quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Aí vamos nós, Paul!

Quando vejo o DVD da turnê de Paul McCartney, essa que vem ao Brasil, tenho certeza de que a música mexe comigo como o teatro. Com a diferença de que posso tocar bem alto a minha guitarra para uma platéia imaginária e me sentir um deus do pop como ele, que sempre foi meu ídolo. Enquanto os amigos cultuavam John, eu sempre gostei do Paul. Acho que não vou aguentar tudo isso ao vivo, mas vou lá. Agora os ingressos já estão comprados.
Queria só ver se a pedrada fosse na Dilma.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Cansaço

Quem é essa Dilma? Depois de ouvi-la na TV, sinto que estamos na idade das trevas.

domingo, 17 de outubro de 2010

Um saco!

Pior que o debate dos candidatos à Presidência, é aguentar a opinião dos tuiteiros. Vira briga, coisa mais chata. E tem gente que não tem nenhum estofo para emitir opinião. Todos se fazem de indignados. Todos são éticos, que bonitinhos... Conheço um monte deles que falsifica carteirinha para ir ao cinema, compra DVD pirata, hehehe. Ética é ética. Precisa valer desde as coisas mais simples. As pessoas mentem, querem aparecer bem na fita, um nojo. Estou sem saco para ser humano dessa estirpe. Vou ler, quem sabe ganho mais. Mais cultura, educação e uma pá de outras coisinhas que esse povo que se acha pensa que tem de sobra. Sem paciência pros coleguinhas jornalistas que ditam regras, donos da verdade, sempre na "luta" pela verdade, rs....

Alimento para o espírito

Uma grande frustração? Não tocar nenhum instrumento.
Queria viver ouvindo música.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Strindberg Era Contra as Mulheres?

Por Maria Lúcia Candeiras
Doutora em Teatro pela Usp
Livre Docente pela Unicamp

Em vida foi chamado de misógino. Isso na maravilhosa segunda metade do século XIX. Maravilhosa porque sucedia o Romantismo (da primeira metade do mesmo século) que se deu conta da situação de inferioridade com que as mulheres eram tratadas pela sociedade, dando origem ao movimento feminista, já na época do Naturalismo.
Em matéria de Naturalismo, os principais autores de teatro foram os nórdicos: Enrik Ibsen (Norueguês) e August Strindberg (sueco). Não houve mulheres como na literatura. Strindberg além de top do Naturalismo influenciou o expressionismo e o surrealismo. Mas teve uma mãe como a que aparece na peça “O Pelicano”, em cartaz no teatro Viga, apenas aos sábados (21hs) e domingos (19hs). Não deixe de assistir, pois tem excelente direção de Denise Weinberg.

Esse mestre do teatro moderno foi o primeiro a escrever peças curtas e compactas que caracterizaram a programação do seu Teatro Íntimo que só teve o merecido sucesso depois de sua morte.
Denise escolheu essa peça que inaugurou esse gênero de dramaturgia. Conta com bom elenco entre os quais se destacam Flávio Barollo (o filho inconformado com o comportamento da mãe) e com a mais do que experiente Lílian Blanc (a empregada da casa) arrasando, que as vezes é substituída por Mari Nogueira que não vi atuando. Ótimo cenário e Figurinos (direção de arte de Carlos Calabone) e iluminação de Wagner Pinto, com fotografias de Ronaldo Gutierrez.

Não deixe de ver.

Boca de Ouro encerra trilogia com chave de ouro

Por Maria Lúcia Candeias
Doutora em Teatro pela Usp
Livre Docente pela Unicamp
“Boca de Ouro “ encerra uma trilogia de Nelson Rodrigues, iniciada há cerca de dois anos, pelo Grupo Gattu, que vem apresentando esses espetáculos no Teatro Gil Vicente, nos Campos Elísios. A despeito da localização no prédio da Uniban, não é uma montagem escolar, mas profissional. Sua diretora, Eloísa Vitz foi membro do grupo TAPA.
“Boca de Ouro” é, a meu ver, uma das melhores peças do grande dramaturgo brasileiro. Teve montagem não muito feliz assinada por ZéCelso e agora esta, imperdível. A peça focaliza um bicheiro safado e mandante de um morro carioca, que resolve trocar os dentes por dentes de ouro. Nos dá muita saudade do tempo em quem faturava eram os bicheiros que comandavam favelas habitadas por cidadãos sem direito à segurança e nem à saúde, mesmo pagando impostos.
Uma parte da população e que só era “protegida” pelos chefões com suas extravagâncias e arbitrariedades, mas sem tráfico de drogas. Outro aspecto que encanta em toda a obra de Rodrigues é a verdadeira obsessão de seus personagens por enterros chiques. Seria uma característica do autor ou da classe por ele retratada?

Mas não é exclusivamente pelo texto que “Boca de Ouro” é imperdível, mas pela encenação englobando atores, iluminação e figurinos. O elenco é ótimo, alguns encarnando mais de uma figura com destaque para Elam Lima (o Boca) e a diretora Eloísa Vitz. Além deles, Laura Knoll, Marcos de Vuono, Marcos Machado e Daniela Rocha Rosa, dão conta do recado.
Quem gosta de Nelson não pode perder, quem não gosta tanto assim, deve ir pra conhecer esse texto, a meu ver, excepcional mesmo em sua obra.