quarta-feira, 21 de abril de 2010

Imposto Imobiliário

Ou, parabéns, agora você é sócio do Governo Federal!

(Fernanda Teixeira)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Pequenos prazeres

Nadar
O sonho de criança de morar numa casa com piscina - longínquo aos 10 anos - agora aos 50 é um fato. Longe de mim qualquer arrogância, que simplicidade é a qualidade que mais admiro nos outros, e minha meta diária. Ser simples é saudável. Bem, voltando ao tema, piscina, para poder fazer uma das coisas de que mais gosto no mundo, nadar.

Movimentar o corpo numa atividade ritmada dentro da água, prazer de sentir a respiração aumentar, a cabeça vai longe. Como gosto de dizer, é alimento para a alma, transporta o espírito para outras esferas, faz dormir melhor, também faz bem para a performance sexual, entre outras coisinhas. Como sentir o calor do sol no corpo, escrever, ouvir música e ler.

Daí que aproveitei o feriadão passado para nadar, entre uma e outra pancada de chuva. Quando as nuvens cinzas, carregadas, davam um tempo eu descia com meus equipamentos náuticos - óculos, parafina em bolinha para tampar os ouvidos e nose clip para não entrar água no nariz, que sou super alérgica. Ainda bem que quase ninguém frequenta a piscina. Fico igual a um E.T.

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Caminhar
Bom humor e otimismo são características que foram acentuadas em minha personalidade depois da morte de meu pai. Ele tinha as duas. Lá de cima, além de me proteger, me mandou esses dois presentinhos, que procuro aplicar todo santo dia a partir da hora em que me levanto da cama.

Como passo grande parte do dia no trabalho, sempre quero inventar coisas para arejar a cabeça, tirar o estresse e gerar diversão. Foi, então, que propus à equipe da Arteplural uma atividade física semanal: uma ou duas vezes por semana fazer caminhadas até o parque do Ibirapuera, aqui pertinho, dar uma volta inteira e voltar, num percurso exato de uma hora.

O primeiro dia foi um sucesso. Todos aderiram e, munidos de tênis e moletom, partimos para nossa primeira experiência em campo. Passos largos e acelerados, fomos entusiasmados, arriscando até conversinhas sem perder o fôlego, na sombra, no sol, primeiro nas ruas, depois no meio das árvores. Suados, almoçamos e estávamos de volta, satisfeitos, sensação de bem-estar, em uma hora e meia.

Temos a proposta de seguir com as caminhadas, talvez passar para pequenas corridas, fazer camisetas, formar um timinho como o do Pão de Açúcar, sabe? Guardadas as devidas proporções, importa mesmo é o engajamento de todos numa atividade coletiva. Há alguns anos, levamos a turma da Arteplural para Brotas, e foi uma experiência bem bacana. Na convivência com quem a gente trabalha, é fundamental ter alegria, diversão e companheirismo. Assim o ambiente fica mais divertido, leve.

O pessoal pediu para eu escrever sobre o assunto, e eu gostaria de ouvir a opinião deles sobre essa nossa primeira aventura pelas ruas e parque. Vou esperar, de repente alguém comenta, se anima a escrever também ou dá outra ideia para colocarmos em prática.

(Fernanda Teixeira)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Tragédia anunciada

A tragédia no Rio poderia ter sido evitada ou, no mínimo, minimizada. Claro, não é culpa das pessoas morar nas encostas de morro. O povo constrói sua casinha onde dá, se pudesse escolher não ficava em área de risco, não. Só doido para morar em pirambeira. As autoridades é que deveriam se preocupar com a condições das moradias.

Leio na Folha de hoje que na capital, todas as favelas em que houve mortes foram urbanizadas pelo programa Favela-Bairro, considerado modelo pela ONU, e que a Prefeitura do Rio reteve parte da verba destinada a esse projeto. Fiquei sabendo que, no Morro dos Prazeres, onde morreram 22 pessoas, houve retenção de R$ 2,6 bilhões de complemento à urbanização. Até hoje não concluída.

Onde foi parar essa grana, senhores? Pergunta direcionada ao governador Sergio Cabral e ao prefeito Eduardo Paes. Porque, para vocês, que devem morar na Lagoa, em Ipanema, Leblon ou em qualquer outra área nobre da cidade, as consequências dessa tragédia não passaram de encharcar os sapatos, mofar um pouco mais no trânsito ou sei lá o quê. Risco não correram. Eles, nobres cidadãos, não perderam sua casas nas encostas levadas pelas enchentes!

(Fernanda Teixeira)

domingo, 4 de abril de 2010

Tapiocas e justiça

No prédio onde moro, a maioria dos condôminos é advogado. Tem tributarista, criminalista, jurista, procurador, juiz. Um deles, inclusive, foi entrevistado no hall do edifício por um repórter da Globonews, sobre o assunto dominante daquela semana: o caso Isabella Nardoni. No domingo seguinte, conversando com minha vizinha, a respeito do mesmo tema, soube, por exemplo, que Alexandre Nardoni nunca trabalhou e se drogava direto, além do fato de seu pai ser um advogado de "porta de cadeia", nas palavras dela, que assegurou ser verídica a história de Alexandre ter ligado para a irmã, depois do crime, dizendo ter "feito uma burrada". A irmã namora um amigo da minha vizinha.

Confesso ter sentido alívio ao ouvir dessa moradora que ela também torceu pela condenação, tendo ficado acordada, como eu, até o anúncio da sentença pelo juiz, de madrugada. Como ele, também não condeno as pessoas que fizeram vigília na porta do Fórum onde aconteceu o julgamento. Mais que curiosos, acredito que muitos ali também tenham perdido entes queridos, se identificado com o caso e tenham ido buscar alento. Alguns teóricos disseram ser apenas sede de vingança. Discordo. O povo precisa comemorar a justiça, Mais, acreditar nela. Chega de assunto empoeirado.

Depois da feira aqui pertinho de casa, na sexta da Paixão, fizemos tapioca em casa. A nossa chef Rosa, legítima alagoana, tomou conta do fogão e mandou bem na tapioca de queijo, depois queijo com geléia de framboesa, delícia. Bebemos muito vinho e dormimos nas nuvens.
Pensamento positivo para Renatinha Pinheiro. Um anjo contou: tudo vai dar certo com seu brother.
(Fernanda Teixeira)

sábado, 3 de abril de 2010

Palavras

Lendo ou escrevendo, as palavras acalmam meu espírito irriquieto. São a grande alegria de poder estar só, e suportar a minha inquietude no recolhimento.
Saudades do Dudu, que passa o fim de semana na casa da Nair. O que a gente não faz pela mãe?!

(Fernanda Teixeira)

"Embriagai-vos"

"É necessário estar sempre bêbado. Tudo se reduz a isso; eis o único problema. Para não sentir o fardo horível do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem cessar.... De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor. Contanto que vos embiagueis." (Charles Baudelaire)

O poeta francês do século 19 esqueceu-se da música. Caminho por onde a alma viaja tão embalada.
(Fernanda Teixeira)