Filho da carioca Nair com o paulista Fernando, um dos babies dessas imagens nasceu em São Paulo e costumava passar as férias de infância, onde posou para esta foto, na casa do avô Francisco, numa ruela muito comprida e estreita, a Travessa Visconde de Moraes - que dava para passar só um carro por vez -, cheia de casinhas na rua São Clemente, em Botafogo, no Rio. Já gostava de bichos, sonhava em ter um macaco para andar de mão dada. Quando cresceu um pouquinho mais, teve a certeza de que escrever seria seu grande lance.
As quatro crianças da família Paula, de descendência italiana, nasceram em Santos, como os pais.
O da foto - único filho que veio para SP – gostava de ir à praia e andar de bicicleta pelas ruas da Vila Mathias, bairro tranqüilo até hoje. Mesmo tendo colocado o gato de estimação dentro da geladeira, o carinho pelos animais vem da infância. Em outra situação, chuveirinho a tiracolo, resolveu dar banho no bichano dentro do box. Arredio, o gato fugia do esguicho e o banheiro ficou todo molhado. Levou um puxão de orelhas da mãe e continuou querendo ser veterinário. Depois que o pai faleceu, mudou para um prédio no Gonzaga, onde furava o pneu do carro do síndico e espirrava água, com uma seringa, nas pessoas que passavam embaixo de sua janela. Sossegou o espírito quando se interessou pelo Jornalismo.
O projeto de gente agarrando o gato aí em cima sempre conviveu com animais. Na casa em que os pais vivem até hoje, na Vila Formosa, o amplo quintal que mais parecia um sítio era o espaço ideal para a bicharada: 30 galinhas conviviam com o faisão e o peru. Resultado do casório da alagoana com o paulista descendente de italianos, admirava a criação de codornas da família. Aos 8 anos ganhou do irmão um aquário, e a paixão pelos peixes atravessou as décadas. Hoje tem um tamanho mega em sua sala. Caçula de 4 irmãos cresceu sapeca. Tagarela, olhinhos espertos, deu bem no Jornalismo, como a mãe previa.
Vestida para um desfile de 7 de setembro, a moleca da foto acima passou grande parte da infância com a família em Brotas, onde nasceu, numa fazenda administrada por seu pai. De espírito livre e bem danada, costuma aprontar. Brincando de riscar um fósforo para ver o que acontecia, acabou colocando fogo na árvore seca em frente da casa da tia. A labareda espalhou-se rapidamente, atingiu a rede elétrica e deixou a rua sem luz. Cresceu cercada de bichos e desenvolveu carinho especial por Sombrinha, uma vaquinha que ganhou do pai e de quem tomava leite todas a manhãs. Mais tarde, sua turma aprontou todas na cidade. Quando não se falava ainda em esportes radicais, ralou muito o traseiro ao descer de bóia de caminhão o rio Jacaré Pepira.
(Fernanda Teixeira)