segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

MAIS DE VINTE ANOS DE CARREIRA MAIS DE VINTE PRÊMIOS!!!




É o caso de Gabriel Villela. A maioria deles referentes às suas em geral brilhantes encenações, como essa atual “Hécuba” de Eurípedes,mas há outros que premiam suas atuações como cenógrafo ou como figurinista. Essa amplitude de conhecimento talvez explique os fantásticos acertos dessa extraordinária tragédia grega, do século V a.C., em cartaz no Teatro Vivo, que no seu comando enche os olhos, ouvidos e o coração. Pessoas mais tocadas por essa experiência como eu, provavelmente terão momentos em que julgam estar diante de um coro grego original.

Vários motivos: coro extremamente afinado. Canções desconhecidas e bonitas, em língua diferente (não se parecem com as da Umbanda paulista), mérito também de Babaya e Ernani Maletta. Máscaras e adereços de Shicó do Mamulengo, Giovanna Vilela e José Rosa. Figurinos deslumbrantes utilizando tecidos que não se tem certeza se são africanos ou orientais (o diretor).

Como se isso fosse pouco, os atores cantores arrasam. Destacam-se aqueles que incorporam as principais personagens. Walderez de Barros continua com tudo em cima, mas a rodeiam jovens muito talentosos e promissores: é o caso de Nábia Vilela (linda, voz excelente) e Luiz Araújo que se encarregam dos filhos de Hécuba. Todos dão conta do recado incluso os menos jovens como Léo Diniz, Fernando Neves e Flávio Tolezani.

Vale destacar ainda a cenografia, assinada por Márcio Vinícius, de super bom gosto, discreta e totalmente funcional. Nota dez.

Por tudo o que foi dito, é pra lá de imperdível.

Não deixe de ver.

Maria Lúcia Candeias
                                                 Doutora em teatro pela USP
                                                 Livre Docente pela Unicamp

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