Semana passada, indo para o encontro com o diretor Zé Henrique de Paula, estacionei o carro numa vaga na rua major Sertório, bem em frente a uma loja de materiais elétricos e de construção. Entrei para comprar uma folha de zona azul e saí com a intenção de voltar depois da reunião. Sempre penso que posso precisar de alguma coisa. Pode parecer estranho, mas lojas desse tipo exercem um certo fascínio sobre mim. Aquela lâmpada queimada do quarto, que só lembro quando vou dormir; a tomada tipo benjamim, que volta e meia faz falta; uma latinha de lixo nova para o banheiro, sei lá; os pregos para arrumar o varal, o ralinho do banheiro quebrado...
Enquanto procurava os produtos e escolhia um a um, o vendedor ia fazendo os pacotes bem devagar. "É para a senhora lembrar do que mais vai querer", justificava ele, que de cara ganhou minha simpatia. Começou um papo agradável entre nós. A voz baixa, educado, ele perguntou por que escolhi fazer Jornalismo ao invés de Direito. Engatou outras questões interessantes sobre o dia a dia de um repórter. À medida que respondia, ele tirava outra pergunta inteligente e, assim, ganhava meu encantamento.
Percebi que se tratava de um cara preparado, interessado. Logo fiquei sabendo que ele estuda Ciências Sociais na Usp e não vê a hora de largar o serviço na loja da mãe, que nos escutava ao fundo da loja, onde devia estar entretida com algum afazer. Falamos sobre o mercado de trabalho em sua área e comentei que uma opção seria um estágio numa instituição como o Sesc, por exemplo. No fim, José Manuel Fidalgo Dias acabou entregando para mim seu primeiro currículo, recém-confeccionado. Saí da loja com uma sensação gostosa de felicidade - por ter conhecido uma pessoa que despertou minha curiosidade e por saber, cada vez mais, que os momentos de prazer às vezes estão escondidos nas pequenas tarefas do dia-a-dia.
(Fernanda Teixeira)
Enquanto procurava os produtos e escolhia um a um, o vendedor ia fazendo os pacotes bem devagar. "É para a senhora lembrar do que mais vai querer", justificava ele, que de cara ganhou minha simpatia. Começou um papo agradável entre nós. A voz baixa, educado, ele perguntou por que escolhi fazer Jornalismo ao invés de Direito. Engatou outras questões interessantes sobre o dia a dia de um repórter. À medida que respondia, ele tirava outra pergunta inteligente e, assim, ganhava meu encantamento.
Percebi que se tratava de um cara preparado, interessado. Logo fiquei sabendo que ele estuda Ciências Sociais na Usp e não vê a hora de largar o serviço na loja da mãe, que nos escutava ao fundo da loja, onde devia estar entretida com algum afazer. Falamos sobre o mercado de trabalho em sua área e comentei que uma opção seria um estágio numa instituição como o Sesc, por exemplo. No fim, José Manuel Fidalgo Dias acabou entregando para mim seu primeiro currículo, recém-confeccionado. Saí da loja com uma sensação gostosa de felicidade - por ter conhecido uma pessoa que despertou minha curiosidade e por saber, cada vez mais, que os momentos de prazer às vezes estão escondidos nas pequenas tarefas do dia-a-dia.
(Fernanda Teixeira)
3 comentários:
Adorei... para "enxergar" esses momentos basta estar atenta.
A casa agradece pela manutenção.
Você vem se revelando excelente cronista, viu Fernandinha? De um fato banal constrói uma narrativa gostosa e nos faz pensar em tantas coisas ...e até nas tomadas que estão faltando em casa.Parabéns, flor.
Hei Nani, obrigada pelo carinho sempre. Escrever essas coisas é um alimento para minha alma nesses tempos corridas de assessoria de imprensa, hehehe. beijo, grande amiga!
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