na gestão do José Onofre, no mesmo jornal, trabalhei para Leila Reis no caderno 2, seção O Melhor de Tudo, e para Luis Antonio Giron, escrevendo sobre música – um luxo, eu entrevistava os artistas criticados por ele – do baterista Robertinho Silva a Lobão, passando por Gudin, Vânia Bastos e todos os bacanas da música brasileira.

Nesse tempo sempre rolou bastante trabalho, como frila ou repórter de uma equipe de jornal. Teve ainda Diário Popular, Shopping News, Revista Contigo.... Dez anos depois, agora em assessoria de imprensa, o trabalho não é menor, pelo contrário. Nesse fim de semana, para se ter uma idéia, passei no show do Yamandu Costa sexta à noite, no SESC Pompéia; fui à estréia de Irene Ravache, sábado, em A Reserva, de Marta Góes, no Teatro Cosipa Cultura, e ainda deu tempo para conferir duas exposições (A História dos Quadrinhos nos Brasil, no projeto HQ Férias do SESC Pompéia; e Toy Art, no Sesc Avenida Paulista). Semana que vem, entre outras, tem a estréia da nova peça do Grupo Tapa, dirigida por Eduardo Tolentino, no Teatro Imprensa, dia 11. E já vamos preparando Cordélia Brasil, de Antonio Bivar, que chega com a atriz Maria Padilha dia 25 de julho.

A variedade de assuntos fascina e o ritmo, às vezes, parece esmagar a alma de repórter. Besteira. Oxigeno as idéias no dia-a-dia movimentado. Quando a gente nasce com esse bichinho do jornalismo na veia, não em jeito. De um lado ou de outro, é um prazer, um modo de vida enxergar o mundo com essas lentes. E ainda prometo arrumar tempo (demorou!) para tocar um projeto importante, o do livro junto com o amigo Roberto Guastaferro.

(Fernanda Teixeira)