Ao celular, a ligação é interrompida bruscamente. 22h15, acaba a novela das nove, as luzes do apartamento começam a piscar, diminuem gradativamente de intensidade e apagam de vez. Blecaute. Corro para a janela, um grupinho de moradores se reúne lá embaixo na portaria. Os carros que chegam não podem entrar na garagem.
O mesmo ocorre em outros prédios da rua. Nas janelas dos edifícios aparecem pessoas com lanternas e velas. O telefone, da Net, não funciona, assim como o laptop. Não tenho rádio para ouvir as notícias. Peço para uma amiga, que mora no prédio em frente, exatamente no mesmo 6. andar, que procure alguma notícia no rádio. Depois ela conta que o blecaute atingiu vários Estados, inclusive Rio. O apagão deixou a cidade às escuras. Sentada no sofá, só ouvia a buzinação da avenida Brigadeiro Luiz Antonio.
Vou para a cama apreensiva. Penso em quem está na rua – meu irmão Flávio e minha cunhada Penha foram ver o show de Dona Summer-, quero saber se meus sobrinhos e sobrinhas estão em casa... , se meu irmão Roberto (que mora no Rio) está bem, se aconteceram arrastões ou assaltos, se alguém ficou preso no elevador, se todo os hospitais tem geradores, se o metrô parou, se houve pânico.... Rezo para meu anjo da guarda.
Deitada, lembro de ter lido no site Opinião e Notícia que "no último domingo, 8 de novembro de 2009, o programa “60 minutes”, da emissora norte-americana CBS, exibiu uma reportagem segundo a qual dois apagões no Brasil nos últimos quatro anos teriam sido causados por ataques de hackers. A hipótese de que essa tenha sido a causa deste último blecaute foi descartada pelo ministro das Minas e Energia, Edison Lobão".
Penso, ainda, na coluna de Carlos Brickmann no "Observatório da Imprensa", sobre a censura prévia imposta ao jornal O Estado de S. Paulo. Dá um frio na espinha. "A pedido do filho do senador, Fernando, que administra os bens da família, o Estadão foi proibido de citar qualquer fato apurado pela Operação Boi Barrica, da Polícia Federal", escreveu Carlinhos, para depois tirar um sarro: "Não se pode ignorar a força política de Sarney: quem escreve livros como aqueles que publicou e consegue ir para a Academia Brasileira de Letras é capaz de façanhas inacreditáveis". Apesar de tudo, apago logo. Só a TV do celular ligada.
Conforme reportagem do SPTV do dia seguinte, o técnico do INPE disse que foram raios que atingiram o Sul do Estado de São Paulo. Falou que São Paulo é a cidade do Brasil mais atingida pior raios, e o Brasil, no mundo, é o maior alvo dos raios. Então, deduzo que a culpa é do tempo mesmo. Hoje às cinco da tarde toda a cúpula dos poderosos de Brasília mais os entendidos em energia tem reunião para tratar do assunto. Penso que deve estar na pauta bolar uma estratégia para passar para a assessoria de imprensa oficial. Afinal o discurso tem que ser único.
Penso, ainda, na coluna de Carlos Brickmann no "Observatório da Imprensa", sobre a censura prévia imposta ao jornal O Estado de S. Paulo. Dá um frio na espinha. "A pedido do filho do senador, Fernando, que administra os bens da família, o Estadão foi proibido de citar qualquer fato apurado pela Operação Boi Barrica, da Polícia Federal", escreveu Carlinhos, para depois tirar um sarro: "Não se pode ignorar a força política de Sarney: quem escreve livros como aqueles que publicou e consegue ir para a Academia Brasileira de Letras é capaz de façanhas inacreditáveis". Apesar de tudo, apago logo. Só a TV do celular ligada.
Conforme reportagem do SPTV do dia seguinte, o técnico do INPE disse que foram raios que atingiram o Sul do Estado de São Paulo. Falou que São Paulo é a cidade do Brasil mais atingida pior raios, e o Brasil, no mundo, é o maior alvo dos raios. Então, deduzo que a culpa é do tempo mesmo. Hoje às cinco da tarde toda a cúpula dos poderosos de Brasília mais os entendidos em energia tem reunião para tratar do assunto. Penso que deve estar na pauta bolar uma estratégia para passar para a assessoria de imprensa oficial. Afinal o discurso tem que ser único.
(Fernanda Teixeira)
7 comentários:
Duvido que tenha sido raios, Fê. Li algumas coisas que o sistema de Itaipu é preparado para esses fenômenos. E no Bom Dia Brasil disseram que não teve uma tempestade de raios capaz de causar tal feito.
Você estava em casa. E eu? Estava na casa de uma amiga na Lorena e tive que esperar a luz voltar pra ela me deixar sair na rua. Resultado, estou um caco de sono hoje!
Pela manhã, ninguém sabia dizer o que tinha acontecido. Foi então que um jornalista da Band FM perguntou: "Se eles não sabem o que aconteceu como foi que solucionaram o problema?" Parabéns ao jornalista(cujo nome não me lembro). É, está mesmo faltando iniciativa a nossa imprensa.
Vanessinha e Nadya, eles não sabem o que fazem, o que dizem. Também não acredito que tenha sido raios. Que raio de governo incompetente!
Nandinha, querida: Adorei ser citado no Blog do Dudu! E parabéns pela nova casa, menina! Beijão,
Carlinhos
compartilho da opinião, acredito mais na falta de contingência, de backup dos sistemas e de egligência na segurança,
o resto é balela,
já trabalhei no governo e sei como é!!! para fernando sarney e cia todos os "investimentos", para o povo brioches!!! kissesssssssssssss
pessoal, desculpe, o comentário acima é de Rosi Gonçalves.
Pior é que ninguém acredita mais nas versões do governo. Isso é o que amedronta mais.
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