terça-feira, 15 de setembro de 2009

Twitter or not twitter?

Como meu amigo Sergio Roveri, estou adorando o twitter e acabo de descobrir novo uso para ele! Novidades da era tecnológica me interessam, no entanto admito nutrir certo receio em aderir de cara a modernidades desse segmento específico. Prefiro elaborar melhor o pensamento a adotar postura seguidora de tendências logo ao primeiro apelo. Uma pontinha de desconfiança não faz mal a ninguém, não é verdade? E, vamos e venhamos, nada como seguir as intuições. Elas podem nos preservar de aborrecimentos futuros. (Pena que, às vezes, eu me distraia, largue a intuição em casa e me deixe levar só pelo coração.)

Confesso ter resistido quando a amiga Adriana Balsanelli me apresentou a essa ferramenta da Informática. Entre seus argumentos, o de que o twitter é um instrumento importante de trabalho para a Arteplural disseminar informações que podem virar notícias, dependendo do tanto de gente a se interessar por elas. Demorei um pouquinho a me deixar convencer. Até que me rendi a seu poder de fogo. Sem arrependimentos, que hoje eu digo com todas as letras: amo o twitter. O máximo. Entendi uma porção de coisas depois que ele entrou na minha vida – digo, principalmente no meu cotidiano profissional. Admito não ter total domínio de seu uso ainda, mas enxergo suas reais possibilidades.

O flagra

De lá pa cá, procuramos alimentar o twitter da Arteplural sempre que temos coisas importantes, do nosso ponto de vista, é óbvio, para dizer. Nessa onda, tenho aprendido muita coisa, até a seguir gente que registra simples e úteis informações, notícias de shows, eventos culturais em geral ou outras delícias produzidas por espíritos elevados. Esses leio e respeito. Não vou deletar da minha lista, não. Porque é muito bom escolher quem ler quando se está de papo pro ar.

Outra confissão foi a discreta (e divertida sensação) de flagrar a quantidade de gente desocupada ou com compulsão por expor sua vida em detalhes, sem o menor pudor ou constrangimento. Tem um povo engraçado que prefere bisbilhotar a vida alheia e, muitas vezes, vejam só, até os mais ocupados, encontram uma brecha entre uma e outra tarefa profissional durante o expediente, para deixar escapar o incontrolável desejo de emitir uma opinião, fazer um desabafo qualquer ou relatar uma insignificância. Sim, esses seres - dotados de inigualável capacidade e talento para realizar várias atividades simultaneamente.

Diário escancarado

Rapaz, como diriam meus amigos baianos Moisés Santana e Simone Chemmes, tem neguinho usando essa ferramenta como um diário escancarado de suas mais desinteressantes ações cotidianas! Coisa mais bizarra. Veja você exemplos: "Agora vou dormir", "já levantei", "cheguei em casa agora", "to com uma dorzinha de cabeça, assim não me concentro no release", "perseguida por goteiras.... ". Paciência se alguém se ofender. Na roda gigante/ montanha russa desse parque de diversões é irresistível não expressar a lasquinha de ironia ao ler mensagens dessa natureza até de amigos. Coisas que não farão a menor diferença na minha vida – nem na sua que está lendo.

Mas grandes descobertas merecem comemoração. Uma de suas grandes utilidade é a gente poder conhecer um pouquinho melhor as pessoas pelo que elas escrevem. E o meu olhar desconfiado vai para quem fica, como se diz, twitando o dia todo, a cada passo de seu cotidiano.

Mau negócio

Interessante essa nova forma de reality show inventada num tempo louco (e Cazuza já dizia: "o tempo não pára") em que os humanos adoram uma invasãozinha de privacidade. No século 21, quando o mundo é digital e a informação tem uma velocidade estonteante, muita gente ainda não se tocou de que, na hora de contratar, por exemplo, hoje as empresas sabem que quem consegue publicar mais de um texto por dia no twitter pode não ser um bom negócio no final das contas. Santa ignorância, Batman!

O pior é a grande maioria das banalidades escritas, puro lixo. Em todo o caso, como tudo tem dois lados, reforço que também amo o twitter porque o lixo produzido por muitos deles não faz mal nem a peixinhos ou plantinhas. São restos e sobras de pensamentos tortos ou inutilidades de quem tem tempo a desperdiçar – mesmo não tendo, como já disse lá em cima.

Combustível para a alma

Porque é combustível para a alma elaborar o pensamento. Como escutar música, escrever, namorar quem se ama, conversar com um amigo, tomar café com outro, almoçar com a equipe, reconhecer as qualidades de um profissional, aceitar defeitos também. Compartilhar silêncios, tratar bem as pessoas, ser simples e viver tentando ser um pouco melhor.

Fernanda Teixeira)

7 comentários:

Anônimo disse...

Como tudo nessa nossa "hiper modernidade", termo de Gilles Lipovetsky, pode-se pecar pelo excesso. Mas fazer o quê? Kisses, Gostei do texto! Rosi !!!

Paulo Roberto disse...

Já dizia Nelson Rodrigues, "a unanimidade é burra". Mas quem disse que ele estava certo, hehehe. Legal o texto. Twitando, sim, mas sem perder a elegência jamais! abração, Paulo Roberto.

Nanete Neves disse...

Concordo, tem momentos em que não fazer nada é um privilégio, é combustível para os pensamentos, a reflexão. Uma forma de sair fora da enxurrada de estímulos a que estamos sujeitos o tempo todo.
Até agora nada me convenceu a entrar pro Twitter. Se é para fazer boa literatura com até 140 toques, que se faça literatura, e aí, blogue é a melhor plataforma. E tenho dito! rs
beijinhos

Fê disse...

Oi nani, bom ter você por aqui. saudades!

Renata Lopes disse...

Fe, amei este post!!!
Vou roubar e colocar no meu blog! Mas não se preocupe... farei isso à noite, lá de casa! ;)

Anônimo disse...

Fernandinha... Adorei o Post. Inspirou-me o interesse pelo twitter. Recordou-me dos combustíveis para a alma. Dentre eles nosso encontro de quarta. (Faltou só "Menina Veneno"). Continue nos nutrindo com suas matérias !

Renata disse...

Fernandinha... Adorei o Post. Inspirou-me o interesse pelo twitter. Recordou-me dos combustíveis para a alma. Dentre eles nosso encontro de quarta. (Faltou só "Menina Veneno"). Continue nos nutrindo com suas matérias !