quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ano novo: esperança, mas não milagre

Agora sim, o ano novo chegou. Fim da vergonha e dos discursos hipócritas do legado Bush. Fim das estúpidas justificativas para as guerras do “bem contra o mal“, verdadeiros massacres sem causas, ou melhor, com cau$as particulares e gananciosas. Começa a era Obama. Cheiro de mudança no ar. Expectativas de melhoras e esperança para toda a terra. Calma lá, humanidade. Pés no chão. Muitas horas nessa calma. É indiscutível o momento histórico e todas as perspectivas de transformações, mas aquele que tomou as rédeas da White House não opera milagres e não é nenhum super herói, como rabiscou há poucos dias um artista americano, Barack Aranha ou Homem Obama.

Muita calma, pois a infeliz roda das tragédias continua a girar na história. Pés no chão, humanidade. Ainda há muitos conflitos, desingualdades e mortes cruéis acontecendo no mundo. A economia está oscilante e o desemprego começa a crescer. A miséria é teimosa e ainda há muita fome nas mesas. Não é ser pessimista, e sim realista. Muita gente ainda morre nos rincões esquecidos da África e milhares e milhares padecem de cólera no continente considerado como o berço da humanidade. E não é só por lá que a cólera mata, não. Quem dera se fosse.

Em Gaza a cólera é pior e mata mais ainda. Mata sem dó e de forma cruel, crianças e idosos. Hoje já são mais de mil mortos e passam dos 4 mil feridos, em menos de um mês de conflito. E não é só lá. Segundo informações do Instituto de Heidelberg, da Alemanha, além do conflito entre Israelenses e Palestinos, em Gaza, existem outros 344 conflitos armados no mundo, de acordo com notícias publicada no site do consultor jurídico (www.conjur.cojm.br), no dia 9 de janeiro. É mole?! É mole mais sobe, como diria Simão. Mas infelizmente nesse caso sobem os números drásticos da morte.

Cruel. Infelizmente. É. E o negócio, pelo que parece, é a esperança e a Fé. Essas são as palavras. Esperanças e fé. Entretanto, todo cuidado é pouco, pois ao extremo até ela se torna um perigo. O exemplo é a data 11/9. Não precisa falar mais nada, concorda?! Cultura é assim, tem que ser respeitada. Não é, Bush?! Eu se fosse o Osama faria do George filho uma boa feijoada com orelha e toucinho para os nossos bons amigos suínos. Como um pobre mortal jagunço paulista, limito-me a escrever. Fazer o quê?! Enfim...é isso. Esperança e fé. Fé no Obama, pessoas, porque Cristo não sei se vem mais. Andar com fé, que a fé não costuma faiá, como cantaria nosso Gil.

E por falar em nosso, aqui no Brasil a situação parece melhor, pelo menos as perspectivas são boas. A pobreza diminuiu, mas, como disse, a miséria é teimosa e ainda há muita fome nas mesas. “O que será que será” quando o assistencialismo acabar?! Não faço a menor idéia, mas espero que o pobre não espere mais a bolsa no rio e saia ao mar pra pescar. Isso sem falar nas vendas fragmentadas da Amazônia, devastação nas espécies, queimadas, seca no sertão sem solução, crianças no tráfico e nas ruas da Luz, e a prostituição infantil como grande atrativo turístico nas esquinas quentes do Nordeste. Esperança, uma dose dupla de esperança para nós. Afinal, o ano novo chegou e esperamos que ele realmente seja novo. Chega de milícia disfarçada de polícia no morro, fazendo o papel dos bandidos. Já basta a lentidão da justiça, as piadas da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e a impunidade parlamentar (in) justamente voltada aos que deveriam servir de exemplo. Mas quem sou, pobre jagunço paulista.

Agora é esperar. Não digo sentar. Agir na medida do possível aquilo que estiver ao nosso alcance, com o intento de transformar os velhos hábitos e as velhas crenças. Hora de progredir, prosperar. É chegada a hora da transformação. Mais consciência. Mais humanidade para os homens. Vamos rezar. De maneira diferente, Não aquelas fórmulas decoradas e muitas vezes sem sentido. Vamos orar. E como a voz do povo é a voz de Deus, vamos orar para os Homens. Justamente para essas boas causas. Por mais consciência e bondade. Por mais alegria e compreensão. Mais amor e luz nos corações daqueles que acreditam apenas na existência do próprio umbigo. Boicote à falsidade e à mentira. Menos Big Brother e mais livros.

Vai efeito, faz jus à causa esperança, transforma a humanidade e faz com que ela desperte. Mudança. Falta-nos a pureza do Chaplin nos atos e o encantamento das crianças no relacionar e viver. Mais humildade e conteúdo, menos futilidade. Abaixo aos estereótipos midiáticos e as competições individuais que só dividem ao invés de somar. Chega de individualismo. Vamos lavar o sangue do mundo. Pelo menos tentar. Difícil em escala mundial, mas possível se começarmos pelo vizinho, não acha?! Salve Jah, mãe natureza. Pois o efeito está aí. É só não se afogar para ver. Acordemos, pois!

(Osvaldo Nery Neto)

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