Isso é um plágio. Sophie Calle namorou alguns meses com o autor do email que ficou famoso, mote da exposição no Sesc Pompas. Eu, nem sequer cheguei a beijar o autor deste email, mas passei no mínimo uma semana pensando no estado das coisas neste início de século 21. Como Sophie, pedi ajuda a outras mulheres na interpretação do texto. Abaixo, o email recebido em junho de 2009. Sinta-se à vontade para dar sua interpretação.
"Renata, tudo bem?
Entonces, desculpe se parece que estou te ignorando, mas é que não sei muito bem como reagir aos seus emails.
Vou tentar ser claro: Como disse no bar, estou há algum tempo fechado pra balanço, e quero continuar assim. Minha vida, minha casa, minha rotina, meu tempo...tudo está montado de uma maneira egoísta, em que eu só preciso cuidar de mim.
Sei que a gente não está falando de viver junto até os 375 anos, ter 227 filhos, 439 cachorros, 256 gatos e 2115 papagaios, mas digamos que a gente fique. Depois de ficar tem o lance de ter de ligar, pra deixar claro que o outro é especial, que a coisa foi muito bacana e taus. E aí entra o: "Se foi bacana, por que não de novo?".
E aí a coisa vai.Não quero esse vínculo, esse lance de ter de mostrar/provar que o outro é especial pra mim. Assim como não quero ter a responsa de ser especial para alguém.Uma hora isso muda.Mas por enquanto é isso.Espero que você entenda".
http://re-volts.blogspot.com
(Renata Lopes)
(Renata Lopes)
2 comentários:
Entre cegos, servos e outros personagens, perdido num eterno jogo de cartas, palavras e anseios, ele esperava. A menina poderia achar que esperava por ela, ou talvez por uma Glória rodriguiana cantada por um palhaço velho e cruel.
Ele esperava somente que o tempo passasse. Len.ta.men.te, para saborear sua queda no vazio de autocomiseração em que havia se lançado. O niilismo autoindulgente é a última prova de um ego falido.
Perdeu a menina, carinho, sexo. Ganhou mais uma prova de seu descompasso em relação ao mundo. Já ela perdeu um pouco de seu tempo. Poupou muito de sua paciência. E ganhou uma noite no teatro.
Quites? Longe disso.
Pessoas egoístas, inseguras e individualistas encontramos às pencas pelas esquinas desse mundinho. O bom é que para compensar tem também um montão de gente bacana, alto astral, cheia de amor pra dar e fazer planos a dois... Com vontade de somar e não dividir. beijo!
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