quarta-feira, 27 de julho de 2011

Bixiga ou Zona Oeste?

Por incrível que pareça, hoje em dia é difícil saber se há mais teatros no Bixiga ao na zona oeste. É claro que não há tantas casas reunidas como na Praça Roosevelt, em nenhum outro bairro. Mesmo assim, temos, de memória SESI Leopoldina, SESC Pinheiros, Cultura Inglesa, SESC Pompeia, Cacilda Becker, Bradesco, Viga, Crisantempo, o Centro da Terra e duas novas: o Amandodito Espaço Cênico e o Viradalata, ambos na rua Apinagés nas Perdizes. Também há recentes na Bela Vista, por exemplo, na rua 13 de maio há o Espaço Elevador e a Sede do Teatro da Vertigem, além do Teatro Ivo60 na Teodoro Baima, próximo ao Arena. Em síntese, até parece uma competição.

Ainda não conheci alguns como o Ivo60 e o Amandodito, mas já estive no Elevador que é muito simpático e no Viradalata que quando estiver completamente pronto vai arrasar. Mas que mesmo agora é excelente. Tem bar, com sala de espera, um ótimo palco com iluminação e som de primeira. Vale a pena conhecer. O espetáculo que está estreando o espaço é “Mamy” com texto e direção de Alexandra Golik. Trata do caso de uma senhora de idade cuja casa pegou fogo e que tem de se hospedar com um dos dois filhos Laura (Luciana Ramanzini) e Felipe (Fabiano Geueli) ou com a nora, Suzi (a autora e diretora). O texto capta o interesse da plateia sem postular nenhuma tese. Os atores dão conta do recado. A cenografia é de extremo bom gosto (Moshe Motta é a autora) assim como o figurino (Diego Endo e Gabriela Pinesso). A eficiente iluminação é de Miló Martins e a música é de Marcelo Pellegrini. Não se trata de uma montagem imperdível, mas é boa diversão. O que é imperdível mesmo é o espaço, o teatro.


Maria Lúcia Candeias
Doutora em teatro pela USP
Livre Docente pela UNICAMP

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