De família humilde, morena, olhinhos verdes espertos, a menina cresceu alegre e extrovertida. Adolescente, o jeito de moleca acentuado, passou a dar trabalho em casa quando começou a namorar. Nada de se meter com drogas ou bandidos, que ela não era chegada a isso. O pai e a mãe, ignorantes, não sabiam como lidar com a filha, considerada terrível.
Até que um dia, ele resolveu dar um jeito definitivo na situação. Empurrou com o pé, para junto da filha, uma caixa de laranja. A menina, bonita mas franzina, abaixou-se e cumpriu a ordem de procurar a fruta podre. Quando achou entregou-a ao pai, que tinha a frase na ponta da língua. "Tá vendo esta laranja bichada, estragada? É você no meio das minhas outras filhas. Não quero isso pra elas. Pode pegar suas roupas e ir embora!"
Aos 17 anos, a pequena - não media nem um metro e meio - saiu de casa no Interior de Pernambuco para nunca mais voltar. Caiu na vida, como gosta de dizer. Descolada e inteligente, veio para São Paulo e conseguiu trabalho em casa de família. Sempre enrabichada por algum homem, foi tendo filhos, cada um de um pai diferente.
Educou as crianças direitinho e, na medida do possível, nunca deixou que faltasse nada para eles. Aos primeiros, deu os nomes de Fernando e Fernanda, homenagem à família de um dos primeiros patrões. Mudou muito de emprego, até que sossegou o facho. As crianças cresceram e foi então que passou a ter problemas, principalmente com uma delas, muito parecida com a mãe, namoradeira também.
Depois de trabalhar 15 anos com minha mãe, hoje ela está na minha casa e, quando tomamos café da manhã, ela nos conta pedacinhos de sua história. Cada dia um trecho. A passagem da caixa de laranja deixou meus olhos cheios de lágrimas e me fez entender algumas coisas da vida. O por que de algumas pessoas terem determinados comportamentos. Com um pai daqueles, ela até que se virou bem. Sempre de bom-humor, gosta de cuidar da gente e contar casos. Por isso relevo mentirinhas que ela solta de vez em quando. Danada que é, tem uma imaginação e tanto para criar.
Até que um dia, ele resolveu dar um jeito definitivo na situação. Empurrou com o pé, para junto da filha, uma caixa de laranja. A menina, bonita mas franzina, abaixou-se e cumpriu a ordem de procurar a fruta podre. Quando achou entregou-a ao pai, que tinha a frase na ponta da língua. "Tá vendo esta laranja bichada, estragada? É você no meio das minhas outras filhas. Não quero isso pra elas. Pode pegar suas roupas e ir embora!"
Aos 17 anos, a pequena - não media nem um metro e meio - saiu de casa no Interior de Pernambuco para nunca mais voltar. Caiu na vida, como gosta de dizer. Descolada e inteligente, veio para São Paulo e conseguiu trabalho em casa de família. Sempre enrabichada por algum homem, foi tendo filhos, cada um de um pai diferente.
Educou as crianças direitinho e, na medida do possível, nunca deixou que faltasse nada para eles. Aos primeiros, deu os nomes de Fernando e Fernanda, homenagem à família de um dos primeiros patrões. Mudou muito de emprego, até que sossegou o facho. As crianças cresceram e foi então que passou a ter problemas, principalmente com uma delas, muito parecida com a mãe, namoradeira também.
Depois de trabalhar 15 anos com minha mãe, hoje ela está na minha casa e, quando tomamos café da manhã, ela nos conta pedacinhos de sua história. Cada dia um trecho. A passagem da caixa de laranja deixou meus olhos cheios de lágrimas e me fez entender algumas coisas da vida. O por que de algumas pessoas terem determinados comportamentos. Com um pai daqueles, ela até que se virou bem. Sempre de bom-humor, gosta de cuidar da gente e contar casos. Por isso relevo mentirinhas que ela solta de vez em quando. Danada que é, tem uma imaginação e tanto para criar.
Consumista, um de seus prazeres prediletos é freqüentar a lojinha de R$ 1,99 perto da Teodoro Sampaio. No dia seguinte ao pagamento, sempre aparece de roupa ou celular novos. A Sandra até que tenta ensiná-la a guardar dinheiro, mas não adianta. Faz cara de sapeca e esconde a fatura do cartão de crédito. Vez ou outra tem uma conta chegando pelo correio. Lá em casa, nosso dia-a-dia é divertido, mesmo quando ela arruma tudo, guarda no lugar que bem entende e a gente não acha nada. Na minha festa de aniversário, foi o centro das atenções quando comandou uma coreografia de dance music. Quem estava lá sabe do que estou falando. Grande pequena Nice!
8 comentários:
Fernanda, já disse, anote tudo aí e publique um livro. Tem gente que ainda prefere ler como antigamente, não tão antigamente assim. Essa crônica da Nice é maravilhosa. Mesmo quase quebrando a costela, depois de talvez umas duas doses de 12 anos, embarquei feliz na dance music especial da garota que foi enxotada do seu mundo pra vir povoar outros Mundos...E assim caminha a humanidade, e eu caminharei melhor depois que conheci a Musa inspiradora deste post da Teixeira. Um abraço, sempre, Forte
Fê, apesar não conhecer Celia Forte, endosso o q ela escreveu....e repito sempre:AMO TE LER!!
Vc esqueceu de falar sobre a torta de palmito da Nice, hunnn... a baixinha é poderosa!!
Mtos bjs,
Clê
menina, adorei essa Nice!!!! Que história!!! beijocas procê e outra pra ela! Erika Riedel
Ah, mas essas meninas são muito artistas e muito plurais mesmo!
Desculpem minha ignorância, mas esse blog é novo?
Obrigada Célia, Cleide e Érika. Vocês são especiais. E Lavínia, minha querida, também sou sua fã, e esse blog foi idealizado pela adriana, minha grande parceira de trabalho aqui. Tem um tempo que ele rola....
Adorei a crônica da NICE !! Viva a Nice !! Beijão para você, Sandra e Dudu, Rê.
Com certeza a Nice é pequena só no tamanho, pois depois de conhecer a história da vida dela e ver como seus olhos brilham diante de tudo, só tenho a dizer que ela é uma grande mulher.
Parabens Nice pelo que você é!
Adorei!
Bjs
Anny Santos
Renata e Anny, obrigada pela visita. Vocês fazem o blog ficar mais importante.
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