


Por Maria Lúcia Candeias
Doutora em teatro pela USPSe você gostava de Agatha Christie e Alfred Hitchcock, certamente, vai adorar “A Serpente No Jardim, de Alan Ayckbourn, em cartaz no SESC Pinheiros, terceiro andar. O autor britânico, que também está na trilogia Enquanto Isso..., no Teatro Folha, demonstra mais uma vez que suspense é com os britânicos. E, se fazer suspense no cinema é coisa para poucos, no teatro, então, é para gênios.
Além do autor surpreendente, as três atrizes do elenco (Lavínia Pannunzio, Alejandra Sampaio e Cristina Cavalcanti) estão maravilhosas em cena. O tarimbado diretor Alexandre Tenório acerta na condução das intérpretes assim como no visual (L&C Cenografia e Paulo Falzoni), nos figurinos - a cargo da atriz Cristina já citada - e na iluminação adequada, assinada por Aline Santini. Tudo extremamente singelo e eficiente.
Alan Ayckbourn moderniza o suspense transformando-o num quebra-cabeça fantástico, de modo que o público não sai com total certeza de quem é a serpente. Será que está mesmo no jardim? Será que está na cabeça das pessoas?
Impossível não se envolver com todos esses acertos. Não perca!
Caranguejos cor de laranja que querem andar pra frente, sapos de luvas verde limão, o orelhão de rodinhas, um carrossel mágico. Histórias pór Telefone reúne seis pequenas histórias bem-humoradas, repletas de fantasia e delicadeza, contadas a partir de telefones de um pai a sua filha. Representante comercial, o Senhor Bianchini passa seis dias por semana viajando pelo País para vender medicamentos. Acontece que sua filha só dorme depois de ouvir o pai.
Então, toda noite, onde quer que ele esteja, às 9 em ponto, telefona para lhe contar um caso inventado. Mas não é só ela que aguarda ansiosamente o telefone tocar. Do outro lado da linha, quatro curiosas telefonistas - responsáveis pela transferência da linha – acompanham tudo em segredo, prontas para se ligar em mais uma aventura do pai Bianchini. São sempre episódios curtos, pois falar ao telefone é caro. Mas ele não falha! O texto foi livremente inspirado em Fábulas por Telefone, de Gianni Rodari (1920-1980), o maior escritor italiano para crianças do século 20.
Simpática, sorri ao explicar como será a peça: Será um espetáculo percurso. Seis personagens sabem que estão vivendo seus últimos momentos ... antes de partir. Eles compartilham esse momento derradeiro com a plateia, que os descobre, um após o outro, nos cantos de uma csa antiga, e se perguntam - o que é mais importante para você na vida?
A repórter Maria Eugênia de Menezes, que entrevistou Léa Dant, está na capa do folder da peça