quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O Auto do Circo para encerrar o ano

O Auto do Circo com a Cia Estável de Teatro
direção: Renata Zhaneta

dias 18, 19, 20 e 21 de dezembro
às 20 horas - Grátis
Arsenal da Esperança
Rua Dr. Almeida Lima, 900 - Brás
( Estação Bresser-Mooca do Metro)

(Adriana Balsanelli)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Vania Abreu no Teatro Copa Airlines

Concurso Cultural
Entre no site http://www.quartasmusicais.com.br/ e crie uma frase com o tema: Porque a música brasileira marca a minha vida?
As cinco melhores frases ganham ingressos para o show de Vania Abreu dia 12 de Novembro, às 21h, no Teatro Copa Airlines.
As frases escolhidas serão divulgadas no dia 10 de Novembro.

Vania Abreu no Quartas Musicais Biodolce
Dia 12 de novembro, quarta, às 21 horas
Teatro Copa Airlines Shopping Eldorado - 3o. piso - Av. Rebouças, 3.970 – Pinheiros
Vendas na bilheteria ou pelo site http://www.ingresso.com.br/

(Adriana Balsanelli)


domingo, 2 de novembro de 2008

Instantes

Almoço em família, bem gostoso.
Corrida de Fórmula 1, final eletrizante.
Notícias do futebol, esperança para são-paulinos.
Caetano e Martinália, alimentos para a alma.
Amigos ao telefone, conversinha e lealdade.
Perspectiva de viagem, descanso e novidade.
Filme e namoro, prazer.
Domingo de chuva bem aproveitado.
Ou um dia de finados tranquilo.
E a imagem do meu pai feliz, dando cambalhotas no sonho do meu irmão.

(Fernanda Teixeira)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Julia Car em show na Casa das Caldeiras

Já falei aqui no blog sobre a banda Julia Car; a dica agora é que no dia 2 de novembro, domingo, às 18 horas, a moçada toca no projeto Todo Domingo, na Casa das Caldeiras. É uma boa oportunidade para conhecer o trabalho desse coletivo urbano roqueiro, rapper, pop, eletrônico ou qualquer um desses gêneros que a imprensa especializada costuma usar para classificar os artistas. Julia Car é tudo isso! É música de rua, é música urbana. A urbanidade é o mote dessa banda paulistana que mistura parafernália eletrônica, entusiasmo roqueiro, um impactante rap à voz doce da cantora Julli Pop. O time se completa com Pipo Pegoraro (guitarra), Rob Cox (baixo), Tatá Muniz (bateria), Nelsinho Black (DJ) e o MC Jottacê.

Julia Car na Casa das Caldeiras
Domingo, 2 de novembro, às 18 horas.
Avenida Francisco Matarazzo, 2000. Água Branca (Metrô Barra Funda)
Estacionamento - R$6,00.

(Adriana Balsanelli)

terça-feira, 21 de outubro de 2008

De volta ao blog

De volta ao blog, o tempo e a inspiração para escrever vão retomando suas posições. Assunto e vontade não faltam. Um livro, teatro, cinema, música. Alimentos para a alma que sempre rendem o imenso e necessário prazer de colocar em palavras a impressão, os sentimento gerados e até mesmo os estragos causados.

Na estréia de Amor de Servidão no Teatro Aliança Francesa, a produtora e dramaturga Marília Toledo (que assina o texto com o escritor Marçal Aquino, sob direção de Marco Antonio Braz) estava radiante. A sessão lotou, há tempos o Aliança não recebia tanto público. Marília é querida e respeitada. Talentosa e batalhadora, merece. Os amigos estavam todos lá. Duílio Ferronanto, Marta Goes, Marcelo Rubens Paiva, Heloisa Heloisa Castilho, Daniel Maia.

Na festa de aniversário da Rosana Rodrigues, encontrei a turma de amigos com quem convivo há mais de 20 anos – Nei Nardi, Lica Keunecke, Verinha Toledo Piza, Roberto Guastaferro, Vera Gamberini... Uma delícia tê-los sempre por perto, nessa lealdade quase canina. Sem falar que a daschund Lili, de uma simpatia e carência sem iguais, é uma alegria à parte.

Depois, com o horário de verão roubando uma hora, gastei os olhos na madrugada com a Fórmula 1, de manhã com o campeonato mundial de futsal - que o Brasil venceu da Espanha no maior sufoco, nos pênaltis, depois da prorrogação - e à tarde com o jogo entre São Paulo e Palmeiras. Falando em futebol, na quarta-feira passada deu pra ver que a seleção brasileira não tem batedor de falta, nem liderança. Não entendo por que Rogério Ceni não esta lá. Ah, sim, por causa do Dunga...

E a Justiça Eleitoral puniu a campanha da Marta por ter ofendido a honra do Kassab. Foi mal. Só porque o cara não é casado, nem tem filhos, Marta acha que ele não pode ser prefeito. Será que ela pensa que homossexual não tem potencial para ocupar esse cargo? A canalhice pode ter enterrado de vez todo o passado de Marta (o presente e o futuro também), que lutou muito pelos direitos dos homossexuais quando era deputada federal. Mas convicções à parte, na hora de apelar para a baixaria não mediu esforços – ou o tamanho do estrago. Atirou no próprio pé. Evito falar de política aqui, mas essa não deu para evitar. A lamentar, ainda, o desfecho trágico do seqüestro de Eloá. Os policiais deveriam ou não ter invadido naquela hora? Quem autorizou a volta da menina Nayara, de 15 anos, ao apartamento? O pai e a mãe não foram. Tudo muito estranho. Ninguém vai pagar o pato e nós continuamos engessados nessa impotência. Dor no coração.

(Fernanda Teixeira)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Sílvio Santos faz festa para funcionários





Apenas convidados estiveram na festa dos 50 anos do Grupo Sílvio Santos, na noite de 22 de setembro, na Sala São Paulo. A grande imprensa não teve acesso. Fotógrafos e a equipe do Pânico ficaram plantados na porta de entrada - e lá permaneceram até o fim da festa. De tanto pagar mico, agarrado à grade que o separava dos convidados, Vesgo estava todo descabelado na saída. Nós testemunhamos o coquetel, o jantar e depois o show, com Agnaldo Rayol, Fafá de Belém, Elba Ramalho, Tato do grupo Falamansa, Luiza Possi e Dudu Nobre. Na abertura dos shows, finalmente Silvio Santos apareceu para um rápido discurso, onde enalteceu os funcionários: “Sou apenas o rosto do Grupo, vocês são o coração”. Depois atribui à sorte o seu sucesso: “Muitos de vocês são mais talentosos e melhores que eu nos negócios. Por que fui bem-sucedido? Acredito que por sorte”.

Os mestres de cerimônia Cíntia Binini e Celso Portioli apresentaram com imagens uma retrospectiva dos 50 anos, mesclada a imagens dos fatos mais importantes que marcaram o Brasil desde 1958, quando a seleção brasileira de futebol ganhou a Copa do Mundo da Suécia. Bossa Nova, Jovem Guarda, Ditadura, a época dos festivais, queda do Muro de Berlim .... Os fatos da nossa história eram ligados à trajetória de Sílvio Santos, e ele mesmo lembrou do tempo em que subia em caixas para influenciar as pessoas a acreditarem no Baú da Felicidade.

Para terminar a coluninha, pego emprestado a mania de fazer listas e elenco os mais elegantes da noite: o maestro Mário 'Premê' Manga, numa estica só, regendo a orquestra; Adriane Galisteu, de terninho e gravata, toda estilosa linda e loira, e a produtora de teatro Cintia Abravanel, que comanda o Centro Cultural Grupo Sílvio Santos, radiante em seu pretinho de decote acentuado.

(Fernanda Teixeira)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Sítio do Picapau Amarelo estréia dia 12


Com direção de Roberto Talma, vem aí o Sítio do Picapau Amarelo – o Musical, espetáculo que estréia dia 12 de outubro, Dia da Criança, no Teatro Procópio Ferreira. A história de Monteiro Lobato - que embalou a infância de várias gerações, desde a primeira versão na TV Tupi até a mais recente na TV Globo, de 2001 a 2007 - chega ao teatro com 18 atores no elenco, destacando a atriz Mariana Elisabetsky no papel de Emília e Bibba Chuqui fazendo a Tia Anastácia.

Com adaptação de Flávio de Souza, a superprodução tem grandes cenários, projeções de vídeo, efeitos de luz e som, direção musical de André Abujamra, coreografia de Fernanda Chamma, preparação vocal de Ronnie Knewbleski, cenografia de João Irênio, luz de Maneco Quinderé, som de Fernando Pontes, figurino de Helena Araújo e Djalma Brilhante e produção geral de Sandro Chaim. Das 14 músicas cantadas no espetáculo, 10 são originais das melhores temporadas do Sítio do Picapau Amarelo na TV Globo, incluindo sucessos como “Sítio do Picapau Amarelo”, mais conhecida como “Marmelada de Goiaba”, de Gilberto Gil. As outras quatro foram compostas especialmente para o espetáculo por André Abujamra, com letras de Flavio de Souza.

SÍTIO DO PICAPAU AMARELO – O MUSICAL – Estréia dia 12 de outubro (domingo). Sábado e Domingo, 16 horas. Teatro Procópio Ferreira - Rua Augusta, 2.823 - Telefone - (11) 3083-4475. Capacidade - 670 lugares. Classificação etária - livre. Duração - 70 minutos. R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia-entrada). Em cartaz até 14 de dezembro.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Vania Abreu em São Bernardo do Campo

Para o público saudoso de Vania Abreu, a boa notícia é que a cantora se apresenta neste final de semana em São Bernardo do Campo, no Teatro Lauro Gomes. O show faz parte da turnê Misteriosa Dona Esperança, com repertório baseado no CD homônimo, lançado em 2007. Sucessos de outros discos como Bem ou Mal, As Quatro Estações e Dó de Mim, também estão no set list.

Outra novidade é que a cantora está concorrendo ao Prêmio Dynamite de Música Independente – melhores de 2007 na Categoria MPB/SAMBA. Você pode participar votando em Vania Abreu no site do prêmio http://www.premiodynamite.com.br/

Show Misteriosa Dona Esperança com Vania Abreu
Dia 20 de setembro, sábado, às 20h30
Teatro Lauro Gomes - Rua Helena Jacquey, 171 - Rudge Ramos - São Bernardo do Campo
Ingressos - R$ 40,00 (estudante R$ 20,00). Censura – livre
Para saber mais: http://www.vaniaabreu.com.br/

(Adriana Balsanelli)

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Londres 2012, é hoje!

As Olimpíadas acabaram. Expectadora de esportes que sou queria escrever sobre o assunto enquanto assistia a cada prova. Não deu tempo e, para não deixar o espírito olímpico esfriar, decidi fazer algumas considerações mesmo depois da chama de Pequim ter se apagado. Claro que não foi possível acompanhar tudo, mas na medida do possível acompanhei, torci, chorei, muito mesmo, até nas reprises excessivas dos vencedores de medalhas na TV. Discussões à parte sobre o desempenho de nossos atletas na China, o que mais me chama a atenção é a capacidade da grande mídia em construir heróis. Essa semana, os atletas que trouxeram medalhas foram vistos nos principais programas de TV, em capas de revistas, em matérias nos jornais. César Cielo e Maurren Maggi, medalhistas de ouro, nem se fala. Esses atletas são realmente merecedores de todas as honras, assim como a turma do vôlei de praia, de quadra, do judô, do taekwondo, da vela, da ginástica olímpica, e tantos outros anônimos. Entre tantos, dois casos me chamaram mais a atenção, que infelizmente voltaram pra casa sem alcançar o grande objetivo. Um deles é o judoca Eduardo Santos, que após perder a medalha de bronze chorou feito um bebê pedindo desculpas aos pais por não ter tido “competência” para vencer o adversário. O outro, a seleção feminina de futebol que jogou muito e que por um capricho da bola, não balançou de jeito nenhum a rede da goleira americana Hope Solo, na final contra os EUA.
A melhor do mundo, Marta, não ganha um décimo do salário dos astros do futebol masculino. A goleira da seleção feminina de futebol, Bárbara, treinou sozinha para as olimpíadas porque não tinha clube para jogar. Eduardo Santos ficou 10 anos na faixa marrom porque não tinha 1.500 reais para fazer a prova para passar para a faixa preta. Esses são só alguns exemplos de superação. Passada a euforia, a maioria dos atletas volta para o anonimato. Cielo e Maggi, que muitos brasileiros nunca tinham ouvido falar, ganharam medalhas de ouro, e como se surgissem do nada entram para a história do país. Depois do feito, os dirigentes do COB sobem ao pódio e querem sair nas fotos. O fato é que ninguém apóia antes do primeiro grande triunfo. Mas uma conquista não surge de um dia para o outro.
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Flávia Rodrigues Gomes, 14 anos, judoca, moradora da Zona Leste de São Paulo. Em sua casa, um quadro repleto de medalhas. Suas últimas principais conquistas foram o Campeonato Pan-americano de Judô realizado em Maracaibo, na Venezuela e o Campeonato Brasileiro, disputado em agosto em Salvador (BA), ambos na categoria pré-juvenil.

Flávia não tem patrocínio para treinar, não recebe salário da Federação Paulista de Judô. Até os quimonos que usa, já teve que comprar. Para bancar as viagens, a família pede doações aos vizinhos e amigos e faz rifas para arrecadar o dinheiro para as passagens e despesas da atleta.

Flávia, você tem que chegar LÁ primeiro e depois pedir ajuda!

(Adriana Balsanelli)

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Produtores teatrais em alta

Um viva ao 1º Seminário de Formação de Platéias, realizado dia 26 de agosto, no Memorial da América Latina, em São Paulo. A primeira iniciativa da recém-criada APTI - Associação dos Produtores Teatrais Independentes (formada por Fernanda Signorini, Mario Martini, Edson Paes de Melo, Roberto Monteiro, Fernando Cardoso, Célia Forte e Marília Toledo, entre outros profissionais atuantes no mercado) tem todo o nosso apoio. Com participação do ator Odilon Wagner, da diretora Maria Thais e Danilo Santos de Miranda, teve brilhante participação do senador Cristovam Buarque. Depois de ser ovacionado pela platéia, que incluía as atrizes Denise Fraga, Beatriz Segall e Irene Ravache, o senador dirigiu-se ao diretor Antonio Abujamra e afirmou: "Vou falar uma coisa que eu não disse a nenhum brasileiro: para mim, existem dois nomes, é você e Darcy Ribeiro". Na platéia, Antonio Abujamra ficou tão sensibilizado que não conseguiu nem aceitar o convite do senador para almoçar. Foi ao cinema.
(Fernanda Teixeira)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Parabéns, Dib!

A noite de lançamento do livro da peça Salmo 91, segunda-feira, no Teatrix fechado para o evento, comprovou mais uma vez o que todo mundo já sabia: que o jornalista (editor de Cultura do jornal O Estado de S. Paulo) e dramaturgo Dib Carneiro Neto é, antes de tudo, uma pessoa muito querida. Jeito simples, temperamento tranqüilo, escritor de talento do tamanho de sua generosidade, Dib autografou a nova obra por mais de três horas seguidas. Entre abraços e beijos, a tinta da caneta acabou algumas vezes e a fila era uma grande diversão. Estava todo mundo lá: a família, o filho, os atores, diretor e produtor do espetáculo (Pascoal da Conceição, Rodolfo Vaz, Pedro Moutinho, Rodrigo Fregnan e Ando Camargo, Gabriel Villela e Claudio Fontana), os colegas da imprensa de vários veículos (Sergio Roveri, Alexandre Staut, Elaine Bittencourt, Mauro Fernando, Érika Riedel, o pessoal do Caderno 2, encabeçado por Luiz Carlos Merten, Eliana Silva de Souza, Ubiratan Brasil, Beth Nespoli), a dramaturga Pamela Duncan, a jornalista Roseli Tardelli, a dramaturga Marta Góes, o fotógrafo João Caldas, a jornalista e dramaturga Célia Forte, os atores Thiago Lacerda, Clarisse Abujamra, Walderez de Barros, Heloisa Castilho e Daniel Maia, Débora Dubois e Gustavo Kurlat, Claudio Fontana, Rachel Ripani, Marco Antônio Pâmio, o produtor Francisco Marques, entre tantos outros amigos.

Prêmio Shell de Melhor Texto Teatral de 2007, a obra é baseada no livro Estação Carandiru, de Drauzio Varela. A peça, agora publicada pela Editora Terceiro Nome (de Mary Lou Paris), estreou em 2007, com direção de Gabriel Villela, no Teatro do Sesc Santana. As fotos a seguir são de Luiz Pelegrini.
(Fernanda Teixeira)

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Notas sobre a produção e gestão cultural

Quinta, dia 14, no Itaú Cultural, Romulo Avelar, produtor e gestor cultural, responsável pela produção e direção de diversos espetáculos musicais, lança livro e faz palestra sobre Produção e Gestão Cultural. Na palestra O Avesso da Cena, o autor aborda uma série de pontos extraídos do livro, analisando o contexto cultural brasileiro e, mais especificamente, o campo de trabalho dos produtores e gestores culturais. Partindo da premissa de que o setor precisa se apropriar de ferramentas da administração, discorre sobre a aplicação de instrumentos como planejamento estratégico, logística e gestão da qualidade ao cotidiano de grupos e instituições culturais. Avelar discute também alguns temas emergentes da cena cultural brasileira, como a distribuição da produção, o impacto da legislação de incentivos fiscais sobre as bilheterias e a fidelização de público.

Romulo Avelar foi assessor especial da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais e presidente da Comissão Técnica de Análise de Projetos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Atualmente, trabalha como assessor de planejamento do Grupo Galpão e do Grupo do Beco.

Para quem puder conferir, a palestra acontece na quinta-feira, dia 14 de agosto, das 19h às 21 horas, no Itaú Cultural - Sala Vermelha (Av. Paulista, 149 - São Paulo/SP). A entrada é franca e não é necessário fazer inscrição antecipada. Coquetel após o lançamento do livro.
(Adriana Balsanelli)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Festa da cerveja e bronca ao telefone

Na redação do jornal onde trabalhava, entre uma e outra reportagem, sempre sobrava um tempo à tarde para descer até a padaria e tomar uma cervejinha com dois ou três amigos da equipe de repórteres da editoria de variedades. Nesse dia não foi diferente. Entre o fechamento e a última revisão, ela, Dagoberto Bordin, a Tereza Pagliaro, a Mariângela de Jesus e o Rogério Menezes deram uma escapadinha. Homem tranquilo, jornalista experiente, o editor Wladyr Nader não se importava, gostava do pessoal, tinha até certo orgulho de contar com tantos repórteres em um jornal pequeno como a Folha da Tarde, na época o primo pobre da Folha de S. Paulo. Jornalista em começo de carreira, ela estava no meio de um texto mas deu uma pausa no computador e saiu, convencida pelos meninos. Atravessaram a Barão de Limeira e tomaram, como de costume, a tal cerveja, acompanhada de sanduíche de queijo quente.

Voltaram logo, a repórter, então, se apressou em se sentar em frente a seu micro. Antes passou na arte e pediu ao diagramador uma ilustração para a matéria que produzia. Seria uma caneca ou um copo de cerveja, bem espumante, para destacar a Festa da Cerveja, programada para acontecer naquele próximo fim de semana, na casa de Portugal, conforme dizia o release. Achou inusitadas as informações sobre os produtos: cervejas que vinham de várias regiões de Portugal. Ainda pensou, engraçado Portugal ser celeiro de cerveja, não sabia que tinha tanta variedade dessa bebida em Portugal e eles exportavam ainda por cima....

Terminada a materinha – era um destaque para o suplemento de variedades Programe-se, editado pelo Orlando Fassoni -, a ilustração caiu como uma luva. No dia seguinte, jornal rodado, ela ainda nem tinha aberto o caderno que era encartado no jornal às sextas-feiras. O telefone tocou na redação ainda vazia, ela atendeu. Do outro lado, uma voz em tom irritadíssimo perguntava quem havia feito aquela matéria, escrito aquelas besteiras, sobre a festa da cerveja, e que era um absurdo um repórter ser tão desatento e distraído, que ela iria reclamar com o editor, que iria pedir a demissão do responsável e coisa e tal. Tentando acalmar a senhora, a jornalista só piorava a situação. Moral da história: a cervejinha no bar deu no que deu e acabou confundido o leitor programado para ir à tradicional Festa da Cereja na Casa de Portugal. Em tempo: Quase vinte anos se passaram e hoje eu ainda dou muita risada ao contar essa história. Melhor: ninguém no jornal ficou sabendo do tal telefonema.

(Fernanda Teixeira)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Aventuras de uma "foca"

Estava pensando em casa, já faz um tempo que minha rotina se transformou. Assim como a Lívia, também caí de pára-quedas na Arteplural e, toda vez que paro para refletir sobre essa mudança, abro sorrisos e me lembro de como foi surpreendente a rapidez dos acontecimentos.

Há uns dois meses fui assistir ao espetáculo Ferro em Brasa, do grupo Os Fofos Encenam. Fiquei encantada com o cenário, o figurino, o talento dos artistas. Até comprei uma camiseta para sair mostrando na rua. Na semana seguinte, recebi um telefonema de uma amiga perguntando se eu gostaria de trabalhar e, para a minha surpresa, fui direcionada para a assessoria de imprensa dos Fofos. Imaginem minha felicidade!

Apesar de ser tagarela, tudo era novidade. Então o nervosismo veio à tona. “Chutei algumas bolas fora”, como quando perguntei para Adriana se ela e a Vanessa eram irmãs. Outra foi quando me perdi no Sesc Pompéia, na primeira vez que estive lá, para acompanhar o programa Pé na Rua, da TV Cultura, em uma gravação (agora vocês sabem, hihi). Troquei o nome do programa pelo de um espetáculo de um dos projetos do Sesc... No final das contas deu tudo certo e eu me diverti muito. Já assisti algumas peças, como Acqua Toffana (adorei) e Parem de Falar Mal da Rotina, com direção e roteiro da atriz Elisa Lucinda.

Minha mais recente cobertura foi ontem, de novo no Sesc Pompéia, para acompanhar a MTV no programa ao vivo apresentado pela VJ Penélope. Faz quase dois meses que estou na Arteplural e este é meu primeiro post no Blog do Dudu. Pela falta de experiência profissional, resolvi contar um pouco sobre a primeira delas. Tudo o que tenho a dizer é que estou superfeliz e satisfeita, principalmente por estar rodeada de pessoas incríveis, que me incentivam e, naturalmente, me servem de inspiração. Valeu!

(Mayara Castro)

Em tempo - No jargão das redações "foca" é o jornalista em começo de carreira, novato e ainda inexperiente, que escorrega de vez em quando, se deslumbra com as primeiras pautas, ingênuo ainda para os macetes da profissão. Hoje em dia, no entanto, é cada vez mais difícil encontrar nas redações ou assessorias um foca no sentido tradicional, um recém-formado que não tenha pelo menos um pouquinho de experiência profissional com o jornalismo. Para satisfazer a ansiedade e o desejo de botar logo a mão na massa, ou para aprender na prática, os jovens jornalistas estão buscando emprego cada vez mais cedo, já nos primeiros anos de curso. É o caso da Mayara, a mais jovem da nossa equipe de focas, tem 19 anos. A Lívia Pereira e a Lígia Azevedo já estão no último ano do curso, mas todas têm um ponto em comum: talento para enfrentar o futuro na profissão. (Fernanda Teixeira)

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O Fusca da Renata e a festa do Tião

A produtora de teatro Renata Alvim ficou feliz da vida, com razão. Ganhou um Fusca de aniversário do marido Carlão e dividiu a alegria com alguns amigos – entre eles os meninos do elenco de Salmo 91, o diretor Gabriel Villela, as meninas da Morente Forte – Dani, Beth e as poderosas Célia Forte e Selma Morente - numa noite gostosa em um bar simpático na rua Augusta. Que é querida, Renata sabe. Sobre o carro mais popular do século 20, pode gostar de saber de algumas curiosidades. Entre elas que antes de se tornar uma febre pelo mundo, o Fusca começou a ser produzido logo depois da Primeira Guerra Mundial, na Alemanha, e que o responsável pelo projeto foi o mecânico alemão Ferdinand Porsche.

Olha só a loucura: na época, o monstro Adolph Hitler tentava reerguer a Alemanha dos estragos causados pela guerra em praticamente todas as esferas da sociedade. E um de seus projetos para agradar o povo alemão foi, justamente, desenvolver um modelo popular de carro. Os primeiros protótipos do veículo ficaram prontos no dia 10 de outubro de 1936. No Brasil, porém, o modelo chegou apenas em 1953, depois da abertura de uma filial da Volkswagen no país.

Em julho de 1967, a empresa atingiu a meta de 500 mil Fuscas vendidos. Hoje o carro que já foi o sonho dourado de muito jovem ao fazer 18 anos, é um setentão cobiçado – só no Brasil tem 55 anos. De pop, virou cult e ainda é o queridinho de muita gente - agora da Renatinha também. Em tempo: o bólido em formato de tartaruguinha - que tem apelidos pelo mundo todo - é conhecido na Hungria como Dudu. Por isso, este texto veio bem a calhar no Blog do Dudu.


No 19. andar do mesmo prédio em que moram Alcides Nogueira e Claudia Matarazzo, nos Jardins, uma imensa janela descortinava lá embaixo a avenida Paulista. O amplo apartamento foi cenário aconchegante e mais que perfeito para a festa oferecida pelo fotógrafo José Sebastião Maria de Souza, o Tião, para comemorar a estréia da peça Os Possessos, dirigida por Antonio Abujamra, na Funarte, reunindo atores bolsistas de vários cantos do Brasil.

O encontro teve clima de confraternização, um brinde ao bem-sucedido trabalho em equipe. O generoso Tião abriu sua casa porque achou que todos mereciam uma festa, depois de tanta oficina, dos exaustivos ensaios, das dificuldades e percalços acarretados por uma grande montagem com um grupo numeroso de pessoas, o rigor do diretor, as cobranças das diversas áreas, a expectativa pelas matérias, a ida dos críticos etc.

Tião foi o anfitrião dos mais atenciosos, serviu um jantar delicioso e acolheu calorosamente seus convidados. Para coluna social nenhuma botar defeito. E ainda com direito à companhia da Belinha, mulher do Abu, e da atriz Etty Frazer, a surpresa que o fotógrafo convidou especialmente para os jovens atores conhecerem

(Fernanda Teixeira)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A música e os sonhos

Preciso me apresentar. Meu nome é Lívia, tenho 20 anos e entrei aqui como estagiária faz pouco mais de duas semanas. Li o último post da Fernanda e senti vontade de contar minha história também. Pena que não tenho muito o que escrever, ainda nem me formei!

Estou no último semestre do curso de jornalismo da Universidade Metodista e já trabalhei em assessoria de imprensa de moda e turismo, em redação de site de baladas e colaboro para o Banana Mecânica, um site sobre música independente nacional que eu tenho um imenso carinho.

A vaga aqui caiu como uma luva para mim, estou adorando, demorou! Esses dias a Vanessa comentou comigo sobre a Tigarah, que ela foi ver para a assessoria quando eu ainda não trabalhava aqui! Eu gosto muito da cantora e não pude ir a nenhum show. Imagine a minha reação quando ela disse isso!

Até agora pude conferir a discotecagem do KL Jay, a peça Acqua Toffana, o show do B Negão e a peça de spoken word Vai Te Catar!!! (que é incrível, recomendo!). Foi legal porque estou tendo oportunidade de abrir minha cabeça para outros estilos musicais. Essa semana terá Era Iluminada, com Tom Zé, Júpiter Maçã e outros, também estou super empolgada.

Vocês já devem ter percebido que meu negócio é música mesmo (pelo menos as meninas aqui já). Quem sabe eu não dou algumas dicas por aqui mais tarde...

Sobre o futuro... Não sei, meio que deixo a vida me levar, meus sonhos mudam a cada semana, a cada nova experiência. Mas, de qualquer forma, estou muito satisfeita. Até agora está dando certo. Caí aqui.

(Lívia Pereira)

domingo, 6 de julho de 2008

Mil coisas, sei lá...




Não sei por que, desde cedo sabia que a vida me reservava muito trabalho. Sonhava ser jornalista, ficava imaginando trabalhar em um grande jornal. Devorava a Folha e o Estado, lia os cronistas todos, observava seus estilos, queria viver de escrever. Sobre cultura, comportamento. Antes dos 18, prestei vestibular para Direito e Jornalismo. Passei nos dois e até hoje respiro aliviada por ter escolhido o segundo. Matei a sede de redação durante oito anos, já na era do computador.

Tímida, me armei de coragem e, com uma ponta de ousadia, entrei na redação do antigo Leia Livros, na rua General Jardim na maior cara de pau, pedi trabalho para Caio Fernando Abreu, que passou a primeira pauta da minha vida: escrever uma resenha sobre um livro de cinema de Inácio Araújo (O Cinema Industrial Americano). Fiz a matéria na pequena Olivetti Lettera 33. Peguei gosto pela coisa e por aí foi. Aprendi muito com meu primeiro editor, Carlinhos Brickmann, na Folha da Tarde (na época editada por Adilson Laranjeira), hoje Agora. Entrei na editoria de Polícia, convivendo com jornalistas que, naqueles tempos, eu achava bem esquisitos, um linguajar estranho. Quando estava decidida a desistir do emprego – era intragável escrever e traduzir os telex com notícias sangrentas de assassinatos, estupros etc -, Wladyr Nader me resgatou para o Show, o caderno de variedades. Escritor, homem culto, Nader era rigoroso com os textos e me deu dicas valiosas sobre música, teatro, literatura, cinema e, principalmente, sobre jornalismo. Depois, tive o privilégio de ser repórter do Edson Paes de Mello (na foto com os produtores da Mesa 2, Fernando Cardoso e Roberto Monteiro), quando ele editava o caderno de variedades do JT, redação fervilhante, com César Giobbi, Sergio Roveri e Edmar Pereira como repórteres especiais - além de Alberto Guzik como crítico de teatro. Era o máximo quando Edson pedia crítica de show, como o do BB King, nos anos 90, no antigo Palace.

No Estadão, fui frila fixo durante mais de ano. Ficava com o coração sobressaltado de ansiedade quando a Marta Góes, que eu já admirava, ligava no meu celular passando uma pauta. Na gestão do José Onofre, no mesmo jornal, trabalhei para Leila Reis no caderno 2, seção O Melhor de Tudo, e para Luis Antonio Giron, escrevendo sobre música – um luxo, eu entrevistava os artistas criticados por ele – do baterista Robertinho Silva a Lobão, passando por Gudin, Vânia Bastos e todos os bacanas da música brasileira.

Nesse tempo sempre rolou bastante trabalho, como frila ou repórter de uma equipe de jornal. Teve ainda Diário Popular, Shopping News, Revista Contigo.... Dez anos depois, agora em assessoria de imprensa, o trabalho não é menor, pelo contrário. Nesse fim de semana, para se ter uma idéia, passei no show do Yamandu Costa sexta à noite, no SESC Pompéia; fui à estréia de Irene Ravache, sábado, em A Reserva, de Marta Góes, no Teatro Cosipa Cultura, e ainda deu tempo para conferir duas exposições (A História dos Quadrinhos nos Brasil, no projeto HQ Férias do SESC Pompéia; e Toy Art, no Sesc Avenida Paulista). Semana que vem, entre outras, tem a estréia da nova peça do Grupo Tapa, dirigida por Eduardo Tolentino, no Teatro Imprensa, dia 11. E já vamos preparando Cordélia Brasil, de Antonio Bivar, que chega com a atriz Maria Padilha dia 25 de julho.

A variedade de assuntos fascina e o ritmo, às vezes, parece esmagar a alma de repórter. Besteira. Oxigeno as idéias no dia-a-dia movimentado. Quando a gente nasce com esse bichinho do jornalismo na veia, não em jeito. De um lado ou de outro, é um prazer, um modo de vida enxergar o mundo com essas lentes. E ainda prometo arrumar tempo (demorou!) para tocar um projeto importante, o do livro junto com o amigo Roberto Guastaferro.

(Fernanda Teixeira)

quarta-feira, 25 de junho de 2008

É isso aí, mano!

Uma das coisas mais bacanas quando se trabalha com SESC é ter a oportunidade de mergulhar fundo em um universo diferente sempre que o mês muda. Eu já fui especialista em cabelos, falei muito sobre samba, comemorei com fervor o 100 anos da imigração, aprendi várias coisas sobre o ska e hoje sou quase um mano e estou descobrindo o universo do hip-hop.

Em uma das avenidas mais movimentadas da cidade, a cultura dos guetos (será que isso ainda é real hoje? Fica a dica para uma reflexão...) toma conta de um andar inteiro da Unidade Provisória SESC Avenida Paulista com o projeto Teatro Hip-Hop, do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos.

Até 10 de agosto, quem der um pulinho até lá vai poder conferir, além das cinco peças inéditas do grupo, uma ambientação muito bacana que apresenta todos os elementos do hip-hop (tem iconografias de pichação que foram encontradas em São Paulo desde a década de 80) e traz uma linha do tempo que conta toda a história do movimentos e traz capas de discos de artistas como James Brown e Public Enemy. Além disso, toda quarta o SESC se transforma em balada e recebe um DJ para animar a pista montada no 5º andar da unidade. As peças são baratinhas e a exposição é de graça! Sem desculpas para não aproveitar.

(Vanessa Fontes)



terça-feira, 17 de junho de 2008

Diário de Maceió

O povo de Maceió gosta de uma boa conversa. Não perde tempo para contar histórias, ainda mais quando percebe que está falando com alguém de fora. No calçadão da praia ou nas lojinhas de artesanato, saciamos a sede por curiosidades ao ouvir os outros falarem. Por isso, andar a pé pela cidade era o passatempo preferido.

Na ótica - Depois de mostrar alguns pares de óculos, a balconista era quase amiga íntima. Não compramos nada, em compensação batemos um papo comprido e inusitado. Começamos pelo tema violência na terra dos coronéis. Entusiasmada, ela contou cada detalhe do crime bárbaro ocorrido na cidade há uns 20 anos, o do cara que levou uma surra daquelas e foi costurado vivo dentro da barriga de um boi.

Em tempo: à noite, o telejornal local noticiava o assassinato de um suplente de vereador assassinado a pedradas e jogado na Lagoa Mundaú.

Na ótica 2 - Colando os assuntos, sem ponto de edição, animou-se ao lembrar da senhora distinta, elegante, que entrou na loja, as chaves do carro nas mãos, acompanhada da filha à procura de óculos de sol. Para a freguesa experimentar com mais conforto, a balconista ajeitou o espelho de forma que ela pudesse ver se o modelo ficava bem em seu rosto. Espantada, a cliente deu um grito e virou bruscamente o rosto, rejeitando a gentileza.

Refeita do susto, contou que – por trauma de infância, quando tinha a cara salpicada de espinhas – não se olha no espelho há mais de 30 anos. Nunca mesmo, repetia impressionada Lúcia, a balconista loira e simpática, que ficou com a pulga atrás da orelha: como será que ela consegue dirigir sem olhar no espelho retrovisor?

No posto policial - Caminhando à noite de volta para o hotel, o policial do Posto de Informações nos aborda para avisar:
- Tome cuidado com o celular nesse pedaço da praia.
Eu tinha acabado de atender uma ligação e ainda estava com o aparelho na mão.
Depois da recomendação e de ser informada por ele que Maceió não tem efetivo suficiente para combater a violência – nem carros, nem armas, nem nada (um alento e tanto para quem estava chegando de férias!) -, foi a vez de seu celular tocar. Ele olhou o número e não atendeu.
- Estou me divorciando, não atendo número desconhecido. Fui casado anos, meus filhos são grandes, já sou vovô, ela engordou, nem parece a mulher com quem me casei. Agora estou nas audiências da separação e preciso ter cuidado. Os olhos brilhando pela oportunidade de ter ouvintes, o guarda não pararia de falar até que rolou uma desculpa para cairmos fora.

No táxi – Escapando de uma batida (o trânsito na cidade é muito louco, todos correm, cruzam as pistas, encostam no carro da frente, buzinam e costuram sem dar sinal), o motorista conta que a maneira mais fácil de se livrar de um cadáver é jogá-lo na foz do Rio São Francisco. Lá os tubarões comem tudinho, não sobra nada, disse, comentando ser essa prática comum até hoje.

Na lojinha de artesanato - Voltem amanhã, daí vocês podem ver tudo com mais calma. Hoje eu e vocês estamos cansadas. (Ainda faltava meia hora para a loja fechar e a vendedora, com dor de cabeça, foi bem sincera.)

(Fernanda Teixeira e Sandra Polaquini)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Confissões das Mulheres de 30

Confissões das Mulheres de 30, peça que fez muito sucesso na década de 1990, retorna agora em nova montagem. Com direção de Fernanda D'Umbra, traz Juliana Araripe, Melissa Vettore e Camila Raffanti no elenco. As atrizes são conhecidas da TV pelo trabalho na série Mothern, do GNT.
Sexta-feira passada acompanhei a coletiva de imprensa que aconteceu no Teatro Folha. A Juliana Araripe não pode participar porque estava no Rio gravando um episódio da série Dicas de um Sedutor, com o Luis Fernando Guimarães. Mas com essas meninas, animação e muito assunto nunca faltam. A coletiva rendeu muito papo e boas risadas. A peça estréia quarta-feira, dia 11 no Teatro Folha. Imperdível!

(Adriana Balsanelli)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Klébi, letrista inspirada e cantora madura


Daqui, novo CD da cantora e compositora Klébi Nóri, é uma delícia. Bem produzido, com os mesmos músicos que a acompanham desde o começo da carreira - Bosco Fonseca (baixo), José Antonio Almeida (teclados), Ney Marques (violão e guitarra), Dadi Amil (bateria) e Adriano Busko (percussão) -, mostra que a artista continua uma letrista inspirada e uma intérprete cada vez mais madura.

Muito bem selecionadas, as 13 canções - 11 de autoria de Klébi, uma em parceria com José Antonio Almeida (Fiz) e outra de Roberto Correa e Sylvio Son (Te Amo) - têm uma unidade, fazem o disco ser um prazer de ser ouvido, do começo ao fim. Com arranjos delicados, Bens e Te Amo abrem e fecham o CD, respectivamente, com ares de romance escancarado. Piano e voz, a última tem melodia lindíssima.

Levada mais marcada, ritmada, o trabalho segue gostoso com a pop Completo Conteúdo e a delicadeza das baladas A Gente não sabe Nadar, Saiba Você, Susi e Perdão com Poesia. Bom gosto musical carimbado, Klébi está cantando como nunca. Solos de guitarra, Fiz é um roquinho que tem a identidade da compositora, na letra e na música. Com outra pegada, Corcovado sem seu Senhor é onde o pop flerta com o samba, com direito a tamborins. Tem letra bem sacada, divertida, que brinca com símbolos do Rio e São Paulo – mistura Flamengo, Candelária, Copacabana, Farme de Amoeda e Maracanã com Pico do Jaraguá, zona oeste de São Paulo.

Os teclados de José Antônio Almeida dão o tom a Meu. Outra letra de boa safra, Madame X retoma o pop rock, com influência de Rita Lee - não sei se Klébi percebeu, mas o resultado tem esse pique - e é muito bom. De novo só o teclado recheia a canção de amor Noite Divina, também muito bonita. Em outra levada, mais marcada, o disco traz, ainda, A Última Cidade do seu Mapa. Parabéns, Klébi! Eu recomendo Daqui pra todo mundo.

(Fernanda Teixeira)

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Banquete antropofágico

O diretor José Celso Martinez Correa e sua trupe do Teatro Oficina comemoraram ontem, 22 de maio, os 80 anos da publicação do Manifesto Antropofágico, de Oswald de Andrade. Aproveitaram para lembrar os 50 anos do Oficina, no evento batizado de Banquete Antropofágico, no Sesc da Avenida Paulista. A rua sem trânsito e as calçadas com pouca gente, por conta do feriado, propiciaram que o líder do Oficina desfilasse com seu grupo pelo meio da avenida (com dois atores já nus), caminhando pela calçada até entrar no prédio e subir ao terceiro andar, pelas escadas, com o público atrás, em fila indiana. Na sala do espetáculo, como prometido, índios, prostitutas, mães de santo e outros convidados, representantes da sociedade, provaram rãs à vinagrete - mesma iguaria servida pelos Modernistas naquela época. A platéia de iniciados observava. A celebração se estendeu pela tarde toda e não faltaram bundas, peitos e pintos à mostra, bem ao gosto do diretor.




(Fernanda Teixeira)


quinta-feira, 22 de maio de 2008

Reencontro com Marina Lima

Fui ver o show da Marina Lima no Teatro do Sesc Pompéia, no começo de maio. Saí surpresa com a novidade, o frescor do espetáculo de uma das cantoras mais bacanas que temos. O ritmo do trabalho na Arteplural engole meu tempo, e o vício jornalístico de escrever sempre com um gancho quase mata essa resenha. Sem desculpas, se precisava de nova oportunidade, já tenho: haverá outra temporada de Marina na cidade, desta vez sábado, 24 de maio, no antigo Tom Brasil.

Nos tempos de redação, anos 80 e 90, era pautada para ir aos shows de lançamentos de discos, às entrevistas, escrevia matérias para Folha da Tarde, Jornal da Tarde, Estadão, como repórter, respectivamente, de Wladyr Nader, Edson Paes de Melo e Marta Goes. Por conta da profissão, acompanhei de perto a carreira da Marina, de Nosso Estranho Amor a Fullgás e Acontecimentos, passando por Grávida, Difícil, Criança e À Francesa. E todas essas músicas estavam no show! Depois, deixei escapar de vista sua trajetória. Tanto que não tenho os CDs mais recentes.

Dizem que ela perdeu a voz, calada por uma grande depressão, causada não se sabe por quê. Pouco importa, segui gostando de Marina à distância. Não cogitei desembolsar R$ 500 para ver o show do Baretto - também confesso ter um certo preconceito com casas de alto luxo. Assim, o show do Sesc Pompéia marcou meu reencontro com Marina. Se sua voz hoje está menor, não sei, pode ter diminuído à medida que aumentou sua empatia e carisma com o público. "Quero cantar e encantar." Simpática, espontânea e comunicativa, brincou com a platéia e disse que voltou fascinada da Argentina, antes de cantar o tango funkeado, "como diria Roberto Carlos". Comentou da intensidade latina, caiu nos braços do guitarrista Fernando Vidal, contou que os pais nasceram no Piauí, falou do irmão Antônio Cícero.

À vontade como nunca, próxima e calorosa com a platéia, Marina está diferente, ganhou postura de palco. E pela reação do público que lotou o Pompéia segue venerada por seus fãs. Afinal, é isso que se espera de uma grande artista: alem de talento, comunicação e empatia. A Marina de hoje está mais soltinha e brincalhona ("vocês já foram na Lôca?", perguntou, referindo-se à clássica balada trash paulistana) e com a mesma voz rouca e sujinha que sempre lhe garantiu uma dose extra de charme. A cantora sexy e moderna, que continua flertando com o rock e está exuberante aos 50 anos, deu a volta por cima para encarar de frente o que escolheu fazer na vida. Hoje mostra-se uma grande artista. A música brasileira merece ter uma representante deste naipe.


(Fernanda Teixeira)

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Os 20 do Metrópolis e os anos 80

Este mês o Programa Metrópolis, da TV Cultura, completa 20 anos no ar. Duas décadas de resistência, de opção pela qualidade em detrimento dos chicletes das paradas de sucesso, das imposições da mídia. A festa aconteceu no Teatro Franco Zampari, com uma edição especial, transmitida ao vivo, sob o comando de Cunha Jr (há 18 nos lá), Paulo Vinícius e da nova apresentadora, a também atriz Domingas Person.

Mais que comentar os shows de Forgotten Boys, Cida Moreira, Fabiana Cozza, Mutantes (que Sergio Dias insiste em reviver, desculpe, mas sou das puristas), Melodia e Lenine, que embalaram a noite, quero falar dos bastidores. Lá, alguns amigos de longa data, outros colecionados pelo caminho, colaboravam para tudo dar certo: os produtores Lázaro de Oliveira e Marcos Maciel, os repórteres Manu e Paulo Castilho, entre outros técnicos que a gente conhece há tanto tempo, que chega a fazer parte do dia-a-dia. Parabéns, amigos, bravos guerreiros! Que o Metrópolis continue abrigando todo esse povo que vive e faz cultura.

E por falar em 20 anos, o que você estava fazendo nos anos 80? Se é da minha geração, deu muita risada com TV Pirata e o trio de Armação Ilimitada, jogou Atari (que lançou a febre dos videogames) e tomou muito Ice Club Soda no Frevinho. Também foi ao show do Queen no Morumbi, ao Rock in Rio 1, leu Porcos com Asas (de uma série superbacana da Brasiliense, Cantadas Literárias, que depois também lançou Tanto Faz, de Reinaldo Moraes; Morangos Mofados, de Caio Fernando Abreu e outros) e ouviu Emerson, Lake & Palmer. Começou a fazer análise, tentou tai-chi-chuan e outras práticas orientais e alternativas, que hoje trocou por aulas de boxe e musculação.

Freqüentou ou tinha amigos que iam ao Pirandello, Lights (do falecido Cláudio Mamberti, se não me engano), Madame Satã, Ritz (quando Caetano costumava aparecer), do Colorido, do Off do Celso Curi. Nessa época, a gente votava convicto no Lula e tinha ideologias. Sei lá, mil coisas .... pra lembrar e esquecer. O legal é que cada um pode fazer a sua listinha.

(Fernanda Teixeira)


terça-feira, 6 de maio de 2008

Cleyde Yáconis no Vitrine

Cleyde Yáconis é a entrevistada da semana no programa Vitrine da TV Cultura. Aos 84 anos e uma disposição invejável para o trabalho, a atriz fala sobre carreira, a paixão pelo teatro e sobre a peça O Caminho Para Meca em cartaz no Teatro Cosipa Cultura.
O Vitrine é exibido pela TV Cultura, terça-feira, 6 de maio, às 19h30.
(Adriana Balsanelli)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Focas, Tide e novela

Domingo à noite, uma fila de carros congestionava a entrada de um restaurante chique, no Itaim. Luzes e câmeras de tv eram apontadas na direção de cada carro, cada motorista. Microfones intrusos, mal educados, batiam nas janelas. Amontoados, um punhado de cinegrafistas e repórteres de tv atiravam-se nas janelas dos veículos, à caça da celebridade do dia. Difícil era a tarefa do reconhecimento. O inconveniente repórter do Pânico, ou seria daquele novo programa do Marcelo Tas? Não sei, esses projetos de engraçadinhos sem a mínima graça e idiotas debochados se parecem em tudo. Quando chegou a minha vez de passar pela porta e entrar no estacionamento da festa, também não fui poupada. Um deles bateu no vidro do meu carro e soltou, olho no meu olho: “É a Débora Duarte?” Sem resposta, outro arriscou: “Não, parece a Andréa Beltrão”. Quando engatei a primeira, ouvi um terceiro soltar, convicto: Ah, é a Ângela Dip, claro.” E pimba, flash na minha cara, santa ignorância!

Chega a ser engraçado. O grau de despreparo dos caras é zero. E o pior ainda estava por vir. Dentro do salão do Leopoldo, um jornalista aflito perguntou ao outro: quem é esse tal de Alcides mesmo? Com certeza depois o incauto descobriu, pois estava na festa de lançamento da nova novela das 18 horas da Globo, Cirandra de Pedra, do próprio Alcides Nogueira, baseada em obra de Ligia Fagundes Telles. Bloquinhos em punho, hoje grande parte dos “focas” (codinome que se dá ao jornalista novato) é assim. Sai da redação despreparada, sem ao menos saber quem é o anfitrião da noite. Na era do mínimo esforço era só das um googada, para usar uma expressão adequada para o caso. Quando estava na Folha, fazíamos pesquisa no banco de dados antes de ir para a rua. Quando tínhamos tempo, com um dia de antecedência.

Em tempo: fui à festa como acompanhante do amigo Claudinho Fontana (que está no elenco da novela e deixou meu nome na entrada) para rever o Tide, (que é sempre uma delícia) e encontrar pessoas queridas como Walderez de Barros, Leopoldo Pacheco e Bel Gomes, Paulo Marra, Dib, Rosa Maria, Marcelo e Carlos (do Colunas & Notas). Pelo clip, exibido antes do mata-mata em busca dos famosos, a novela terá imagens lindíssimas e uma caprichada reconstituição de época, tudo embalado com capricho pelo texto sensível de Alcides Nogueira.



(Fernanda Teixeira)






quarta-feira, 30 de abril de 2008

A minha Virada

Domingo à tarde, calcei meu tênis, peguei o Bilhete Amigão e fui conferir os últimos momentos da Virada Cultural. Como é gostoso ver São Paulo tomada pela diversidade de tribos e estilos. A esquina da Leôncio de Carvalho com a Paulista virou um salão de baile com o show do Clube do Balanço. Seguindo para o centro, dei de cara com uma pista de música eletrônica em frente ao CCBB e logo mais adiante DJs operavam as pick-us em cima das sacadas da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. No Viaduto do Chá, O Acrobático Fratelli deu uma boa dica de como fugir do trânsito de São Paulo. Na praça da República brotava gente em frente ao palco rock, isso porque dizem que o rock morreu. Não arrisquei me perder nessa multidão e segui adiante para parar em frente ao Edifício Copan, onde já estava para começar o show da Fernanda Takai. Valeu a pena a caminhada!
(Adriana Balsanelli)