De volta ao blog, o tempo e a inspiração para escrever vão retomando suas posições. Assunto e vontade não faltam. Um livro, teatro, cinema, música. Alimentos para a alma que sempre rendem o imenso e necessário prazer de colocar em palavras a impressão, os sentimento gerados e até mesmo os estragos causados.
Na estréia de Amor de Servidão no Teatro Aliança Francesa, a produtora e dramaturga Marília Toledo (que assina o texto com o escritor Marçal Aquino, sob direção de Marco Antonio Braz) estava radiante. A sessão lotou, há tempos o Aliança não recebia tanto público. Marília é querida e respeitada. Talentosa e batalhadora, merece. Os amigos estavam todos lá. Duílio Ferronanto, Marta Goes, Marcelo Rubens Paiva, Heloisa Heloisa Castilho, Daniel Maia.
Na festa de aniversário da Rosana Rodrigues, encontrei a turma de amigos com quem convivo há mais de 20 anos – Nei Nardi, Lica Keunecke, Verinha Toledo Piza, Roberto Guastaferro, Vera Gamberini... Uma delícia tê-los sempre por perto, nessa lealdade quase canina. Sem falar que a daschund Lili, de uma simpatia e carência sem iguais, é uma alegria à parte.
Depois, com o horário de verão roubando uma hora, gastei os olhos na madrugada com a Fórmula 1, de manhã com o campeonato mundial de futsal - que o Brasil venceu da Espanha no maior sufoco, nos pênaltis, depois da prorrogação - e à tarde com o jogo entre São Paulo e Palmeiras. Falando em futebol, na quarta-feira passada deu pra ver que a seleção brasileira não tem batedor de falta, nem liderança. Não entendo por que Rogério Ceni não esta lá. Ah, sim, por causa do Dunga...
E a Justiça Eleitoral puniu a campanha da Marta por ter ofendido a honra do Kassab. Foi mal. Só porque o cara não é casado, nem tem filhos, Marta acha que ele não pode ser prefeito. Será que ela pensa que homossexual não tem potencial para ocupar esse cargo? A canalhice pode ter enterrado de vez todo o passado de Marta (o presente e o futuro também), que lutou muito pelos direitos dos homossexuais quando era deputada federal. Mas convicções à parte, na hora de apelar para a baixaria não mediu esforços – ou o tamanho do estrago. Atirou no próprio pé. Evito falar de política aqui, mas essa não deu para evitar. A lamentar, ainda, o desfecho trágico do seqüestro de Eloá. Os policiais deveriam ou não ter invadido naquela hora? Quem autorizou a volta da menina Nayara, de 15 anos, ao apartamento? O pai e a mãe não foram. Tudo muito estranho. Ninguém vai pagar o pato e nós continuamos engessados nessa impotência. Dor no coração.
(Fernanda Teixeira)