Saí da entrevista com Regina Braga com um presente dado pela própria atriz: sua biografia, assinada pela jornalista e dramaturga Marta Góes, Talento é um Aprendizado, da coleção Aplauso, Imprensa Oficial. Na tarde quente, ela, o ator Rodolfo Vaz e o diretor Moacir Chaves conversaram comigo e com Lígia Azevedo sobre Por Um Fio, numa sala de ensaio na rua Maria Antonia. A peça, baseada no livro homônimo de Dráuzio Varella, estreia aqui em São Paulo no começo de abril, no Teatro Anchieta. Por conta do espetáculo, falamos da perspectiva do tempo, do novo sentido da vida quando deparamos com a proximidade do fim. Ver a vida com outros olhos, saber aproveitar os momentos como se cada instante fosse o mais importante. Foi muito gostoso compartilhar esses assuntos com eles.
Voltando ao livro, devorei-o em dois dias, lembrando de várias situações de nosso encontro. Muito mais que um perfil da atriz Regina Braga, a obra é uma delícia, parece um romance, prende a atenção do começo ao fim. Escrito com o talento e a sensibilidade da Marta Góes, seu ritmo e edição fazem da leitura um grande prazer. Fala nas entrelinhas do aprendizado que vai se transformando em talento, com garra e trabalho sempre. Eu - que já li vários livros dessa coleção – me deixei levar como se num romance. Tenho orgulho de ter sido repórter frila no tempo em que a Marta editava o Caderno 2.
Michel Melamed, o poeta
No dia seguinte, novamente eu e Lígia saímos a campo, dessa vez com a missão de entrevistar o ator carioca Michel Melamed, que chega por aqui no começo de março, também no Sesc Consolação, com o espetáculo Homemúsica. Alto, a pele bronzeada, suor no rosto, chegou esbaforido, direto do aeroporto, vindo do Rio, para nos conhecermos no café bem ao lado do Teatro Sesc Anchieta. (Nossa saída em dupla tem explicação: ando rouca e pego emprestada a delicadeza da Lígia para poupar minhas cordas vocais.)
Entre o simpático e o desconfiado (era nosso primeiro encontro), Michel pareceu mais forte fisicamente que nas cenas de Capitu, minissérie de Luis Fernando Carvalho, no papel de Bentinho e Dom Casmurro. Papo bom, logo percebemos o cara bem-humorado, que, depois de 15 minutos de conversa, já nos deixava muito à vontade. Até brincávamos por conta do convite recebido por ele para desfilar em uma escola de samba que vai homenagear Machado de Assis na Marquês de Sapucaí. Ele não decidira se aceitaria ou não. "É para desfilar semi nu", disparou à queima-roupa, com aquele olhar de poeta urbano, contemporâneo. Quando percebeu que tínhamos acreditado (realmente pensamos que sairia sem camisa), caiu na gargalhada. Se a produtora Bianca não nos chamasse à realidade (eles teriam uma reunião em seguida com o pessoal do Sesc), poderíamos ter ficado jogando conversa fora por um bom tempo. Em casa, fui até a estante e folheei Baudelaire, Ana Cristina Cezar e Rimbaud, ouvindo Cazuza.
*** A propósito, a "culpa" desse belo encontro é da jornalista e dramaturga Célia Forte e das produtoras Cristina Sato e Fernanda Signorini.
Voltando ao livro, devorei-o em dois dias, lembrando de várias situações de nosso encontro. Muito mais que um perfil da atriz Regina Braga, a obra é uma delícia, parece um romance, prende a atenção do começo ao fim. Escrito com o talento e a sensibilidade da Marta Góes, seu ritmo e edição fazem da leitura um grande prazer. Fala nas entrelinhas do aprendizado que vai se transformando em talento, com garra e trabalho sempre. Eu - que já li vários livros dessa coleção – me deixei levar como se num romance. Tenho orgulho de ter sido repórter frila no tempo em que a Marta editava o Caderno 2.
Michel Melamed, o poeta
No dia seguinte, novamente eu e Lígia saímos a campo, dessa vez com a missão de entrevistar o ator carioca Michel Melamed, que chega por aqui no começo de março, também no Sesc Consolação, com o espetáculo Homemúsica. Alto, a pele bronzeada, suor no rosto, chegou esbaforido, direto do aeroporto, vindo do Rio, para nos conhecermos no café bem ao lado do Teatro Sesc Anchieta. (Nossa saída em dupla tem explicação: ando rouca e pego emprestada a delicadeza da Lígia para poupar minhas cordas vocais.)
Entre o simpático e o desconfiado (era nosso primeiro encontro), Michel pareceu mais forte fisicamente que nas cenas de Capitu, minissérie de Luis Fernando Carvalho, no papel de Bentinho e Dom Casmurro. Papo bom, logo percebemos o cara bem-humorado, que, depois de 15 minutos de conversa, já nos deixava muito à vontade. Até brincávamos por conta do convite recebido por ele para desfilar em uma escola de samba que vai homenagear Machado de Assis na Marquês de Sapucaí. Ele não decidira se aceitaria ou não. "É para desfilar semi nu", disparou à queima-roupa, com aquele olhar de poeta urbano, contemporâneo. Quando percebeu que tínhamos acreditado (realmente pensamos que sairia sem camisa), caiu na gargalhada. Se a produtora Bianca não nos chamasse à realidade (eles teriam uma reunião em seguida com o pessoal do Sesc), poderíamos ter ficado jogando conversa fora por um bom tempo. Em casa, fui até a estante e folheei Baudelaire, Ana Cristina Cezar e Rimbaud, ouvindo Cazuza.
*** A propósito, a "culpa" desse belo encontro é da jornalista e dramaturga Célia Forte e das produtoras Cristina Sato e Fernanda Signorini.
(Fernanda Teixeira)
5 comentários:
Meninas, que belas tardes, não? A Regina é uma atriz muito delicada, sempre interessada em projetos instigantes. Acho que essa transposição do livro do Dráuzio será interessante. E o Michel é muito divertido, adoro o trabalho dele. Esse, aliás, assisti lá no Rio de Janeiro e adorei muito. Espero poder fazer matérias sobre as duas estréias. beijos
Bira
oi bira, querido, valeu a visita, amigo! realmente foram tardes gostosas. beijinho.
E onde estará disponível essas entrevistas que vocês realizaram? Quero ler/ver/assistir.
É, também fiquei curiosa...era entrevista para munição para começar o trabalho de assessoria, ou vai sair em algum tipo de mídia? Seria engraçado, você sendo dublada pela Lígia o tempo todo..rs
Esse seu texto é farto de personagens incríveis, Regina, Michel, e até as que facilitaram o encontro são incríveis: Sato, Fortes e Signorini.
Isso que é viver cercada de gente da maior qualidade.
Querida Laura, são entrevistas para repor nossa munição para textos mesmo. Afinal, mesmo estando do outro lado do balcão, não perdi a mania de sair a campo para colher material. beijoca.
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