quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Nariz comprido ou perna curta?

Mentira tem perna curta ou nariz comprido? A questão veio à tona a propósito da estreia do espetáculo infantil Pinóquio, sobre o popular boneco de madeira que ganha vida após uma série de percalços, e cujo nariz cresce à medida que mente. Fantasiando sobre o tema, penso ser uma pena que o nariz não cresça nem as pernas diminuam, senão, pode crer, a gente ia flagrar muito baixinho/a narigudo circulando pelas ruas. Viveríamos num mundo esquisito, quem sabe mais justo.

Mentira ou verdade? Muitas vezes, a pergunta fica sem resposta. A importância de saber quem está falando a verdade ou quem tem razão, em determinada situação, pode mostrar, por exemplo, se determinado fulano ou fulana é chegado ao péssimo hábito da conversa fiada ou balela. E mentira é chato, vamos combinar? Tem a ver com caráter.

Quem já não se chateou por causa de uma? Na medida em que uma pessoa mente, a confiança nela depositada diminui. Quem já não deixou de confiar em alguém depois de descobrir ser o cara o maior 171? Fora que gera insegurança conviver com gente mentirosa. Você entregaria sua casa para uma faxineira mentirosa? No começo, se ela fica sozinha em casa, você presume que ela faça as tarefas. Não dura muito tempo até descobrir a camada de pó em cima da estante ou mesmo da TV da sala. Isso sem falar na geladeira, objeto, para elas, nascido grudado com super bonder no chão, tal a falta de atitude em arrastar para limpar embaixo.

Você, leitor, deixaria seus filhos aos cuidados de uma babá que não cultiva o hábito de faltar com a verdade? Imagine, não dá! 0 o cachorro você teria segurança de deixar ir passear com ela! Confiaria num sujeito que pede dinheiro emprestado com a desculpa de pagar a doença da mãe moribunda e depois nunca mais ver a cor dessa grana? Se for amigo, é da onça. E num chefe que promete um aumento sem nunca dá-lo? Ou no funcionário que mata a tia para faltar às segundas? Sem falar no político que troca voto por promessa de casa e, quando eleito, não cumpre? Tem, ainda, pastor que arranca o dinheiro suado do povo em troca do milagre e enriquece às custas da crença e da ilusão dos fiéis.

Nas coisas do coração, então, nem se fala. Será que alguém no mundo escolhe um companheiro/companheira chegado num papo furado? Não dá para fazer planos com um bofe ou uma gata com esses "talentos" duvidosos. Tem que ter cuidado na hora de escolher. Tudo na vida. Até em quem vai governar o País. Pode crer.

(Fernanda Teixeira)

2 comentários:

Anônimo disse...

Fê adorei o seu texto providencial. Mentir realmente virou uma coisa tão comum que quando uma pessoa não sabe mentir é vista como um peixe fora d'água, um ET ou pior ainda, um otário.
Muitas vezes, quando fala a verdade, a pessoa se dá mal. Principalmente se o assunto for política. Como falar a verdade sem se prejudicar se um bando de bandidos está governando nosso país, nossos estados e nossas prefeituras?
Muito longe de ser perfeita, não tenho talento pra mentir. Continuarei sendo otária e caxias aos olhos de alguns, mas permanecerei acreditando que a honestidade um dia ainda volta a valer mais do que vale hoje.
E é claro, como todos mundo, não estou livre de esbarrar nos "pinóquios" do coração.
Célia Jordani

Fê disse...

Oi Celinha, é preferível ser otária mesmo. Uma vez, ao fazer um financiamento para comprar meu apartamento (que ainda pago), tive de responder a um extenso questionário e, entre as perguntas sobre se havia tido alguma doença, fui sincera e informei já ter tido hepatite A. Isso foi em 2ooo. Conclusão: o financiamento foi negado por causa da doença. Eu insisti, ameacei ir para a imprensa e só então o negócio saiu depois de três longos meses. bj e obrigada.