Crítica de Maria Lúcia Candeias
Todo mundo conhece Renato Borghi e Miriam Mehler, que formam um casal super interessante no primeiro texto escrito por Elias Andreato, em cartaz no teatro Vivo, na continuação da avenida Berrini. Se não conhece, está mais que na hora de conhecer também Nilton Bicudo e Olívia Araújo que são os jovens desse elenco pra lá de brilhante de “Mãe é Karma”.
Elias, que além de autor é o diretor, mostra competência para conduzir o elenco.Seu retrato de uma família utiliza formas convencionais de teatro, e talvez por isso mesmo, reúne as condições para agradar um grande público. Parece que alem de ator já conhecido será dramaturgo e diretor de renome. O espetáculo apresenta ótimo cenário (Ulisses Cohn), bons figurinos (também de Elias) e a sempre irretocável iluminação de Wagner Freire. Principalmente devido à fantástica interpretação dos atores, merece ser visto.
É o caso também de “Aurora da Minha Vida”, uma das primeiras peças escritas por Naum Alves de Souza, autor, diretor, cenógrafo e figurinista entre os de primeira linha. O que mais impressiona é a atualidade do assunto (ensino em escolas) e, mais ainda, a modernidade do texto fragmentado, escrito na década de 80. Quem dirige a encenação é Bárbara Bruno que escolheu elenco excelente, com nomes como o de Magali Biff, Rubens Caribé, Eliete Cigarini e mais sete atores impecáveis. A meu ver, o único aspecto discutível fica por conta do excesso de músicas que atrasa a fruição do texto e alonga o espetáculo sem necessidade, independentemente da competência do maestro que assina a direção musical (Amalfi). Mesmo com esse senão recomendaria essa ótima montagem que está em cartaz no SESC Santana.
Maria Lúcia Candeias - Doutora em Teatro pela USP
Livre Docente pela Unicamp
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