terça-feira, 3 de novembro de 2009

As Meninas e a tarde de emoções

O Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, ficou pequeno para abrigar tantos corações emocionados. Era meio de feriado prolongado, sábado passado, dia da estreia do espetáculo As Meninas, adaptação de Maria Adelaide Amaral para o livro homônimo de Lygia Fagundes Telles.

Dava para sentir um clima especial no ar. Comandados pela dramaturga, a equipe toda subiu ao palco, a plateia ainda vazia, deu as mãos e, em circulo, pediu aos deuses do teatro pela saúde de um familiar da diretora Yara Novaes – que precisou ir a Belo Horizonte às pressas e não pôde comparecer. Com um vidrinho de água benta nas mãos, Maria Adelaide abençoou cada um. Prenúncio de um dia diferente.

Lá fora, os convidados já chegavam. Atores como Gustavo Machado, Lúcia Veríssimo, Débora Fallabela, Maria Fernanda Cândido, Daniel Alvin, Xuxa Lopes, Karin Rodrigues, Marcelo Mansfield, os produtores Celso Curi, Wesley, Roberto Monteiro, Zé Maria Pereira, os amigos Bel Gomes, Claudia Hamra, Célia Forte, Ubiratan Brasil e a convidada mais esperada, Lygia Fagundes Telles, acompanhada pela neta Lucia.

Antes do inicio, o ator Dan Stulbach – diretor artístico do teatro - subiu ao palco para pedir compreensão do público por conta de pequena confusão gerada pelo grande número de pessoas. Cadeiras extras foram providenciadas e só mesmo algumas pessoas da equipe, como o produtor Fernando Padilha, o musico Dr. Morris e o pessoal da assessoria, assistiram a peça de pé no fundo do teatro.

As atuações do elenco foram brilhantes – Clarisse Abujamra, forte e com grande magnetismo, e Tuna Dwek, firme, em cenas engraçadas ou mais dramáticas (as duas atrizes convidadas) e as "meninas" Luciana Brites, em interpretação arrebatadora; Clarissa Rockenbach, mostrando a veia boa de atriz e cativando o público; e Sílvia Lourenço, prometendo crescer (à altura de seu talento) ainda mais no papel; e Júlio Machado, presença marcante nos dois personagens que vive.

Um romance dos anos 70 tão atual como músicas e poemas que trazemos grudados na memória. Uma peça que sintetiza de forma exemplar os dramas e conflitos do livro, dando oportunidade igual a todos os personagens. E por fim a grande emoção de ver Lygia Fagundes Telles feliz.
Abaixo, email de Lygia Fagundes Telles para toda a equipe da peça:

"Meninos e Meninas",
Escrevo com muita emoção para dizer que amei o que vi hoje. A peça está linda, forte, densa e me deixou muito, muito emocionada. Obrigada. Sucesso enorme para esse trabalho tão bem feito e sério, que traduz de uma forma linda o meu romance e a história dessas Meninas.
Um beijo em cada um,
a Lygia.
obs. Lúcia também manda beijos emocionados.
Agora email do jornalista Ubiratan Brasil, sub-editor
do Caderno 2 para o produtor Fernando Padilha:
Querido Fernando,

Novamente mil parabéns pela produção - fazia tempo que eu não assistia a uma peça tão cuidadosamente cuidada. Fiquei emocionado como há muito na ficava. Houve momentos que, confesso, não consegui segurar as lágrimas. Tenho certeza que Lygia teve ter se sentido honrada com tamanha homenagem. Se puder, mande, por favor, um beijo enorme pro elenco, pois não consegui falar com todos na saída. Na verdade, sempre fico inibido em estreias pois me sinto como um intruso, mas dessa vez acreditei fazer parte da "casa". Já comecei a fazer o boca a boca, pois a peça merece. Quero mesmo voltar a ver, pra pegar mais detalhes.

Um beijo grande, obrigado por me deixar participar de um momento tão raro.
Bira

Um comentário:

Ronaldo Aguiar disse...

Que lindo o post no blog.
Deu para relembrar esta tarde realmente inesquecível!bjs
Ronaldo