A proposta é bacana. Segue a tendência do mercado com a expansão da tecnologia. Mas a grande sacada é o preço desse álbum. Quer dizer, não tem preço. Com a frase "it´s up to you" (cabe a você), estampada no site http://www.radiohead.com/, a banda joga nas mãos dos fãs a responsabilidade de decidir o quanto vale esse trabalho artístico.
Por qualquer preço de 0 a 100 libras (cerca de R$ 370), você faz o pedido e recebe via e-mail as músicas para download. E não é enrolação, conheço quem não deu preço e recebeu as músicas por e-mail. Depois bateu o peso na consciência de fã e acabou deixando lá seus cascalhos. E recebeu as músicas de novo.
Já quem valoriza o trabalho paupável, também não fica de fora. A banda preparou um box com o novo álbum em CD, um disco duplo de vinil e um CD multimídia com sete faixas adicionais, fotos, arte e letras. O pacote custa 40 libras (cerca de US$ 80 dólares).
Fora da EMI/Parlophone desde 2005, o Radiohead torna-se uma das primeiras bandas do alto escalão do rock a lançar um disco sem ajuda de grandes gravadoras. Há quem diga que a banda quis firmar sua rebeldia contra o sistema com essa atitude. Outros acreditam que foi uma grande jogada de marketing. Pode ser, porque não?
Independente do que seja, a proposta é bacana por levantar questões inerentes ao mercado audiovisual, como a pirataria e o crescimento do download ilegal. Enquanto bandas criam seus próprios selos, campanhas e procuram driblar os prejuízos que surgiram com a expansão da tecnologia, a indústria musical me parece perdida ao ver sua mina de ouro secar. Todos os anos programas de downloads despontam e desaparecem na internet. E o mercado insiste nessa perseguição entre gatos e ratos.
(Fabiana Cassim)
Nenhum comentário:
Postar um comentário