Por Maria Lúcia Candeias
Doutora em teatro pela USP
Livre Docente pela Unicamp
Será que “Usufruto” é mesmo a primeira peça que Lúcia Veríssimo escreveu? Fui até olhar se ela é filha dos Veríssimos do Rio Grande do Sul (Érico ou Luiz Fernando) mas não, ela nasceu no Rio de Janeiro (pai paraibano). Sua competência como dramaturga estreante provavelmente se alicerça na sua enorme experiência como atriz de teatro, cinema e TV.
É surpreendente! Tudo se passa no interior de um apartamento ainda acabando de ser construído e que já tem dois compradores interessados: uma mulher (a própria autora) e um homem em vias de casar-se (Raphael Viana). Além do conflito imobiliário, passam a discutir posturas de vida e experiências amorosas, num papo de uma atualidade não muito comum em nossos palcos. É imperdível.
É claro que não é só o texto que agrada muito, pois a atuação dos dois é impecável, assim como a como sempre ótima direção de José Possi Neto. Também, ele é o campeão das montagens na FAAP. Basta lembrar a inesquecível “Salomé” de Oscar Wilde que não obteve nem o sucesso nem todos os prêmios que merecia, visto que foi apresentada com o chão do palco coberto de água. Caso único e muito adequado à bela leitura cênica. Isso, entre outros inúmeros acertos da brilhante carreira, como nesse “Usufruto”.
Desta vez, o cenário de Jean-Pierre Tortil é discreto, muito funcional e, como sempre, de extremo bom gosto. Os figurinos não ficam atrás e são assinados por Rebecca Beolchi. Além disso, basta dizer que a trilha sonora é da Túnica Teixeira. Quem melhor do que ela em teatro que não é musical?
Doutora em teatro pela USP
Livre Docente pela Unicamp
Será que “Usufruto” é mesmo a primeira peça que Lúcia Veríssimo escreveu? Fui até olhar se ela é filha dos Veríssimos do Rio Grande do Sul (Érico ou Luiz Fernando) mas não, ela nasceu no Rio de Janeiro (pai paraibano). Sua competência como dramaturga estreante provavelmente se alicerça na sua enorme experiência como atriz de teatro, cinema e TV.
É surpreendente! Tudo se passa no interior de um apartamento ainda acabando de ser construído e que já tem dois compradores interessados: uma mulher (a própria autora) e um homem em vias de casar-se (Raphael Viana). Além do conflito imobiliário, passam a discutir posturas de vida e experiências amorosas, num papo de uma atualidade não muito comum em nossos palcos. É imperdível.
É claro que não é só o texto que agrada muito, pois a atuação dos dois é impecável, assim como a como sempre ótima direção de José Possi Neto. Também, ele é o campeão das montagens na FAAP. Basta lembrar a inesquecível “Salomé” de Oscar Wilde que não obteve nem o sucesso nem todos os prêmios que merecia, visto que foi apresentada com o chão do palco coberto de água. Caso único e muito adequado à bela leitura cênica. Isso, entre outros inúmeros acertos da brilhante carreira, como nesse “Usufruto”.
Desta vez, o cenário de Jean-Pierre Tortil é discreto, muito funcional e, como sempre, de extremo bom gosto. Os figurinos não ficam atrás e são assinados por Rebecca Beolchi. Além disso, basta dizer que a trilha sonora é da Túnica Teixeira. Quem melhor do que ela em teatro que não é musical?
Em resumo, a estréia de Lúcia é iluminada – não só pela iluminação – pelo talento do Possi e ninguém deve perder. É um arraso.
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