Argentinos são dramáticos - tudo a ver o tango tem nascido lá. Na direção de táxis, guiam como loucos. Escandalosos buzinam sem se importar se já é meia noite, tirando fina de ciclistas. Emburrados, insistem em dizer que não ligam mais para futebol. Você pergunta se eles estão confiantes, se gostaram da escalação da seleção de Maradona, eles ficam calados, fazem aquele silêncio para dramatizar o momento, depois dizem não gostar mais de futebol porque a situação econômica do País está ruim, blá blá, blá.
Mal informados e com pose de engajados politicamente, acham Lula o máximo pelo fato dele ter sido sindicalista. É a única informação que têm sobre nosso presidente. A Messi, mal-humorados, dedicam o seu desprezo pelo jogador há anos defender as cores de time europeu, o Barcelona. Daí você chega no hotel moderninho - daqueles denominados boutique, não sei o porque, com a parede do quarto pintada de preto, horrível, o hall mais parecendo uma boate -, liga a TV e só passa programa de futebol. Muda de canal e tome futebol! E os caras não dão o braço a torcer.
Espertinhos, costumam passar notas falsas – até no aeroporto nos dão essa informação - , por isso é bom andar com pesos de pequeno valor, que o táxi é baratinho lá. E como a moeda deles está bem desvalorizada, é o paraíso para brasileiros fazerem compras em Buenos Aires, mresmo com motoristas chatos. Tem táxi que não leva quatro pessoas. Sorte a nossa que apenas uma vez ficamos na mão por esse motivo. Situação saia justa foi uma só, na chegada e na saída de uma hora e meia de passeio por Puerto Madero, à noite. Mas isso eu conto em outra oportunidade. Hospedados na Recoleta, andamos a pé até o Centro e passeamos pela Galeria Pacífico, um dos lugares ainda não degradados do Centro da cidade.
Para ir até Palermo - o bairro mais descolado da cidade, com uma arquitetura bem charmosa, reunindo lojinhas, cafés e estúdios de artistas transados -, o jeito é pegar táxi mesmo. Sem problemas. Além de nos distrairmos bastante nessa curta viagem de quarta a domingo, passeando por uma Buenos Aires que continua linda e convidativa, aproveitamos para nos divertir a cada táxi que pegávamos. Assim, lavamos a alma, rimos muito da cara deles. De quebra, tomamos muito vinho, visitamos museus e o cemitério, compramos, sentamos em fofíssimos cafés para filosofar e ainda tivemos fôlego para namorar.
Obs – Uma graça os passeadores de cachorros, sempre às voltas com pelo menos seis bichinhos de raças e tamanhos diferentes.
(Fernanda Teixeira)
2 comentários:
que delícia, fe... dá até vontade de visitar os hermanos...
Os argentinos estão morrendo de medo de mais um fiasco. Eles estão
ruim de comando, tanto no governo quanto na seleção. E admiram o
Lula. Que decadência....
Vamos no feriado do dia 09 e pegaremos a final da copa.
Já pensou se fica Brasil e Argentina.
Depois ta falo se eles realmente não ligam para futebol.
Bj
Maria do Carmo
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