Teatro Aliança Francesa, maio de 2004. A tarde de entrevistas com Tônia Carrero havia terminado. Apenas um fotógrafo permanecia no saguão quando um homem saltou do táxi em frente à porta e foi caminhando devagarzinho em direção à atriz, sentada no sofá perto da porta da sala de espetáculos. Depois do caloroso abraço, "eu vim saber como você está", disse Paulo Autran, recepcionando a amiga recém-chegada do Rio para a temporada do solo Amigos para Sempre. A partir dali, desenrolou-se uma deliciosa e reveladora conversa, aproveitada na íntegra por mim e pelo sortudo jornalista. "Ele tinha uns ombros, umas pernas!" Impagável o diálogo de bastidores. No mesmo ano, mesmo teatro, outro encontro, desta vez no solo Quadrante. A cena de Paulo Autran, já aos 82, se jogando no chão do palco é impressionante. 2005, sala do apartamento de Paulo Autran, nos Jardins. Na leitura do texto de Adivinhe Quem Vem para Rezar, ao lado de Elias Andreato, Dib Carneiro Neto, Cláudio Fontana, Célia Forte e Selma Morente, notei que ele tinha um olho de cada cor. No dia da coletiva de imprensa, outra imagem registrada: ele saindo do fusquinha café com leite na porta do Teatro Procópio Ferreira, uma figura! Nas entrevistas e fotos na coxia, no programa da Hebe, na emocionada direção de Elias durante os ensaios. Depois, durante a temporada, nos camarins as brincadeiras com Claudio Fontana e Elias Andreato. Maravilhoso ter tido essas oportunidades de convívio com ele.
(Fernanda Teixeira)
2 comentários:
Eu nunca vou me esquecer de quando vi o Paulo Autran andando de bengala e com passos curtos num dia e, dois dias depois, pude vê-lo andar com passos largos (sem bengala) em um palco. Esse homem era um milagre e um grande exemplo de amor à profissão!
E eu nunca vou esquecer de quando vi um Fusca parar em frente ao Teatro Procópio Ferreira e dele sair Paulo Autran para a coletiva de imprensa de Adivinhe Quem Vem para Rezar.
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