quinta-feira, 30 de abril de 2009

O príncipe da televisão e a rainha do teatro

A trilha sonora da vitrolinha RCA tocava A Praça e Meu Bem, em compactos simples. Moreno, cabelos lisos, olhos verdes, cara de bom moço, o Príncipe da Jovem Guarda, programa jovem de maior sucesso dos anos 60, o cantor Ronnie Von derretia corações. Na platéia, as fãs gritavam, se descabelavam em crises de choro histérico. Aos 5 ou 6 anos, não entendia por que aquela mulherada tinha esse comportamento. Estávamos, eu e meu pai, nos estúdios da TV Record, onde um dos primeiros programas musicais da tv brasileira era gravado, na Consolação, quase em frente a rua Fernando de Albuquerque, pertinho do casarão onde meus avós paternos moravam), e eu fiquei aterrorizada com a multidão de fãs.

O flashback foi interrompido pela produtora Thaís Moreira, aumentando o volume do monitor instalado na chamada sala vip do Programa do Ronnie Von, no prédio da TV Gazeta, em São Paulo. Cada um aguardando sua hora de entrar no ar, Cintia Abravanel, diretora–presidente do CCGSS; o jornalista Felipe Machado (editor da TV Estadão), e José Armando Vanucci, da Rádio Jovem Pan, jogavam conversa fora num papo gostoso. Cintia estava ali para falar de seu projeto Vitrine Cultural à frente do Teatro Imprensa. Felipe divulgaria seu livro, escrito em Pequim, durante as Olimpíadas. José Armando tem um quadro fixo semanal sobre televisão no Todo Seu, o programa do Ronnie.

Chamada para a maquiagem, nos corredores da emissora, acompanhei Cintia e reencontrei amigos de longa data, a diretora do programa Carmen Farão fez a maior festa, emocionante. As produtoras Nina e Thaís cuidavam para que tudo desse certo nas gravações. Chegou a vez da entrevista de Cintia. No estúdio, Ronnie Von veio nos receber com beijinhos. Elegante, educado, pensei na hora, puxa, ele continua bonito. Generoso, disse que conheceu Cintia pequenina, aos 4 anos, lembrou de Cidinha, a mãe da filha mais velha de Silvio Santos. Deixou sua entrevistada à vontade e fez uma entrevista gostosa, sem pressa, registrada pelas lentes da câmera da Adriana Balsanelli, que anda se aventurando pela palheta de cores da fotografia.

(Fernanda Teixeira)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Festa Let´s Groove com Os Opalas, Marku Ribas e Nereu Mocotó


Muito samba-rock, balanço e música brasileira. Sábado, dia 25, a partir das 22 horas, na Aldeia Turiassú, acontece a 4º edição da Festa Let´s Groove com a banda Os Opalas. A produção da balada preparou um bar especial. Ainda tem as canjas especialíssimas de Marku Ribas e Nereu Mocotó, quebrando tudo. E para os 100 primeiros que chegarem na balada 1 Itubaína retrô.

Aldeia Turiassú - Rua Turiassú, 928 - Perdizes.

(Adriana Balsanelli)



The Cachorro Manco Show

Depois de temporada em Portugal, em abril, o texto vencedor do 2º Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia Antonio José Silva, The Cachorro Manco Show, de autoria de Fábio Mendes, estreia na Unidade Provisória do SESC Avenida Paulista dia 24 de abril, sexta-feira, às 20h30 no Espaço Décimo Andar. O monólogo, inspirado nos sermões do Padre António Vieira, é um discurso, quase uma pregação, proferido por um mendigo/cachorro manco que tenta convencer, a qualquer custo, que merece ganhar abrigo e comida na casa de algum dono.

Com pitadas de humor ácido, o texto instigante sobre o universo dos outsiders, dos excluídos, venceu o 2º Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia Antonio José Silva. O monólogo com Leandro Daniel Colombo é protagonizado por um mendigo/cachorro manco que implora por “ração em troca de sua narração”. O espetáculo reúne, ainda, de maneira divertida, trechos de sermões do Padre Antônio Vieira

Interpretado por Leandro Daniel Colombo, esse homem-cão, com roupa rota e microfone em punho – como numa stand-up comedy – pede ração por sua narração, atravessa momentos históricos, tem um discurso afiado e se inspira nos sermões do Padre António Vieira, refletindo sobre o Brasil e Portugal. A direção é de Moacir Chaves (que também está dirigindo Por Um Fio, com Regina Braga e Rodolfo Vaz, baseado no livro de Dráuzio Varella).

Centenas de textos concorreram ao Prêmio Luso-Brasileiro, realizado pela Funarte e pelo Instituto Camões em torno da obra do Padre António Vieira, e o vencedor, Fábio Mendes, teve o espetáculo financiado pelas duas instituições, com temporadas no Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília. Entre os dias 8 e 19 de abril, será a vez do público português receber The Cachorro Manco Show, em cartaz no Teatro Dona Maria, em Lisboa. O autor recebeu 15 mil euros pelo prêmio, que incluiu ainda a edição do livro The Cachorro Manco Show, lançado em novembro de 2008 na temporada carioca do espetáculo.

A criação do texto
Antes de sua estreia na dramaturgia, com Um Homem Chamado Lee, Fábio Mendes trabalhou como ator com Antunes Filho e Gerald Thomas: "Tinha ideia de fazer uma peça que fosse uma espécie de Forrest Gump, com um cachorro atravessando várias encarnações, tendo vários donos”, explica Fábio. Assim, quando soube do Prêmio Luso-Brasileiro, criou esse cachorro com jeito de mendigo, que faz um show dele mesmo para tentar entrar na casa de uma pessoa ou pedir um prato de comida.

Para conferir maior veracidade ao texto, o dramaturgo conversou com mendigos de São Paulo: “Uma noite, saindo de um bar na região dos Jardins, encontrei um morador de rua e começamos a conversar. Ele era formado em Letras pela USP e muito consciente de sua condição”, conta Fábio. “Eu usei muito de suas falas na peça, como quando comenta que o pior de morar na rua é a intuição de que algo ruim vai acontecer”. Além disso, o autor também se inspirou no caso de um mendigo que invadiu a Catedral da Sé, durante a missa de celebração do Dia do Trabalho, gritando “Mata eu, São Paulo, eu não quero morrer de fome!”. Todos esses elementos colaboram para construir um discurso em que a infelicidade pessoal é indissociável da injustiça social.

Dos vários sermões de Vieira utilizados por Fábio, destacam-se O Amor Fino, o Sermão de Quarta-Feira de Cinzas e o Sermão do Bom Ladrão. “Mesclei vários trechos desses sermões com o discurso do cachorro. Foi interessante misturar textos de 400 anos com algo contemporâneo nessas falas sujas e repletas de humor ácido do personagem”, explica Fábio. Quanto à adaptação da linguagem dos sermões, o dramaturgo afirma que o trabalho de edição foi mínimo: “Tirei as partes em latim, mas editei pouco. As falas do Padre Vieira são extremamente contemporâneas. Quando vejo alguém de 18, 20 anos rindo de coisas ditas há quatro séculos, acho maravilhoso. Parte do objetivo da peça é mostrar para os jovens, de maneira divertida e prazerosa, o pensamento de Vieira”.

O personagem e a marginalidade
Na figura do cachorro manco, que atravessa diferentes épocas e tem vários donos, o espetáculo aborda a questão da marginalidade, dos outsiders: “É um texto muito instigante acerca do universo dos excluídos. E alude à situação de quem faz teatro também. Nós nos identificamos muito facilmente com essas figuras, sempre à margem", avalia o diretor Moacir Chaves. O autor complementa: “O personagem é muito ácido, então ele tira sarro dos excluídos ao longo da história, dos índios e negros na época da colonização, todos que o Padre defendia. E, mais contemporâneo, dos sem-teto. Ele, por ser um excluído também, pode dizer essas coisas, fazer piadas com o tema”.

Moacir Chaves afirma, ainda, que o personagem não é um mendigo. Não é um cachorro, tampouco. É um ser de teatro, que absorve referências históricas, literárias, culturais, cotidianas, e as devolve em um fluxo verborrágico poderoso. “Na sua figura de pedinte, evoca a linhagem dos atores, situados à margem, sempre na estrada, sempre pleiteando, implorando por condições para exercer sua arte, a única coisa que importa. A um nobre, a um burocrata, a um gerente de marketing”, complementa.

Na encenação, explica ainda o diretor, importa não perder o fluxo, trabalho árduo para o ator, que exige dedicação, treinamento, preparo físico e mental, tarefa a ser realizada a cada apresentação. “As dinâmicas que moldam este jorro afirmam o momento presente em que aquilo acontece perante os espectadores. Os intervalos sonoros são silêncio pleno de movimento. O cérebro não para de absorver, mesmo quando se cala. Nada se interrompe. A presença do ator em cena, que se impõe de maneira resoluta, paradoxalmente aponta para o impalpável. Nada pode ser retido. Somos ilusão, aparência, fantasmagoria. Algumas marcas ficarão, como as muletas. Mas não por muito tempo”, complementa.

O ator Leandro Daniel Colombo explica a composição do personagem: "A marca do personagem é o comportamento animal, permissivo, que é descoordenado, uiva, chora, mostrando seu desequilíbrio. Me agrada muito este tipo de desafio. Transformar isso num sermão é altamente interessante, divertido. É um riso constrangido, toca fundo em feridas, ele pode fazer isso por ser excluído", diz.
(Caroline Carrion)


segunda-feira, 20 de abril de 2009

Um dia quase igual aos outros

Semana passada, indo para o encontro com o diretor Zé Henrique de Paula, estacionei o carro numa vaga na rua major Sertório, bem em frente a uma loja de materiais elétricos e de construção. Entrei para comprar uma folha de zona azul e saí com a intenção de voltar depois da reunião. Sempre penso que posso precisar de alguma coisa. Pode parecer estranho, mas lojas desse tipo exercem um certo fascínio sobre mim. Aquela lâmpada queimada do quarto, que só lembro quando vou dormir; a tomada tipo benjamim, que volta e meia faz falta; uma latinha de lixo nova para o banheiro, sei lá; os pregos para arrumar o varal, o ralinho do banheiro quebrado...

Enquanto procurava os produtos e escolhia um a um, o vendedor ia fazendo os pacotes bem devagar. "É para a senhora lembrar do que mais vai querer", justificava ele, que de cara ganhou minha simpatia. Começou um papo agradável entre nós. A voz baixa, educado, ele perguntou por que escolhi fazer Jornalismo ao invés de Direito. Engatou outras questões interessantes sobre o dia a dia de um repórter. À medida que respondia, ele tirava outra pergunta inteligente e, assim, ganhava meu encantamento.

Percebi que se tratava de um cara preparado, interessado. Logo fiquei sabendo que ele estuda Ciências Sociais na Usp e não vê a hora de largar o serviço na loja da mãe, que nos escutava ao fundo da loja, onde devia estar entretida com algum afazer. Falamos sobre o mercado de trabalho em sua área e comentei que uma opção seria um estágio numa instituição como o Sesc, por exemplo. No fim, José Manuel Fidalgo Dias acabou entregando para mim seu primeiro currículo, recém-confeccionado. Saí da loja com uma sensação gostosa de felicidade - por ter conhecido uma pessoa que despertou minha curiosidade e por saber, cada vez mais, que os momentos de prazer às vezes estão escondidos nas pequenas tarefas do dia-a-dia.
(Fernanda Teixeira)

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Miniteatro e Vestido de Noiva

Kleber, Marilia e Beth Néspoli

Semana passada foi de bastidores - entre os preparativos para a abertura do mais novo espaço teatral da cidade, o Miniteatro, demos uma passada na sessão de fotos da peça Vestido de Noiva, com encenação de Gabriel Villela, que estreia em maio no Teatro Vivo. Em meio à reforma, Marilia Toledo e Kleber Montanheiro receberam alguns coleguinhas da imprensa, como Beth Nespoli, do Estadão, e Lucas Neves, da Folha, que foram colher material para suas reportagens, publicadas hoje. Nem tinha aberto as portas e a sede da Cia da Revista já chamava a atenção da população local, que parava para comentar e dar palpites sempre positivos sobre a novidade, o 7º teatro da Praça Roosevelt.

Fico sabendo que a valorização imobiliária cresceu na medida em que foi se concretizando a revitalização do local, fruto da ocupação do pessoal dos teatros, iniciada em 1997, com a chegada de Dulce Muniz e Roberto Asca no Teatro Studio 184, antigo Cine Arte Bijou, depois o Teatro do Ator e continuada em 2000, com os Satyros, seguidos pelos Parlapatões. Com isso, os aluguéis subiram tanto que as prostitutas - que moravam na redondeza - estão se mudando da área.

Enquanto a sede da Cia da Revista ia ganhando vida, na Aclimação, no galpão de ensaio por onde já nasceram espetáculos como Salmo 91 e Calígula, as 18 pessoas do elenco e produção da peça de Nelson Rodrigues eram clicadas pelo fotógrafo João Caldas. No intervalo entre uma e outra foto, eu e Lígia aproveitávamos para fazer as entrevistas para confeccionar o release. Com um olho na foto e outro no nosso gravador, Gabriel Villela foi o primeiro. Estava atento a todos os detalhes dos figurinos (original e rico em criatividade) e da maquiagem.

Depois batemos papo com os atores Marcello Antony, Leandra Leal, Vera Zimmermann e Luciana Carnieli, que interpretam, respectivamente, Pedro, Alaíde, Lúcia e madame Clessi. A cada clique, João fazia questão de mostrar o resultado ao diretor. Do outro lado da porta do galpão, no quintal do casarão, os atores, diretores assistentes e produtores (entre eles Renata Alvin, Claudio Fontana, Heloisa Castilho, Daniel Maia, Pedro Moutinho e Rodrigo, Felipe) que aguardavam sua vez de serem fotografados se incumbiam de dar vida ao ambiente, num burburinho fervilhante. Na mesa, café, refrigerante, bolo, biscoito e suco à vontade. Deliciosa a oportunidade de usufruir desses momentos de backstage.

No dia seguinte, em meio a tanto trabalho, nosso provedor resolveu não funcionar por quase 24 horas. Incrível como hoje, dependendo da natureza do que se tem que fazer, o email é uma ferramenta indispensável. Sem estresse, aproveitamos para dar telefonemas e relaxar um pouco. E fomos brincar de procurar ovos de Páscoa escondidos no escritório. Em tempo: Não fosse a Sandra, nosso departamento financeiro, nosso japonês da informática e quebra-galhos em geral, dar um jeito, estaríamos até agora sem notícias .... Depender do pessoal do Virtua não dá mesmo. Muito mais gostoso acompanhar o nascimento de uma montagem ou de um teatro.
(Fernanda Teixeira)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Teatro chileno em SP

Com a proposta de mapear a produção teatral da América Latina, o SESC São Paulo está apresentando, desde 3 de abril, o primeiro módulo do projeto AMERICA EM RECORTES dedicado ao Chile. O TEATRO CHILENO EM EVIDÊNCIA, que reúne quatro grupos que encenam espetáculos em quatro unidades do SESC. Já passaram por aqui a Compañia Teatro Cinema (com Sin Sangre, no Teatro Sesc Vila Mariana), Teatro en el Blanco (esta com duas peças: Neva, dia 7 de abril, e Diciembre, dias 8 e 9 de abril, ambas no Teatro SESC Anchieta). Agora é a vez de Teatro Milagros (com El Capote – Teatro em Miniatura, dias 11 e 12 de abril, no SESC Ipiranga) e Cia La Resentida (com Simulacro, dias 17, 18 e 19 de abril, no Sesc Avenida Paulista). Todos os espetáculos terão legenda eletrônica em português. Abaixo foto de Simulacro.
(Fernanda Teixeira)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O que os olhos veem e o coração sente

Domingo à noite. Volta pra casa de um café com amigos. Um atravessar de esquina em um bate-papo descontraído dá lugar a um choque: do outro lado da rua, um casal de garotos é assaltado por uma gangue meninos de rua. São cerca de seis, por volta de seus cinco anos de idade – o mais velho não deve passar dos oito. Cercam o casal, um deles com uma faca de açougue na mão, 15 centímetros de lâmina pra menos do que isso de mãos. O casal olha o grupo de amigos, aponta, diz algo aos meninos. Reação instantânea: fugir. Alguém grita: corre! Os quatro amigos saem correndo, um deles ainda olha pra trás, ver o que há. Tropeça em seus pés e cai, mas o instinto faz levantar rápido e continuar correndo.

Chegar em casa. Insônia. Pensando nessas crianças, pensando no casal. Pensando se eles apontaram para pedir ajuda ou mostrar aos meninos novas vítimas para se livrarem e fugir. Pensando até onde foi a faca.

Na segunda, procurar as notícias no jornal, para ver se não há nenhuma a respeito. Nada. Bom sinal? Como saber?... Saldo total: um joelho ralado e uma calça rasgada na queda. (Alguém ainda lamentou a calça, mas são muitos, e muito além daquele, os lamentos.) A calça vai ser guardada, para lembrar os olhos. E vão lembrar: os meninos, a faca, o casal. Impotência. Dúvida. Indignação. Na hora H o que predomina é o medo, e o impulso de fugir. O que poderia ser feito? Impotência. Dúvida. Indignação. E uma sensação de ridículo pela única coisa que se vai fazer efetivamente a respeito: comprar um par de tênis para correr melhor da próxima vez.

(Ligia Azevedo)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Teatro bom e barato


Uma casa de acolhida para homens em situação de rua é o ponto de partida para o espetáculo Homem Cavalo & Sociedade Anônima, com a Cia. Estável de Teatro, que reestreia no dia 04 de abril, às 20h, no Arsenal da Esperança. A temporada se estende até o dia 31 de maio, sempre aos sábados e domingos no mesmo horário. O Arsenal da Esperança (antiga hospedaria de imigrantes construída em 1886 para abrigar os recém chegados a São Paulo) é o local onde o coletivo realiza uma pesquisa há mais de dois anos, dentro do projeto SobrePosições, contemplado pela Lei Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo. A peça apresenta um cruzamento de situações sobre trabalho, moradia e consumo, costurado pela fábula de um homem animalizado e explorado em seus esforços por sobrevivência. O assunto é sério, mas é tratado com tons de ironia e bom humor. O ingresso é a doação de 1 kg de alimento não perecível.

Arsenal da Esperança - Rua Dr. Almeida Lima, 900 – Brás (próximo a estação Bresser-Mooca do Metrô). Informações e reservas - (11) 8708-9563 / (11) 8249 8558. Capacidade - 50 lugares.

(Adriana Balsanelli)